*“AS BOAS NOTÍCIAS CHEGARAM!”
(Marcos 1.1-15)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 03/01/2021, domingo,
manhã (Série em Marcos – 1).
Bom dia irmãos.
Neste mês de janeiro estarei
pregando uma série de mensagens no Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
E para tanto eu peço a todos
que abram suas Bíblias no Evangelho segundo Marcos, no capítulo 1º, a partir do
verso 1º, e eu vou fazer a leitura até o verso 15:
“1.” (Marcos 1.1-15).
“AS BOAS NOTÍCIAS CHEGARAM!”
Vamos orar mais uma vez!
Antes de refletirmos sobre o
texto propriamente dito, precisamos fazer uma pequena introdução que não ser
repetirá ao longo das outras cinco mensagens baseadas no Evangelho de Marcos ao
longo do mês de janeiro e fevereiro.
E a primeira observação de
caráter geral sobre Marcos é que eu não sei se os irmãos observaram, mas o
Evangelho de Jesus Cristo (todos os Quatro Evangelhos são de Jesus
Cristo – Evangelho significa “Boas Novas” “Boas Notícias”, o Espirito Santo
inspirou quatro homens a escreverem a mensagem de Jesus Cristo, o seu Evangelho),
mas este, a que costumamos chamar de “Evangelho
Segundo Marcos”, não possui o nome do seu autor no próprio texto, então porque a igreja afirma com segurança que foi Marcos quem o escreveu,
claro, inspirado pelo Santo Espírito?
Nós podemos afirmar com
segurança que Marcos é o autor deste Evangelho em razão da “tradição da igreja”, ou “tradição
eclesiástica” afirmar isto.
*A primeira citação da autoria de Marcos é
feita por Pápias que foi bispo de Hierápolis (bispo com o sentido de pastor administrador), (Hierápolis
cidade de Epafras, companheiro zeloso de Paulo – Cl 4.12-13), que ficava
próximo às cidades de Colossos e Laodicéia, onde hoje é território da Turquia).
Como Pápias foi bispo em
Hierápolis por volta do ano 140 d.C.,
então desde esta data, ao menos, temos o registro escrito da imputação da
autoria do Evangelho a Marcos.
Considerando que o Evangelho
foi escrito por volta do ano 50 a 70
d.C. (lembrando que em 70 d.C. a cidade de Jerusalém foi destruída
pelos romanos juntamente como Templo e ocorreu a diáspora, a dispersão dos
judeus pelo mundo), a igreja cristã reconhece
a autoria de Marcos menos de 100 anos depois da sua escrita e circulação pelas
igrejas.
E essa data da escrita do
Evangelho pode nos ajudar a compreender a sua estrutura e o seu propósito.
Os irmãos talvez já tenham
ouvido que o apóstolo Pedro foi morto, também segundo a tradição da igreja, por
volta do ano 60 a 62, sob o governo de Imperador Nero, que desencadeou uma
violenta perseguição aos cristãos!
Nero foi Imperador de 13 de outubro de 54 até a sua
morte, a 9 de junho de 68.
Ora, Simão Pedro foi um dos
mentores de Marcos, assim como seu primo Barnabé e também o Apóstolo Paulo.
*Em Atos 15.37-39 vemos que Barnabé queria
levar o primo João Marcos (autor do Evangelho) para uma viagem missionária, mas
Paulo se opôs, porque Marcos havia deixado a companhia deles em uma viagem
anterior, quando passavam pela Panfília:
“37. E Barnabé queria levar também João, chamado Marcos.
38. Mas para Paulo parecia não fazer sentido levar
consigo quem desde a Panfília havia se afastado deles e não os acompanhara no
trabalho.
39. E a divergência entre eles foi tão grave
que se separaram um do outro. E Barnabé, levando Marcos consigo, navego para Chipre.” (Atos 15.37-39)
*Depois
eles se acertam novamente, tanto é que Marcos é citado por duas
vezes por Paulo em suas cartas, a primeira em Colossenses 4.10 e 2 Timóteo
4.11:
“10. Cumprimentam-vos Aristarco, meu companheiro de
prisão, e Marcos, primo de Barnabé
(a respeito de quem recebestes instruções; se ele for até vós, recebei-o).”
(Cl 4.10).
“11. Só Lucas está comigo. Toma a Marcos e traze-o contigo, pois ele me é muito útil para o
ministério.” (2 Tm 4.11).
*Marcos, ou João Marcos, era muito conhecido do
Apóstolo Pedro também, por exemplo, quando Pedro é liberto da prisão por um
anjo, ele vai para a casa de Maria, mãe de Marcos (Atos 12.12):
“12. Depois de refletir nessas coisas, dirigiu-se à casa de Maria, mãe de João,
também chamado Marcos, onde muitas pessoas estavam reunidas e oravam.”
(At 12.12).
*Pedro aparentemente tinha uma relação muito
carinhosa com Marcos, chamando-o de “meu
filho” na sua 1ª Carta (1 Pe 5.13), escrita em Roma:
“13. Aquela que é coeleita convosco (a igreja), que está na
Babilônia (Roma), vos cumprimenta, como
também meu filho, Marcos.” (1 Pe 5.13).
Se pensarmos que Marcos
escreveu este evangelho em data próxima à morte e Pedro (60 a 62 d.C.) sob
ordens do cruel Imperador Nero, podemos entender que seu Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos que estava
sob perseguição e que poderiam ser mortos a qualquer momento.
Talvez por isso o Evangelho
de Marcos não traga os discursos ou ensinos de Jesus (Mateus, Lucas e João e
quem fazem isso), como você se deteria a transcrever discursos para um povo que
não sabia se no dia não seria usado
como uma tocha humana para iluminar as ruas de Roma?
Esta
foi uma forma muito comum de morte para os cristãos após o grande incêndio de
Roma ocorrido em 18 e 19 de julho de
64 d.C, e
Nero ter colocado a culpa sobre os cristãos!
Talvez por isso Marcos,
apesar de ser judeu, escreveu seu Evangelho não hebraico (a linguagem religiosa
de Israel) ou Aramaico (a linguagem comum falada na Palestina nos dias de Jesus
– aliás, o evangelho de Marcos é o que contém o maior número de aramaismos,
citações em aramaico no texto, como por exemplo “Abba” em Mc 14.36; e “Eloi,
Eloi, Lemá Sabactani” em Mc
15.34, são expressões aramaicas), mas
Marcos escolheu a linguagem corriqueira do povo do entorno e todo o Mar
Mediterrâneo, o grego Koiné, ou
comum, a linguagem popular (não o grego clássico, usado pelos poetas e
filósofos).
A
mensagem do Evangelho é para compreensão de todos, sábio e simples, ricos e
pobres, homens e mulheres, e é uma mensagem urgente, especialmente nos dias
em que foi escrito!
Por isso o Evangelho de
Marcos, diferentemente dos demais, é um
Evangelho de movimento, Jesus está sempre fazendo algo ou indo de um lugar para
outro.
Marcos é o evangelista que,
mais que os demais, mostra as atividades de Jesus. No seu relato o salvador
está sempre se deslocando e em atividade, fazendo alguma coisa. Enquanto o
Evangelho de João é o do discurso,
o de Marcos é o da ação.
*Aparece por 41 (quarenta e uma) vezes é usado
no Evangelho de Marcos a palavra grega “euthus” que tem o sentido de “imediatamente”, “sem demora” ou “prontamente”.
*Talvez por isso, além de mostrar Jesus em
movimento e ação mais que em discurso, Marcos tenha escrito o texto mais curto dos quatro Evangelhos,
porque o tempo parecia estar curto, acabando para muitos dos que o leriam, era preciso pressa para dar esperança e
ânimo aos seus ouvintes: A fé
deles não eram vazia, ou em vão, Jesus Cristo é o Filho de Deus e o Filho do
homem que morreu pelos nossos pecados e nos assegura uma vida eterna no céu!
Para
quem poderia morrer pela sua fé no momento seguinte, isso assegurava que não
importava o que aconteceria, se Nero os mataria ou não, o futuro estava
seguro para aqueles que entregaram a sua vida a Jesus Cristo!
*Isto
é uma boa lição para nós, a Pandemia, as dificuldades, as lutas, não tem poder
sobre nós, ela não dirige as nossas vidas, porque tudo pertence a Deus, e é
nele que devemos depositar a nossa esperança!
Feitas essas considerações
de natureza geral, então, para começar nossa análise do texto, pensando que
Marcos mostra...
*1) UM DEUS NA HISTÓRIA (CRIADOR “PRINCÍPIO” – SALVADOR “JESUS
CRISTO” – SUSTENTADOR “FILHO DE DEUS”). O EVANGELHO (v. 1-3).
*“1. Princípio
do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
2. Conforme está escrito no profeta Isaías: Estou enviado
à sua frente meu mensageiro, que preparará teu caminho;
3. voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do
Senhor, endireitai suas veredas.” (Mc 1.1-3).
A primeira palavra do
evangelho de Marcos é “princípio”,
como em Gênesis 1.1 (bereshit: em princípio, ou começo); Marcos
está escrevendo uma história! Deus age na história, Deus está presente na
história, na nossa história!
Não é um deus de fábula
(como os mitos que originaram muitas religiões mundiais); mas um Deus que participa da nossa vida e precisamos identificar sua
vontade e fazer a sua vontade na nossa vida!
Eu poderia passar algumas
horas falando sobre em Marcos 1.1 sem esgotar o assunto, mas gostaria em
primeiro lugar de ressaltar uma estrutura que sustenta toda a narrativa
bíblica, e se nós compreendermos essa estrutura de quatro pilares que sustentam
toda a história humana, vamos entender a cultura ao nosso redor, vamos entender
a nós mesmos e nosso relacionamento com Deus.
*1)
CRIAÇÃO; 2) QUEDA; 3) RESTAURAÇÃO/SALVAÇÃO; 4) CONSUMAÇÃO.
Tudo
na Bíblia e na história humana é sustentado ou está entrelaçado nestes quatro
pilares! Qualquer assunto que você pense está relacionado a um destes pilares.
Marcos começa o Evangelho
falando do “princípio” do Evangelho de Jesus Cristo. No “princípio” relacionado
a Gênesis Deus realiza sua obra criadora, tudo que existe é feito, chamamos
isso de Criacionismo.
A
pergunta que eu faria a você é: Por que um Deus triúno criaria o mundo?
Para ter a nossa adoração?
Mas os anjos já não o adoravam antes de sermos criados?
Para ter um relacionamento
pessoal conosco? Mas a trindade (Deus Pai, Filho e Espírito Santo) já não se
relaciona entre si na eternidade?
Por
que então nos criar?
Me
parece que Deus nos criou porque Ele escolheu compartilhar o que Ele possui
conosco: amor, justiça, alegria, paz, esperança, inteligência (tudo
limitado à nossa própria limitação é claro)!
Recebemos
isto no primeiro pilar (Criação); perdemos no segundo pilar (Queda), era
necessário o terceiro pilar (restauração) e aguardamos agora o último
(Consumação)!
Por isso Marcos retorna a
Gênesis: o Princípio, não da criação, mas da 3) Restauração, que só Jesus
Cristo pode fazer por meio do seu Evangelho,
suas “Boas Novas”.
Marcos é o único dos quatro
evangelhos que chama sua obra de “evangelho” (Mc 1.1), isto não é sem motivo.
Estamos iniciando um novo
ano, sonhos são renovados, projetos são elaborados, coisas que talvez ficaram
em suspenso em 2020 voltarão à nossa mente, mas a mensagem Bíblica é que as
“Boas Notícias” se concretizam em
primeiro lugar na presença de Jesus Cristo de uma forma concreta na história, na
nossa história.
*Marcos cita dois profetas, Malaquias 3.1 e
Isaias 40.3:
“1. Enviarei o meu mensageiro, que preparará o caminho
diante de mim (...).” (Ml 3.1).
“3. Voz do que clama: Preparai o caminho do Senhor no
deserto; endireitai ali uma estrada para nosso Deus.” (Is 40.3).
Marcos não se equivocou ao
dizer que os textos pertenciam ambos a Isaias, mas seguiu o costume dos mestres
judaicos em citar apenas o nome do “profeta maior” ou mais antigo, que é Isaias.
Os dois textos mostram um
Deus imanente (que atua na
história humana). Em Malaquias Deus viria ao povo que suspirava por Ele, mas
antes viria um mensageiro.
Em Isaias 40 começa o
chamado “Livro da Consolação” de Judá, em que o profeta traz mensagens de conforto para o povo de Judá
cativo na Babilônia, necessitando de restauração (como é que Pedro chama Roma em 1 Pedro 5.13: Babilônia!).
Marcos mostra que o
precursor (João Batista) anunciou a mensagem de que a esperança chegou para os cativos!
A esperança sempre chega
para os que confiam suas vidas a Jesus!
Estamos apenas começando o
ano de 2021, e a mensagem do Evangelho de Marcos permanece ressoando nos nossos
ouvidos:
*Deus
está agindo na sua história! O tempo do cativeiro acabou! Jesus veio para
restaurar a sua vida! Restaurar o seu relacionamento com o Pai!
Eu
não sei qual é o seu problema neste primeiro domingo de 2021, mas eu sei que há
esperança em Jesus Cristo! Porque Deus participa da nossa história!
Há
uma forma melhor de começar um novo ano que voluntariamente convidar Jesus
Cristo para participar da minha história? Para Ele participar da sua
história?
Certamente
não!
Permita
que Jesus Cristo traga esperança ao seu coração neste ano de 2021, fazendo
parte da sua história!
Mas um segundo aspecto que
Marcos apresenta é...
*2) A TEOLOGIA DO DESERTO: REMOVE-SE A APARÊNCIA E RESSALTA-SE O
ESSENCIAL - (vv. 3 e 12)!
*“3. voz do que calma no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas
veredas.
(...)
12. Imediatamente, o Espírito o levou para o deserto.” (Mc 3. e 12).
Se Marcos 1.1 nos remete à
criação relatada em Gênesis e a restauração da criação em Jesus Cristo, Marcos
1.3 e 12 nos remete à experiência de Israel no deserto, onde os israelitas
foram disciplinados por Deus para preparação para a entrada na terra prometida.
Agora Deus está começando um novo “Êxodo”!
*Moisés teve sua experiência no deserto (Êx
3.1): “Moisés estava cuidando do rebanho
de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã, e
levou o rebanho para o lado oposto do deserto, chegando a Horebe, o monte
de Deus.”
*Israel teve sua experiência com Deus no
deserto (Nm 1.1): “O Senhor falou a
Moisés no deserto do Sinai,
na tenda da revelação, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano depois da
saída dos israelitas da terra do Egito.”. Aliás, o nome do Livro de Números
em hebraico é “bêmidhbar” (no
deserto).
Poderíamos lembrar Elias foi
ao deserto do monte Horebe e foi tratado por Deus (1 Rs 19.8); no deserto se
prepara um caminho para o Senhor (Is 40.3); Jesus, após seu batismo foi para o
deserto (Mc 1.12); no caminho do deserto a Damasco é que Saulo foi transformado
pelo poder de Jesus (At 8.3); em Apocalipse 12.6, a mulher foge para o deserto.
*Podemos dizer que há uma “Teologia do
Deserto” na Bíblia.
Deserto é lugar de secura,
de aridez, de frustração e de sofrimento, é o retrato da vida escassa. É onde o
povo de Deus padece, mas é também o lugar de encontro com Deus, de ser
alcançado pela sua graça, de ter experiências profundas com ele.
Deserto é o lugar de se
tornar “Povo de Deus”, como
no caso da peregrinação de Israel por cerca de quarenta anos.
O
deserto também é um lugar e novos compromissos com Deus: O Evangelho vem ao
homem na sua frustração, nos seus padecimentos e na aridez da sua vida sem intimidade
com Deus!
*Materialmente
falando, no deserto compreendemos o
valor do essencial: por exemplo água e alimento (não foi assim
com o povo de Israel que clamou por água e comida, Deus não o supriu com água,
maná e até codornizes?).
*Espiritualmente podemos afirmar a mesma
coisa: O deserto remove o supérfluo da
nossa vida, e ressalta aquilo que é essencial!
Mas Jesus disse que Ele dá a
“água da vida” e que Ele é o “pão da vida” (Jo 4.14 e 6.48)!
Jesus nos dá tudo aquilo que
é essencial! É interessante que, para o judaísmo, Deus estava no Templo; mas
para o Evangelho Deus está no deserto.
*Ele
está onde estão aqueles que sofrem!
Talvez
você esteja em um deserto em 2021, talvez você esteja no meio do deserto, ou
saindo do deserto!
Mas uma coisa é certa: deserto não é local de morada, é
local de passagem, é local de aprendizagem; de treinamento; é local de
avaliação; de compromisso; de firmar pacto e estabelecer votos; mas na Bíblia o deserto nunca é local definitivo de
morada das pessoas que se comprometem com Cristo (apenas os não
comprometidos com Deus morreram no deserto); porque há um tempo para o deserto e há o tempo de sair do deserto!
Se você ainda está no
deserto, aproveite para ter mais intimidade com Deus, para enxergar o que
realmente é essencial para
sua vida, seu casamento, sua família, seu trabalho, seus projetos; e então saia do deserto com um
relacionamento de intimidade ainda maior com Jesus Cristo! Se você já saiu
do deserto, não se esqueça de valorizar e buscar em primeiro lugar o que é
essencial, porque as demais coisas o Senhor acrescenta!
Por fim, a última
observação, podemos pensar que...
*3) AS BOAS NOVAS SÃO MUDANÇA (ARREPENDIMENTO) E COMPROMISSO (FÉ) (v.
4 e 15).
*“4. Assim apareceu João Batista no deserto,
pregando batismo de arrependimento
para perdão dos pecados.
5. Todos os da terra da Judeia e todos os moradores de
Jerusalém dirigiam-se a ele, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
(...)
15. e dizendo: Completou-se o tempo, e o reino de Deus
está próximo. Arrependei-vos
e crede no evangelho.” (Mc 4. 4-5 e 15).
O arrependimento pressupunha
que havia um problema na teologia
corrente da época, em que o fato de ser judeu já assegurava à pessoa a
salvação pelo pacto abraâmico ou aliança abraâmica.
*O evangelista Mateus, ao relatar o mesmo
texto de Marcos 1.4-5 sobre a pregação de João Batista diz o seguinte (Mt
3.8-9):
“8. Produzi fruto próprio de arrependimento.
9. Não fiqueis dizendo a vós mesmos: Abraão é nosso pai! Eu vos digo que até dessas pedras Deus pode dar
filhos a Abraão.” (Mt 3.8-9).
João Batista estava dizendo
que uma pessoa não tem nada intrinsicamente bom nela que possa lhe assegurar o
perdão automático de Deus: é necessário
arrependimento sincero, concreto, que “produza frutos próprios”!
Eu creio que ninguém gosta
de más notícias, mas tenho certeza que todos nós gostamos de boas notícias!
Como é bom receber uma
mensagem que uma pessoa querida está melhor de saúde, ou entrou na faculdade
que queria, ou comprou um bem que estava economizando para isso; ou realizou um
sonho que almejava tanto, como é bom receber notícias assim!
As boas notícias que João
Batista pregava e que Jesus pregou eram:
“Completou-se o tempo, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho”
*“Arrependei-vos”
é o grego “metanoeíte”. A palavra grega metanóia, que significa “mudar de mentalidade e voltar ao juízo correto, ou à forma de pensar
correta”, reflete a expressão hebraica Shub que frequentemente
(cerca de 120 vezes) no Antigo Testamento, tem o sentido espiritual de “retornar a Deus”.
No contexto da conversão
cristã, arrependei-vos aponta para uma mudança radical de vida, como
consequência da fé depositada na pessoa e obra de Jesus Cristo.
*O
Evangelho é um convite a rever a forma como se está vivendo, e adotar um novo
propósito de vida!
A cada início de novo ano,
muitas pessoas fazem promessas, na maioria das vezes a si mesmas, de que vão
mudar suas vidas: vão começar a fazer exercícios físicos, arranjar um emprego,
voltar a estudar, ser um melhor cônjuge, melhores pais...
Muitas dessas promessas, ou
podemos chama-las de auto compromissos, não são cumpridos porque importam em
uma mudança radical de pensamento, de hábito.
Mas é impossível ao homem
mudar sua própria natureza sozinho, é preciso retornar a Deus na pessoa de Jesus
Cristo, crer na suas Boas Novas, comprometer-se com Ele e só então as mudanças
profundas ocorrerão nas nossas vidas!
Eu não sei quais planos você
traçou para 2021, quais são seus objetivos, mas o convite de Deus é que cada um
de nós em primeiro lugar tenha revisto nossa forma de pensar (se nossa mente
ainda não é cativa de Deus) reveja a forma de falar (se nossa voz ainda não é a
voz de Deus), reveja nossa forma de agir (se nossos atos ainda não são para a
glória de Deus)!
Ao anunciar suas Boas Novas,
Jesus disse: “(...) Completou-se o tempo, (...).” (Mc 4. 4-5 e 15).
“O TEMPO”: “Ho Kairós”, é uma expressão que não
fala do tempo humano, que é o Chronos, mas fala do Kairós,
o tempo de Deus; o tempo que Deus determinou para vir ao mundo e realizar a obra
de salvação e restauração do que se havia corrompido pelo pecado.
*O
Evangelho é Esperança, por isso os primeiros 15 versículos de
Marcos são um convite a cada um de nós para este ano de 2021 nos arrependermos humildemente, reconhecermos diante de Deus que falhamos
em fazer o que é certo, a confessarmos que não somos senhores do nosso próprio
futuro e então, com esta mudança de mente (arrependimento), nos voltarmos para
Deus, para a pessoa de Jesus Cristo, crendo que só Ele é o propósito das nossas
vidas, para, pela Graça e Misericórdia, recebermos neste ano o que Ele tem
preparado para cada um de nós!
Quais são seus sonhos,
projetos ou planos para 2021?
Eles foram feitos baseado em
arrependimento e fé concreta em Jesus Cristo ou no nosso puro desejo e vontade?
Foram feitos para a Glória
de Deus, ou para nossa?
Foram feitos na dependência
de Deus, ou contando com nossa própria e limitada inteligência e força?
Minha oração é para que a
sua vida seja repleta de propósito e significado para este ano de 2021; que seja repleta das bênçãos de Deus,
mas que seja em primeiro lugar guiada pelo
Deus das bênçãos, que a minha e a sua mente estejam cheias, repletas,
transbordantes, das “Boas Notícias” de Jesus Cristo, o nosso Senhor!
Vamos orar!
Linhares, 1º de janeiro de
2021.
Pr.
Marcos José Milagre
PIB
Linhares - ES
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