sexta-feira, 26 de outubro de 2012

IGREJAS NÃO DEVEM PAGAR ICMS NAS CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA E TELEFONIA FIXA

IGREJAS NÃO DEVEM PAGAR ICMS NAS CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA E TELEFONIA FIXA

A imunidade tributária corresponde, no tradicional conceito de Aliomar Baleeiro, às "vedações absolutas ao poder de tributar certas pessoas (subjetiva) ou certos bens (objetiva) e, às vezes uns e outras".

Nossa Constituição (CRFB/88) previu em seu art. 150, inciso VI, alínea “b”, a imunidade tributária dos “templos de qualquer culto” nos seguintes termos:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
b) templos de qualquer culto;
(...)
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

O ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) é um imposto de competência Estadual, ou seja, são os Estados que o instituem, fiscalizam e arrecadam. Você pode verificar na sua conta de energia elétrica e de telefonia fixa e vai encontrar o mesmo.

No Estado do Espírito Santo, o Decreto nº 1.276-R, de 03 de fevereiro de 2004, deu nova redação ao art. 4º do Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação do Estado do Espirito Santo – RICMS/ES, aprovado pelo Decreto n.º 1.090-R, de 25 de outubro de 2002, regulando a imunidade tributária dos templos, e a forma de requerimento de tal reconhecimento junto à Secretaria de Estado da Fazenda.

Transcreve-se abaixo a redação dada ao art. 4º, do RICMS/ES:

Art. 4.º  O imposto (ICMS) não incide sobre:
(...)
XIV - operações relativas ao fornecimento de energia elétrica e prestações de serviços de comunicação feitas aos templos de qualquer culto, vedada a telefonia móvel celular, observado o seguinte:
a) a imunidade prevista neste inciso compreende as atividades relacionadas com as finalidades essenciais do templo, inclusive escolas, creches e centros sociais;
b) as empresas fornecedoras de energia elétrica ou prestadoras de serviços de comunicação somente poderão deixar de destacar o imposto incidente sobre as operações ou prestações que realizarem, após manifestação expressa da Secretaria de Estado da Fazenda – SEFAZ –, quanto ao reconhecimento da imunidade tributária;
c) a entidade interessada deverá encaminhar requerimento à Agência da Receita Estadual  que estiver circunscrito, instruído com:

1. prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ;
2. Revogado pelo Decreto n.º 1.305-R, de 14.04.04, efeitos a partir de 13.04.04.
3. alvará ou licença para funcionamento, expedido pelo município de sua localidade;
4. cópia autenticada do título de propriedade, do contrato de locação ou de qualquer instrumento legal que permita a utilização do imóvel;
5. nota fiscal/conta de energia elétrica emitida pela empresa de fornecimento de energia elétrica; e
6. relação das linhas telefônicas e respectivas cópias das notas fiscais de serviço de telecomunicações, que comprovem sua às utilização nas atividades do templo;
d) admitir-se-á a aglutinação, em um único requerimento, do pleito formulado por templos devotados ao mesmo culto, desde que localizados na circunscrição da mesma Agência da Receita Estadual, atendidos os requisitos da alínea c;
e) recebido o requerimento, juntamente com os demais documentos exigidos, a Agência da Receita Estadual submeterá o pedido à Gerência Fiscal, que, por meio da Supervisão de Comunicação e Energia, expedirá comunicado de reconhecimento de imunidade tributária, conforme modelo constante do Anexo LVII, caso haja deferimento do pleito, considerando-se aplicável o benefício somente a partir do mês subsequente ao da expedição do comunicado;
f) as empresas fornecedoras de energia elétrica ou prestadoras de serviços de comunicação deverão apresentar à SEFAZ, anualmente, até o dia 31 de janeiro, listagem ou arquivo magnético contendo os valores totais da operação ou da prestação, e do imposto dispensado na forma deste inciso; agrupados por templo e por município; e
g) a constatação de qualquer irregularidade ou utilização indevida do benefício, autoriza a sua imediata cassação.

Para que os templos de qualquer culto deixem de pagar o ICMS, que incide nas contas de energia elétrica e de telefone fixo (25% da conta), basta que o representante legal da Igreja (pessoa jurídica de direito privado tratada no Código Civil como “organização religiosa”, art. 44, IV, Lei 10.406/02), indicado em seu estatuto social, formule requerimento junto à Agencia da Receita Estadual da circunscrição onde esteja situado o templo, acostando os documentos acima relacionados.

Vale lembrar que a imunidade tributária “deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais edifícios anexos ao templo, ou mesmo que sejam destinados ao ensino religioso” (TJES, Agravo Interno nº 0020766-62.2007.8.08.0024, 4ª Câmara Cível, Relatora Desembargadora Eliana Junqueira Munhos Ferreira, DJES 19/06/2012).

Portanto, a Igreja também não deve pagar IPTU relativamente ao templo e ao prédio de educação religiosa, e na ótica do e. STF, até mesma a casa pastoral é imune à incidência de tal imposto (voto do Min. Gilmar Mendes, citando Aliomar Baleeiro no RE 325.822-2, julgado em 12/02/2002). Da mesma forma, os imóveis pertencentes às Igrejas que estejam alugados, cuja renda seja empregada na atividade fim da organização religiosa não perdem o direito à imunidade tributária.

Não entraremos em detalhes relativamente à imunidade tributária quanto aos demais impostos (IR - Imposto sobre a Renda; ITBI -Imposto de Transmissão de Bens Imóveis; IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor; IPI - Imposto sobre Produto Industrializado; IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte; ISS - Imposto sobre serviços, etc.) o caso do IPTU foi citado apenas por ser muito recorrente em processos judiciais), pois o propósito do singelo comentário é exclusivamente alertar os pastores, tesoureiros e líderes sobre a desnecessidade em se pagar ICMS relativamente ao serviço de energia elétrica e telefonia fixa, para que tais recursos possam ser empregados nas atividades fim da Igreja.

Se algum irmão tiver alguma dúvida envie um e-mail para marcosmilagre@hotmail.com, dentro da disponibilidade de tempo estaremos respondendo. Deus abençoe a todos.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

LIDERANÇA CRISTÃ POR INFLUÊNCIA

“LIDERANÇA CRISTÃ POR INFLUÊNCIA”.
(Atos 27)
Mensagem preparada para pregação na PIB João Neiva, em 21/10/2012, manhã.

Bom dia!

Hoje pela manhã vamos falar de um tema muito importante para nós como igreja, como servos de Jesus separados neste mundo para testemunhar do que Deus tem feito em nós e através de nós.

Vamos falar sobre liderança cristã.

Algum irmão pode estar pensando “mas eu não exerço cargo de liderança na igreja, acho que eu vou embora, na verdade eu não lidero nada em lugar nenhum”.

Eu asseguro que o texto em que vamos meditar vai ser útil para todos nós que aqui estamos, em razão do conceito de liderança que eu quero apresentar aos irmãos.

Aliás, qual o seu conceito de liderança? O que é liderança para você?

Você já pensou nisso?

Eu quero falar sobre o conceito de liderança que eu tinha; na verdade, sobre os conceitos de liderança que eu já tive; porque à medida que a gente vai ficando mais experiente (não mais velho, é claro, mais experiente), alguns conceitos vão mudando em nós, vamos aprendendo coisas novas, isso deve acontecer com você também.

Na minha adolescência e juventude, o meu conceito sobre liderança era a de magnetismo (liderança por magnetismo), aquele tipo de liderança que algumas pessoas tem que faz com que outras desejem seguí-lo simplesmente porque é aquela pessoa que está ali para liderar.

Parece que há um imã naquela pessoa que atrai a atenção de outras que desejam executar os projetos do líder.

Parece aquele filme “O patriota”, no momento mais tenso da batalha o personagem do Mel Gibson sai correndo com a bandeira americana, balas de canhão e de mosquete para todos os lados, um exército muito maior esperando, mas todos seguem o líder em direção ao perigo, talvez até de morte, sem pestanejar. Ele atrai as pessoas para si.

Quando direcionado para o mal esse tipo de liderança é muito perigoso. Acho que todos devem se lembrar de um alemão com um bigodinho esquisito chamado Adolf Hitler, que levou o mundo a uma guerra mundial em que milhões de pessoas morreram. Quando Hitler começou sua carreira ele era apenas um cabo do exército alemão, e fazia seus discursos em bares. Vejam o que esse líder fez em razão do magnetismo da sua liderança.

Mas quando usado para coisas boas esse estilo de liderança magnética é fantástica, na Bíblia nós temos o exemplo de Neemias, que liderou o povo de Israel a reconstruir os muros da cidade no tempo recorde de 52 dias.

Esse é um tipo de liderança que é um dom que alguns possuem, não todos, não há como criar isso em alguém com treinamento ou com estudos, é algo natural naquela pessoa. Alguns aqui devem se esse tipo de líder.

Eu não sou esse tipo de líder. Nunca fui. Por isso eu pensava que liderar não era para mim, eu não atraia as pessoas para executar os meus projetos. Por isso eu achei que nunca fosse liderar nada.

Mas o tempo vai passando e a gente muda alguns conceitos. Eu fiquei mais velho, fiz um concurso público e aos dezessete anos fui estudar na Escola de Aprendizes Marinheiros, na Prainha em Vila Velha.

No meio militar eu comecei a achar que liderança estava ligada a autoridade. Se alguém tinha uma graduação maior, esse era o líder. O capitão lidera, se ele não está o tenente, e vai descendo até que o cabo é quem lidera os soldados. Eu confundia, talvez você tenha feito isso, Liderança com Chefia. O líder/chefe, se podemos falar assim, exerce o comando porque ele tem autoridade delegada por alguém.

É aquela idéia de “eu mando e você obedece”.

Mas o tempo passou e eu via pessoas que possuíam essa autoridade, mas que eram péssimas em matéria de liderança. E eu pensei: Esse cara não é um líder. Como um líder poderia ser tão boçal assim?

Você já pensou em liderança como eu, liderança por magnetismo ou por chefia? Ou algo parecido?

Você já pensou que liderar não é para você?

Então eu quero apresentar a você um conceito novo sobre liderança, um conceito que vai te trazer responsabilidade.

Você está preparado para ser um líder, uma líder?

Então vamos lá, por gentileza, abram suas Bíblias no livro de Atos, no capítulo 1. Para nós remirmos o tempo eu não vou ler todo o capítulo, vou ler agora apenas os versos 1 e 9 a 11.

A palavra de Deus nos diz assim (Atos 27.1 e 9 a 11):

“1. Determinou-se que navegássemos para a Itália. Então entregaram Paulo e alguns outros prisioneiros a um centurião chamado Júlio, do regimento imperial.
(...)
9. Decorrido muito tempo e tendo a navegação se tornado perigosa, porque já havia passado o Jejum, Paulo os advertiu,
10. Dizendo-lhes: Senhores, vejo que a viagem trará avaria e muita perda, não só para a carga e para o navio, mas também para vida de todos nós.
11. Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao dono do navio do que ao que Paulo dizia.”

Paulo havia sido preso em Jerusalém, passou pelo julgamento diante dos governadores Felix e Festo, defendeu-se diante do rei Agripa, mas, por possuir também a cidadania romana, Paulo apelou para ser julgado por César, por isso foi enviado a Roma.

O capitulo 27 de atos no qual vamos meditar sobre liderança cristã relata a difícil viagem que Paulo e seus companheiros Lucas e Aristarco fizeram em direção a Roma.

O texto narra o naufrágio do navio que conduzia Paulo em razão de uma terrível tempestade.

Eu achei incrível o estilo de liderança de Paulo no meio de tão violenta tempestade, porque, sejamos sinceros, liderar não é fácil, quem trata com pessoas sabe as dificuldades que enfrenta, mas liderar sendo prisioneiro, em um navio de madeira no meio do mar mediterrâneo, com uma tempestade monstruosa e o navio a ponto de afundar, é fantástico.

Você já deve ter lido esse capítulo, você pode estar se perguntando: Onde é que Paulo lidera nesse negócio? Onde é que ele comanda o navio? Quando é que ele toma o timão do navio e começa a gritar “levante a vela”, soltem as amarras...”?

A resposta é: Nunca! Paulo nunca comandou esse navio.

Mas como é que ele liderou então?

Paulo liderou pela influência.

Eu gosto muito do conceito de liderança de um Pastor que é especialista na matéria de liderança, John Calvin Maxwell, ele define liderança como a “arte de influenciar pessoas”.

Com esse conceito em mente, que nós vamos desenvolver durante a reflexão, eu gostaria que nós analisássemos a liderança de Paulo durante esse momento de crise que levou o navio em que ele estava ao naufrágio.

Pensando no apóstolo Paulo, eu gostaria de destacar apenas duas características do líder cristão em momentos de crise, e a primeira delas é que:

1) O líder cristão não pode se omitir, mesmo não estando no comando ele pode e deve influenciar pessoas (v. 9-11).

9. Decorrido muito tempo e tendo a navegação se tornado perigosa, porque já havia passado o Jejum, Paulo os advertiu,
10. Dizendo-lhes: Senhores, vejo que a viagem trará avaria e muita perda, não só para a carga e para o navio, mas também para vida de todos nós.
11. Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao dono do navio do que ao que Paulo dizia.

O navio em que Paulo estava, com duzentas e setenta e seis pessoas ao todo (verso 37), havia aportado em um lugar chamado “bons portos” próximo à cidade de Laséia, na ilha de Creta.

Imagine que esse templo aqui é um navio de madeira. Quantas pessoas cabem sentadas aqui, mais ou menos?

Vamos imaginar que estamos aqui em duzentas e setenta e seis pessoas, isso além da carga que nós estamos transportando.

Nós temos o capitão do navio, a tripulação que está sob seu comando. O dono do navio veio junto na viagem para garantir o seu dinheiro. Temos o centurião romano, chefe da equipe de segurança do navio, para vigiar os presos; e temos outros passageiros, como Lucas e Aristarco, que eram companheiros de Paulo, mas que não estavam presos.

Agora não sei se você se recorda que Paulo era prisioneiro no navio. Você já viu preso ter voz em algum lugar? “Vamos consultar aqui o preso para saber o que ele acha do transporte que está levando ele...”. Ninguém faz isso.

Agora pense na situação de Paulo. Ele recebeu a orientação do Espírito Santo de que eles não deveriam deixar aquele porto e procurou as pessoas que estavam na posição de comando naquele navio (o capitão, o dono do navio e o centurião) para dizer que ele não deviam partir.

Mas o verso 11 diz que chefe da segurança dos presos, o centurião, dava mais ouvidos ao capitão e ao dono do navio do que a Paulo.

Agora se coloque no lugar de Paulo. Você está preso. Você não entende nada de navio ou de mar. Seu negócio é a lei, é pregação. Você iria procurar o seu carcereiro, o capitão do navio (o sujeito cuja vida era navegar), e o dono do navio (com interesse em entregar a carga para receber o dinheiro do transporte) para dizer que o navio não devia sair do porto?

Você teria coragem de fazer isso?

É isso mesmo que você devia fazer! Por que o líder Cristão não pode e não deve se intimidar e se omitir em influenciar pessoas com os valores do reino de Deus, porque você foi comissionado por Jesus para ser um líder que influencia pessoas.

Mateus 5, versos 13, 14 e 16:

“13. Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder suas qualidades, como restaurá-lo? Para nada mais presta, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens.
14. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte.
(...)
16. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está no céu.”

Você deixaria de influenciar as pessoas que te cercam por que você não tem o comando direto sobre aquelas pessoas?

Deixe-me dar alguns exemplos práticos para nós pensarmos.

Você está na fábrica, mas não é chefe de turno, ou supervisor, ou diretor. Mas você enxerga que as condições de trabalho ali não estão adequadas, ou talvez existam riscos que só você esteja vendo, você não procuraria a pessoa que está em posição de comando para falar com ela sobre o assunto porque você não está naquela posição de comando?

Você está na escola e presencia um colega fumando, ou talvez até usando algum tipo de droga, ou na companhia de pessoas vendem essas coisas; ou você simplesmente vê um colega sendo vítima de bullying. Mas você não é a diretora da escola, não é a supervisora e não é o professor. Você vai ficar sentado na sua carteira, comodamente, porque não é você que está no comando direto daquelas pessoas?

Você está na sua casa, seus filhos estão rebeldes, andando em más companhias, não querem mais vir na igreja, talvez até já começaram a ingerir bebidas alcoólicas, ou experimentaram algum outro tipo de droga, você vai ficar inerte só porque agora acredita que é ele quem está no comando da própria vida?

Há muitos cristãos que não exercem a liderança pela influencia no mundo que os cerca. Muitos acham que precisam ser o dono da bola para jogar. É uma doença que o teólogo inglês John Stot chama de “holofotite”, a pessoa tem uma necessidade de estar sob as luzes, sendo alvo de um culto da sua própria personalidade. “Se eu não estiver no volante, passageiro é que eu não vou ser”.

Mas você não precisa ser o Pastor ou o professor da EBD, ou o líder de um determinado ministério para exercer a liderança por influência.

Você é um líder neste mundo, porque Jesus disse que você deve influenciar pessoas com os valores do reino de Deus. Você é sal da terra e luz do mundo, não se omita, assuma a sua posição de líder cristão. Como está registrado na carta de Tiago: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tiago 4.17).

Líderes são aqueles que influenciam pessoas. Líderes Cristãos são aqueles que influenciam pessoas com os valores ensinados por Jesus Cristo. Sal da terra e luz do mundo.

E quando um líder cristão não se omite pessoas são abençoadas por isso. Paulo não se omitiu, mesmo em meio à adversidade climática (havia uma tempestade), mesmo em desvantagem social (ele estava preso), mesmo sendo só mais um passageiro em meio a outros duzentos e setenta e cinco pessoas naquele navio ele não se calou, ele não se omitiu.

A tripulação do navio, aqueles que trabalhavam na condução do navio, queriam fugir usando os botes, pensando que iam se salvar (versos 30 a 32), mas Paulo mais uma vez, influenciando o centurião disse que todos se salvariam, mas só se ficassem no navio. Então as cordas dos botes foram cortadas e aqueles homens não puderam deixar o navio, e o verso 44 diz “Assim todos chegaram salvos à terra.

A liderança de Paulo por meio da influencia abençoou os demais prisioneiros. No verso 42 nós vemos que os soldados queriam matar todos os prisioneiros, para que estes não fugissem, mas o centurião Júlio não permitiu que isso ocorresse, e porque? Verso 43. Para salvar Paulo.

Pessoas são abençoadas quando nós não nos omitimos em exercer a liderança cristã através da influência.

Faça isso no seu local de trabalho, na sua escola e na sua família, leve às pessoas os valores que você tem aprendido na Bíblia, na igreja, na Escola Bíblica Dominical. Você não tem duas vidas: Uma na igreja e outra no mundo. Você é sal da terra e luz do mundo, dentro e fora destas paredes, creia que você é um líder cristão onde quer que você esteja, coloque em prática essa influência.

Mas influenciar pessoas tem seus percalços, suas adversidades. Nem sempre as pessoas vão receber uma palavra da nossa parte com bons olhos.

Por isso, o segundo aspecto que eu destaco no caráter de Paulo sobre liderança cristã em momentos de crise é que:

2) O líder cristão sabe lidar com resistências (v. 9 a 11).

Vamos voltar aos versos 9 a 11:

9. Decorrido muito tempo e tendo a navegação se tornado perigosa, porque já havia passado o Jejum, Paulo os advertiu,
10. Dizendo-lhes: Senhores, vejo que a viagem trará avaria e muita perda, não só para a carga e para o navio, mas também para vida de todos nós.
11. Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao dono do navio do que ao que Paulo dizia.

Entremos em um navio imaginário. O navio está atracado em um lugar chamado bons portos, não é o melhor lugar para passarmos o inverno, mas certamente ele não vai afundar estando ancorado. Mas você percebe que o dono do navio e o comandante estão dando pressa nos marinheiros para que o navio zarpe. Só que você sabe que se ele sair daquele porto ele estará perdido, uma tempestade vai afundar o nosso navio.

Vamos nos colocar no lugar de Paulo, nós somos prisioneiros, mas sabemos a verdade, sabemos o que vai acontecer se esse navio deixar o porto. Então, como líderes cristãos nós não nos intimidamos, procuramos o dono do navio, o capitão e o centurião responsável pelo nosso transporte. Contamos a eles o que vai acontecer, dizemos “olha se esse navio sair deste porto vai se perder a carga e o navio vai afundar. Todos nós correremos grande perigo”.

Nós esperamos que as pessoas nos ouçam, que mudem de atitude com nossa orientação. Nós esperamos que as pessoas que buscamos influenciar recebam nossa orientação e mudem de postura.

Mas o dono do navio diz que nós não somos marinheiros, não entendemos nada de navios; o comandante diz que já fez não sei quantas vezes aquela rota, não tem perigo algum. E o centurião, o agente penitenciário responsável pelo nosso transporte dá ouvidos a quem entende de navio (o capitão e o dono do navio). E nosso alerta foi ignorado, mesmo sabendo que estamos certos.

Como você se sentiria se isso acontecesse com você? Você quer ajudar, quer orientar, mas quem você quer influenciar não está disposto a ouvi-lo. Você ficaria frustrado?

Foi isso que aconteceu com Paulo, e acontece conosco no nosso dia-a-dia.

Tentamos ajudar as pessoas, e não podemos deixar de fazer isso, mas elas às vezes não nos dão ouvidos.

Como devemos reagir? Como líderes cristãos que tem o dever de ser sal da terra e luz do mundo, como devemos nos comportar diante da resistência das pessoas?

Em primeiro lugar, devemos confiar que Deus está no controle de todas as coisas. Volte algumas páginas na sua Bíblia e olhe o que está escrito no capítulo 23, verso 11 (Atos):

“11. Na noite seguinte, o Senhor lhe apareceu e disse: Sê corajoso! Como deste testemunho de mim em Jerusalém, assim é necessário que o dês também em Roma.

Antes de começar aquela viagem Deus já havia assegurado a Paulo que ele chegaria a Roma.

Às vezes nós nos esquecemos de quem está no controle das coisas. Ao menor sinal de tempestade já ficamos prostrados, deixamos de salgar e iluminar o mundo.

O próprio Jesus nos comissionou para fazermos diferença, para sermos referência, não temos que nos intimidar, não temos do que nos envergonhar. Deus sempre esteve, Deus está e Deus sempre estará no controle das nossas vidas e de tudo mais que existe.

Nós não podemos desanimar com resistências. Porque nós é que devemos influenciar as pessoas com a nossa atitude, não sermos influenciados pelas atitudes delas.

Você já pensou nisso? Que é você quem deve influenciar as pessoas e não o contrário.

Voltando à ordem de sermos “sal da terra” e “luz do mundo”.

Por acaso o sal deixa de ser sal porque alguém colocou uma tampa na panela para que você não possa salgar o que está lá dentro?

Por acaso a luz deixa de ser luz porque alguém colocou uma cortina na janela para que a luz não entre?

O que está fora de nós não pode alterar o que temos em nós.

Você foi separado por Cristo para ser embaixador dele neste mundo. Você é templo do Espírito Santo.

Mas como é que eu quebro essa resistência das pessoas em serem influenciadas?

Vejamos Paulo:

Paulo não odiou aqueles homens que rejeitaram a sua palavra.

Eu já ouvi uma expressão que as crianças falam que é assim: “Belém, Belém, nunca mais tô de bem”.

Tem líder que é assim. Se as pessoas não querem seguir o projeto que ele traçou, ou se fazem alguma sugestão, aquilo é uma ofensa sem tamanho, acabou a amizade. Mas o líder cristão que influencia pessoas trabalha com outra expressão: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

É trabalho contínuo. Você falou com seu filho que as companhias que ele está seguindo não são adequadas, mas ele insiste em continuar com aquela turma, não desista, veja se tem alguém que ele respeite, talvez um irmão mais velho, um tio, um primo, e peça para essa pessoa conversar com ele.

Seu chefe não te dá ouvidos. Não desanime, dê um tempinho, ore, espere uma brecha, e eu tenho certeza que ela vai aparecer, e volte ao assunto, sem mágoa pela primeira rejeição, pelo contrário, sua palavra deve ser de ânimo e esperança para a pessoa que você está tentando influenciar.

Paulo fez isso no verso 21 “Senhores, devíeis ter-me ouvido e não ter partido de Creta para evitar avaria e esta perda. 22. Agora vos aconselho que não vos desanimeis, pois não se perderá a vida alguma entre vós, mas somente o navio.

E o verso 25 parte “a”: “Portanto, senhores, tende coragem!

O líder cristão não esfrega sal grosso nas feridas de ninguém.

O líder cristão encoraja, fortalece, cuida e consola, porque foi assim que Jesus nos ensinou.

Mas precisamos ter em mente que o líder cristão também não compactua com os erros nem passa a mão na cabeça, Paulo disse “Senhores, devíeis ter-me ouvido”, é a ideia que Jesus transmite, por exemplo, no trato com a mulher apanhada em adultério (“Nem eu te condeno. Vai e não peques mais” – João 8.11). Errou? Errou! Mas eu estou com você para nós começarmos uma nova caminhada.

Como líderes cristãos não podemos desanimar. Mantenha-se em oração e continue firme no propósito de influenciar aquela pessoa que você tem como seu alvo com os valores do reino.

Foi assim que Paulo agiu como líder que influenciou a direção do navio sem nunca ter tocado no timão do mesmo, é assim que todos nós podemos liderar pessoas pela influência, para sermos usados por Deus para abençoar pessoas.

CONCLUSÃO:

Você é um líder cristão, todos nós somos líderes cristãos, porque fomos chamados para influenciar as pessoas deste mundo com a ética cristã e com as boas novas do evangelho.

Sejamos sal da terra e luz do mundo.

Curve a sua cabeça neste momento.

Vamos orar.

ORAÇÃO.

Linhares, 19 de outubro de 2012.

Marcos José Milagre
Seminarista PIB Linhares

IGREJAS NÃO DEVEM PAGAR ICMS NAS CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA E TELEFONIA FIXA

IGREJAS NÃO DEVEM PAGAR ICMS NAS CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA E TELEFONIA FIXA

A imunidade tributária corresponde, no tradicional conceito de Aliomar Baleeiro, às "vedações absolutas ao poder de tributar certas pessoas (subjetiva) ou certos bens (objetiva) e, às vezes uns e outras".

Nossa Constituição (CRFB/88) previu em seu art. 150, inciso VI, alínea “b”, a imunidade tributária dos “templos de qualquer culto” nos seguintes termos:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
b) templos de qualquer culto;
(...)
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

O ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) é um imposto de competência Estadual, ou seja, são os Estados que o instituem, fiscalizam e arrecadam. Você pode verificar na sua conta de energia elétrica e de telefonia fixa e vai encontrar o mesmo.

No Estado do Espírito Santo, o Decreto nº 1.276-R, de 03 de fevereiro de 2004, deu nova redação ao art. 4º do Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação do Estado do Espirito Santo – RICMS/ES, aprovado pelo Decreto n.º 1.090-R, de 25 de outubro de 2002, regulando a imunidade tributária dos templos, e a forma de requerimento de tal reconhecimento junto à Secretaria de Estado da Fazenda.

Transcreve-se abaixo a redação dada ao art. 4º, do RICMS/ES:

Art. 4.º  O imposto (ICMS) não incide sobre:
(...)
XIV - operações relativas ao fornecimento de energia elétrica e prestações de serviços de comunicação feitas aos templos de qualquer culto, vedada a telefonia móvel celular, observado o seguinte:
a) a imunidade prevista neste inciso compreende as atividades relacionadas com as finalidades essenciais do templo, inclusive escolas, creches e centros sociais;
b) as empresas fornecedoras de energia elétrica ou prestadoras de serviços de comunicação somente poderão deixar de destacar o imposto incidente sobre as operações ou prestações que realizarem, após manifestação expressa da Secretaria de Estado da Fazenda – SEFAZ –, quanto ao reconhecimento da imunidade tributária;
c) a entidade interessada deverá encaminhar requerimento à Agência da Receita Estadual  que estiver circunscrito, instruído com:

1. prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ;
2. Revogado pelo Decreto n.º 1.305-R, de 14.04.04, efeitos a partir de 13.04.04.
3. alvará ou licença para funcionamento, expedido pelo município de sua localidade;
4. cópia autenticada do título de propriedade, do contrato de locação ou de qualquer instrumento legal que permita a utilização do imóvel;
5. nota fiscal/conta de energia elétrica emitida pela empresa de fornecimento de energia elétrica; e
6. relação das linhas telefônicas e respectivas cópias das notas fiscais de serviço de telecomunicações, que comprovem sua às utilização nas atividades do templo;
d) admitir-se-á a aglutinação, em um único requerimento, do pleito formulado por templos devotados ao mesmo culto, desde que localizados na circunscrição da mesma Agência da Receita Estadual, atendidos os requisitos da alínea c;
e) recebido o requerimento, juntamente com os demais documentos exigidos, a Agência da Receita Estadual submeterá o pedido à Gerência Fiscal, que, por meio da Supervisão de Comunicação e Energia, expedirá comunicado de reconhecimento de imunidade tributária, conforme modelo constante do Anexo LVII, caso haja deferimento do pleito, considerando-se aplicável o benefício somente a partir do mês subsequente ao da expedição do comunicado;
f) as empresas fornecedoras de energia elétrica ou prestadoras de serviços de comunicação deverão apresentar à SEFAZ, anualmente, até o dia 31 de janeiro, listagem ou arquivo magnético contendo os valores totais da operação ou da prestação, e do imposto dispensado na forma deste inciso; agrupados por templo e por município; e
g) a constatação de qualquer irregularidade ou utilização indevida do benefício, autoriza a sua imediata cassação.

Para que os templos de qualquer culto deixem de pagar o ICMS, que incide nas contas de energia elétrica e de telefone fixo (25% da conta), basta que o representante legal da Igreja (pessoa jurídica de direito privado tratada no Código Civil como “organização religiosa”, art. 44, IV, Lei 10.406/02), indicado em seu estatuto social, formule requerimento junto à Agencia da Receita Estadual da circunscrição onde esteja situado o templo, acostando os documentos acima relacionados.

Vale lembrar que a imunidade tributária “deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais edifícios anexos ao templo, ou mesmo que sejam destinados ao ensino religioso” (TJES, Agravo Interno nº 0020766-62.2007.8.08.0024, 4ª Câmara Cível, Relatora Desembargadora Eliana Junqueira Munhos Ferreira, DJES 19/06/2012).

Portanto, a Igreja também não deve pagar IPTU relativamente ao templo e ao prédio de educação religiosa, e na ótica do e. STF, até mesma a casa pastoral é imune à incidência de tal imposto (voto do Min. Gilmar Mendes, citando Aliomar Baleeiro no RE 325.822-2, julgado em 12/02/2002). Da mesma forma, os imóveis pertencentes às Igrejas que estejam alugados, cuja renda seja empregada na atividade fim da organização religiosa não perdem o direito à imunidade tributária.

Não entraremos em detalhes relativamente à imunidade tributária quanto aos demais impostos (IR - Imposto sobre a Renda; ITBI -Imposto de Transmissão de Bens Imóveis; IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor; IPI - Imposto sobre Produto Industrializado; IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte; ISS - Imposto sobre serviços, etc.) o caso do IPTU foi citado apenas por ser muito recorrente em processos judiciais), pois o propósito do singelo comentário é exclusivamente alertar os pastores, tesoureiros e líderes sobre a desnecessidade em se pagar ICMS relativamente ao serviço de energia elétrica e telefonia fixa, para que tais recursos possam ser empregados nas atividades fim da Igreja.

Se algum irmão tiver alguma dúvida envie um e-mail para marcosmilagre@hotmail.com, dentro da disponibilidade de tempo estaremos respondendo. Deus abençoe a todos.

sábado, 6 de outubro de 2012

QUEM TEM SEDE VENHA: RECEBA A ÁGUA DA VIDA!

“QUEM TEM SEDE VENHA: RECEBA A ÁGUA DA VIDA!”
(Apocalipse 22.17)
Mensagem preparada para pregação na PIB Linhares, em 03/05/2012, noite.

Boa Noite, por gentileza, abram suas Bíblias no Livro de Apocalipse, capítulo 22, verso 17. Coloquem-se de pé para ouvir a leitura que farei na versão de Almeida Século XXI.

A palavra de Deus nos diz assim:

“17. O Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; quem quiser, receba de graça a água da vida.” (Apocalipse 22.17).

INTRODUÇÃO:

QUEM TEM SEDE, VENHA: RECEBA A ÁGUA DA VIDA!

O livro de Apocalipse sem foi alvo de muitas histórias por parte da cristandade.

Muitos acreditam que é o livro do fim do mundo, que apresenta sinais de “como o mundo vai acabar”. Alguns têm medo de ler o Apocalipse.

Mas o livro de Apocalipse não tem nada de assustador, muito pelo contrário, é um livro de esperança, escrito também para sustentar a fé dos cristãos dos primeiros séculos.

Cristãos que morriam martirizados (crucificados, queimados vivos, lançados aos animais) apenas por não cultuarem a figura do imperador romano e por se negarem a abandonar a fé em Jesus Cristo.

O livro do Apocalipse traz o um retrato do céu no capítulo 21 e nos assegura a vitória de Cristo sobre o pecado e as forças do mal. A vitória final dos salvos e a habitação destes com Deus.

O verso 3, do capítulo 21 diz que Deus habitará entre os homens. Que figura bonita.

Mas eu gostaria que nós pensássemos no verso 17 que lemos.

O último capitulo da Bíblia, a apenas 5 versículos do final, e ainda há um convite de Deus para todos os seres humanos.

Por isso, eu quero que você preste bastante atenção: Deus não desiste de você enquanto você estiver vivo ou até que Jesus volte, Deus tem um convite: VENHA!

O convite é ainda mais específico: Quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.

Nesta noite eu gostaria que nós investigássemos o que essa “água da vida” representa para mim e para você.

Vamos verificar a natureza dessa água que é oferecida. Que água é essa que Deus diz que nós precisamos e quais são as suas propriedades.

Em primeiro lugar a água da vida é:

1) Água purificadora (v. 17).

“17. O Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; quem quiser, receba de graça a água da vida.” (Apocalipse 22.17).


Nós estamos tão acostumados com água corrente saindo das nossas torneiras que não temos a compreensão do valor que a água possui para aqueles que vivem em regiões áridas do nosso país e do mundo.

A água é um tesouro para quem tem sede. Alguns especialistas dizem que a próxima guerra mundial não ocorrerá por causa de terras ou de petróleo, mas por causa da água potável.

No contexto da palestina do primeiro século a água representava a diferença entre a vida e a morte, no livro Gênesis nós vemos a peregrinação de Isaque e da sua casa em razão da disputa por água.

Mas a água não tinha apenas a finalidade de ser ingerida pelos homens e animais. Ela também tinha uso na religião.

A primeira vez que a água foi usada com fins religiosos foi com o sentido de purificação.  No capítulo 35, no verso 2 de Gênesis, nos vemos Jacó e sua família purificando-se com água e mudando suas roupas, logo após jogarem fora os “deuses estrangeiros” (algumas imagens, provavelmente de deuses cananitas.

É interessante o uso dessa figura de água com fins purificadores, o capítulo 22 de Apocalipse que lemos traz no seu verso 14 a afirmativa de que são:

Bem-aventurados os que lavam suas roupas para que tenha direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas!

Essa é uma lição importante, quem não lava suas vestes na água da vida, não tem acesso à árvore da vida.

Ou seja, quem não se purifica não tem acesso a Deus. Deus é santidade, e em Romanos 3.23, nós vemos que a mancha que carregamos é a do pecado, que nos afasta de Deus.

O Salmo de número 24, versos 3 traz o seguinte questionamento:

3. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem poderá permanecer no seu santo lugar?

O verso 4 traz a resposta:

4. Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega sua vida à mentira, nem jura com engano.”

Então para receber a água da vida primeiro nós precisamos reconhecer que não estamos limpos.

E limpeza aqui não diz respeito ao exterior, muito embora seja agradável estarmos limpos, cheirosos, a nossa necessidade de purificação é interior.

Jesus disse isso quando tratou com os fariseus que acusavam seus discípulos de comerem sem lavar as mãos.

A resposta de Jesus aos fariseus pode nos ajudar a entender melhor a necessidade da água da vida para purificação e assim termos acesso a Deus, vamos ao texto de Mateus 15, versos 17 a 20:

“17. Não compreendeis que tudo o que entra pela boca e desce para o estômago é depois expelido?
18. Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso que torna o homem impuro.
19. Por que do coração é que saem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade sexual, furtos, falsos testemunhos e calúnias.
20. São essas coisas que tornam o homem impuro; mas o comer sem lavar as mãos não o torna impuro.”

Jesus estava ensinando que o aquilo que impede o homem de ver a Deus é aquilo que está na sua mente, no seu coração.

Eu vou dizer com todas as letras o tipo de impureza que impede qualquer homem de ver a Deus: PECADO.

Sim, pecado. Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo diz que todos nós somos pecadores (Romanos 3.23).

Desta forma nós partimos da idéia de que todos nós precisamos da água da vida que o capítulo 22, verso 17, de Apocalipse fala.

Eu preciso da água da vida. Você precisa da água da vida.

Todos precisamos de purificação para vermos a Deus. Mentes e corações impuros pelo pecado não tem acesso a Deus.

Portanto, eu quero que você pense nesta noite. Você acha que está com o seu coração e a sua mente puros para encontrar-se com Deus?

Se você tivesse que se encontrar com Deus neste momento, você tem mãos limpas e coração puro?

O primeiro passo para ser purificado pela água da vida é reconhecer que não se está puro.

Muitos não gostam de pensar nisso, porque as consequencias podem ser muito ruins. Mas é algo necessário, eu diria imprescindível para cada um de nós. PURIFICAÇÃO.

Mas o texto fala em “água da vida”. É como se ele dissesse, esta água que é oferecida traz vida.

Então a segunda propriedade da água da vida que eu destaco é a de ser:

2) Água restauradora (v. 17). Que traz restauração.

“17. O Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; quem quiser, receba de graça a água da vida.” (Apocalipse 22.17).

Eu cresci em um ambiente rural, como filho de um pequeno agricultor e sempre achei muito interessante a resposta que as plantas tem à água.

Às vezes eu observava aquelas mudas de café recém plantadas, um pouco amareladas após os primeiros dias do plantio sob o sol, e pensava: Acho que perdemos tempo, vai ser preciso replantar as mudas.

Mas assim que a muda recebia água, seja da chuva ou de irrigação, no dia seguinte ela já apresentava uma coloração mais verde.

É como se ela tivesse recebido uma energia não sei de onde, um vigor que eu pensava que ela não possuía.

Mas ela não possuía o que precisava: água.

Espiritualmente falando nós não somos diferentes das plantas. Nós precisamos da água da vida que o capitulo 22, verso 17 de Apocalipse fala.

E essa água da vida é tão importante para o nosso renovo, para a nossa restauração, que nós podemos notar até mesmo paralelismo entre o capítulo 22 de apocalipse e o capítulo 47 de Ezequiel. Antigo e Novo testamento estão em consonância quanto à importância da água da vida para que haja restauração e cura.

Dois livros proféticos escritos com quase 600 (seiscentos anos de diferença entre um e outro) em perfeita consonância.

Ezequiel foi escrito por volta do fim do século VI antes de Cristo e Apocalipse por volta do ano 90 depois de Cristo, mas ambos possuem referencias à restauração promovida pela água da vida.

O texto de Ezequiel 47, diz o seguinte. Vou ler apenas os verso 1 e 12:

“1. Depois disso, ele me levou de volta à entrada do templo, e vi água saindo por baixo da soleira do templo, e direção ao Oriente; e a água descia pelo lado Sul do templo, ao Sul do Altar.
(...)
12. Junto do rio, em ambas as margens nascerá todo tipo de árvore que dá fruto comestível. A sua folha não murchará, nem o seu fruto faltará. Dará novos frutos nos seus meses, porque as suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento, e a sua folha, de remédio.

O texto de Ezequiel fala de renovo, de restauração e de suprimento que vem da parte de Deus. Tudo isso como consequência da passagem das águas que saem do templo, na cultura judaica, a habitação de Deus na terra.

Agora vamos voltar a Apocalipse, capitulo 22, nos versos 1 e 2, à visão de João:

“1. Então, o anjo mostrou-me o rio da água da vida, claro como o cristal, que saía do trono de Deus e do Cordeiro,
2. no meio da praça da cidade. De ambos os lados do rio estava a árvore da vida, que produz doze frutos, de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações.

Mais uma vez temos uma profecia falando da água da vida, que produz restauração e cura. O texto de Zacarias 14.8 tem a mesma idéia: águas vivas que fluem de Deus.

Mas o que isso tem a ver conosco? Esses textos falam de prosperidade?

Não, esses textos não falam de prosperidade.

Falam de que então?

Eu respondo com uma pergunta a você?

Você sente a necessidade de que alguma área da sua vida seja restaurada? Alguma área da sua vida precisa de cura?

Suas emoções. Sua vida conjugal. Seu relacionamento com seus filhos, ou seu relacionamento familiar. Sua paz, sua fé, sua esperança no futuro. Eu não tenho como enumerar todas as necessidades que você pode estar sentido.

Esses são só alguns exemplos de áreas que podem estar precisando de renovo, de restauração na sua vida. Áreas que podem estar precisando de cura.

Ambos os textos, de Ezequiel e de Apocalipse falam em cura e restauração.

Todos nós que aqui estamos precisamos que alguma área da nossa existência seja trabalhada, mas só você mesmo pode saber o quão importante é que essa área seja cuidada com carinho, com amor.

Há uma área das nossas vidas que somente a água da vida pode restaurar, somente ela pode curar: O nosso relacionamento com Deus, o Pai.

Não há mais ninguém que possa devolver a você a paz, nem há ninguém que possa restaurar seu relacionamento com Deus que não aquele que tem a água da vida, aquele que é a própria água da vida.

Você quer paz, quer esperança? Isso é sede da água da vida.

O texto diz: VENHA! VENHA!

Deus fala para você: Venha! Como você está, Venha!

Há uma resposta para você. Há restauração na água da vida.

(...)

Até aqui nós aprendemos que a água da vida traz purificação, para que possamos ver a Deus (nós precisamos reconhecer nossa necessidade de sermos purificados do pecado – isso se chama arrependimento).

Nós ainda compreendemos que a água da vida pode restaurar as áreas da nossa vida que precisam de renovação, que precisam ser curadas.

Agora eu apresentar aquele que é único que pode nos purificar de todo pecado, aquele que pode curar nossas enfermidades físicas, emocionais e espirituais, que pode restaurar todas as áreas da nossa vida:

3) O único que tem a água da vida (verso 17).

“17. O Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; quem quiser, receba de graça a água da vida.” (Apocalipse 22.17).

O cânon está se fechando, faltam apenas cinco versículos para o fim do texto Bíblico, e ainda é feito este convite: “Quem tem sede, venha;

Mas quem faz esse convite para você, quem faz esse convite para mim?

Quem pode nos dar a água da vida?

Eu gostaria de ler o texto que está registrado no evangelho de João, capítulo 4, versos 7 a 14. O texto é um pouco longo, mas é importante que o próprio dono da água da vida fale:

João 4, versos 7 a 14. O texto narra o encontro de Jesus com uma mulher samaritana à beira de um poço de onde ela retirava água:

“7. Então veio uma samaritana tirar água. E Jesus lhe disse: Dá-me um pouco de água.
8. Pois seus discípulos tinha ido à cidade comprar comida.
9. Disse-lhe, então, a mulher samaritana: Como tu, um judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? Pois os judeus não se davam bem com os samaritanos.
10. Jesus lhe respondeu: Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me um pouco de água, tu lhe pedirias e ele te daria água viva.
11. E a mulher lhe disse: Senhor, tu não tens com que tirar a água, e o poço é fundo; onde, pois, tens essa água viva?
12. Por acaso és maior que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, assim como também filhos e seu gado?
13. Jesus respondeu: Quem beber desta água voltará a ter sede;
14. mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para vida eterna.”

Certamente foi um encontro que a mulher samaritana nunca esqueceu.

Jesus se apresenta como aquele que pode dar água viva àquela mulher.

Ele é o único que pode dar essa água viva, que vai nos purificar, nos curar, que vai restaurar nossa família, que vai nos curar da principal enfermidade que nos atinge, o pecado.

E algo muito preocupante acontece nesse encontro. A mulher fala com Jesus e ele diz a ela no verso 10 “Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me um pouco de água, tu lhe pedirias e ele te daria água viva.

Isso indica que, primeiro, ela não conhecia Jesus, e, segundo, para receber água da vida é preciso estar disposto a pedir por ela, estar disposto a buscar.

Por isso o verso 17 de Apocalipse 22 é um convite: “Quem tem sede, venha.

Jesus oferece a água da vida, mas o pedir, o buscar o aceitar, é conosco. É comigo, é com você.

Com isso é preciso refletir: O que eu estou disposto a deixar para que Jesus possa me dar (e te dar) a água da vida? Você está disposto a pedir isso a Jesus?

Isso traz preocupação, pois muitas pessoas não estão dispostas pedir água da vida. Muitas vão vivendo, dia-após-dia sem ter um compromisso com Cristo. Sem que Jesus tenha liberdade para purificá-las, tratá-las, restaurar suas vidas e as suas famílias.

Muitos são acusados, assim como o povo de Israel, de abandonar a Deus, sofrendo assim tudo aquilo que a ausência de Deus provoca.

Essa acusação feita pelo profeta Jeremias há tantos séculos caberia a muitos hoje em dia (Jeremias 2.13):

“13. Porque o meu povo cometeu dois delitos: eles me abandonaram, a fonte de águas vivas, e cavaram para si cisternas furadas, que não retêm água.”

Duas acusações são feitas: A primeira é o afastamento de Deus, a falta de compromisso com Deus, o não buscar a Deus. A segunda é resolver as coisas do próprio modo.

Alguém estará suprindo sua sede por Deus. Jesus ou você.

Mas a palavra diz que Jesus é o único que pode nos dar água viva, que nunca acaba, e que conduz à vida eterna junto de Deus.

Quem escolhe satisfazer sua própria sede, ao seu modo, é como se guardasse água em um recipiente furado.

Água retirada de um lugar parado já não é boa, mas de um recipiente furado é mais difícil. Lata furada não retém água. A sede nunca acaba.

Sede de paz, sede de justiça, sede de esperança, sede de fé, sede de sentido para a vida, sede de Deus.

Jesus é o único que pode dizer “(...) quem crê em mim jamais terá sede.” (João 6.35).

Se você tem sede de Deus hoje é o momento de buscá-lo, de receber água da vida das mãos de Jesus unicamente.

Não é à toa que o convite para receber a vida eterna tenha sido registrado no último capitulo do último livro da Bíblia.

A mensagem é: Enquanto você estiver vivo Jesus está oferecendo água da vida que conduz à vida eterna, mas o texto fala em sede. Quem tem sede de Deus não pode esperar, o momento é hoje, é agora.

CONCLUSÃO:

QUEM TEM SEDE, VENHA: RECEBA A ÁGUA DA VIDA DE CRISTO JESUS!

1) ÁGUA PURIFICADORA;

2) ÁGUA RESTAURADORA, DE CURA;

3) ÁGUA QUE SÓ JESUS PODE TE DAR.

Os cristãos do primeiro século, que receberam em primeira mão a mensagem registrada no livro de Apocalipse, não tinham muitas coisas que possuímos hoje: Carros, televisão, celular etc.

Mas eles tinham algo que nós precisamos aprender. Eles tinham a fé necessária para morrer pelo que acreditavam, eles provaram da água da vida.

Essa mesma água da vida é oferecida por Jesus a você. É a graça de Deus.

Curve a sua cabeça neste momento.

Você que entendeu a mensagem desta noite, entendeu que só Jesus pode saciar a sede de paz que você sente. Paz na sua vida, paz na sua família, este é o momento.

Jesus oferece restauração e cura. Mas você precisa vir, você precisa reconhecer que tem sede de Deus.

Se você fez essa oração, eu o convido você a levantar uma de suas mãos, corajosamente aceitando a Cristo como seu salvador, deixe que Ele seja o Senhor da sua vida, deixe Jesus te dar a paz.

Há mais alguém, este é o momento.

Vamos orar.

ORAÇÃO.

Linhares, 03 de junho de 2012.

Marcos José Milagre
Seminarista PIB Linhares