sexta-feira, 8 de abril de 2016

“QUANDO NOS ENCONTRAMOS COM JESUS”

“QUANDO NOS ENCONTRAMOS COM JESUS”
(João 8.1-11)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 02/04/16, domingo, noite.

Boa noite irmãos e amigos.

Nesta noite o foco da nossa reflexão estará sobre o nosso encontro com Jesus.

Jesus disse que onde dois ou três se reúnem em “nome dele”, ali ele está no meio deles (Mateus 18.20).

Nesta noite nós temos muito mais que dois ou três aqui reunidos neste local de culto, e esta reunião é feita em nome de Jesus, portanto Jesus está conosco nesta noite.

Mas todos nós nos encontramos de uma forma diferente com Jesus. Nenhum encontro é como o outro, porque todos nós somos diferentes, e fazemos escolhas diferentes.

Por isso eu quero convidar vocês a refletirem comigo em um texto bíblico que mostra um encontro de várias pessoas com Jesus, como nesta noite.

E essas pessoas também eram diferentes, como nós somos diferentes, e elas agiram de forma diferente ao se encontrar com Jesus.

Eu peço a vocês que abram suas Bíblias no Evangelho Segundo João, capítulo 8, a partir do verso 1º (eu farei a leitura até o 11):

“1. (...).” (João 8.1-11).

QUANDO NOS ENCONTRAMOS COM JESUS.

Vamos orar mais uma vez.
Pensando neste encontro, nós precisamos analisar todas as pessoas envolvidas e a resposta delas a Jesus.

E o primeiro grupo de pessoas que se encontrou com Jesus é o...
        
1) GRUPO DOS QUE ESTÃO MAIS PREOCUPADOS COM OS ERROS ALHEIOS (v. 3-6).

“3. Então os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio de todos,
4. disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.
5. Na Lei, Moisés nos ordena que tais mulheres sejam apedrejadas. E tu, que dizes?
Eles diziam isso para colocá-lo à prova, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo.” (João 8.3-6).

O primeiro grupo de pessoas que se encontrou com Jesus é o mais barulhento, brigão, que tem prazer em apontar os erros dos outros.

Na narrativa que lemos, esses são escribas e fariseus. Eles queriam usar o pecado da mulher para colocar Jesus em dificuldade.

Eles citam que a Lei determinava que a mulher adúltera fosse apedrejada. O texto de Deuteronômio 22.23-24 diz que uma mulher virgem, prometida ao seu noivo, que tivesse relações intimas com outro homem seria apedrejada. O verso 22 de Deuteronômio 22, dizia que tanto o homem, quanto a mulher, apanhados em adultério deveriam ser mortos.

No Mishná (Sanhedrin 7.4), que é o ensino dos rabinos (ou a tradição oral que foi escrita), dizia que os adúlteros casados deveriam ser estrangulados e a noiva adultera deveria ser apedrejada.

Nós não temos nenhuma evidência de que essa distinção existisse nos dias de Jesus.

Mas o caso é que tudo isso era uma armadilha para Jesus. E uma armadilha bem trabalhosa. Eles tiveram que ficar vigiando uma mulher para esperar ela cometer o adultério, apreende-la, procurar Jesus, levar a mulher até ele, só para tentar colocá-lo em xeque.

A estratégia era a seguinte: Se Jesus dissesse que apedrejar a mulher era errado, ele seria acusado pelos Fariseus de não cumprir a Lei de Moisés, e para todo o povo judeu a Lei era a própria palavra de Deus, assim Jesus estaria desobedecendo a Deus.

Se ele dissesse que era certo apedrejar a mulher, decepcionaria o povo, pois eles já tinham conhecido a graça que Jesus pregava. E, ainda, colocariam Jesus em dificuldades com o Império Romano, pois somente a justiça Romana podia autorizar a pena de morte.

Ou seja, parecia o plano perfeito. Não tinha erro.

Mas para o plano dar certo eles precisavam expor o que havia de pior na vida de uma pessoa. Sabe aquele pecado que traz vergonha até para a própria pessoa pensar nele?

É o tipo de pecado que às vezes nós seres humanos pensamos que está escondido, mas que não é secreto para Deus que sonda nossos pensamentos e nossos sentimentos. E como no caso da mulher adúltera, não era segredo também para os homens.

Eu imagino aqueles homens com os dentes rangendo de raiva, aquele brilho maligno no olhar, só esperando Jesus dar qualquer resposta, para eles talvez apedrejarem tanto a mulher quanto Ele.

E eles com as pedras nas mãos e as mãos coçando para jogar aquelas pedras contra aquela pecadora.

Mas o plano só parecia perfeito. Como aquele desenho do papa-léguas, em que os planos do coiote pareciam infalíveis, mas que sempre davam errado.

Porque não havia como Jesus ser pego em uma artimanha dessas. Como enganar aquele que conhece os pensamentos dos homens? Não é possível!

Jesus devia olhar para aqueles homens como nós olhamos para um grupo de crianças que vem dedurar o coleguinha porque ele empurrou o outro, quando você viu que, na verdade, todos eles estavam se empurrando.

Por isso Jesus retira o foco dos pecados da mulher e volta os olhos daqueles homens para um lugar diferente: “-Se vocês querem procurar pecados, comecem olhando para dentro de vocês mesmos!

Quem estiver sem pecados, que atire a primeira pedra!

Muitas vezes nós estamos com pedras nas mãos quando nos encontramos com Jesus. Estamos prontos para machucar outras pessoas, porque enxergamos muito bem os pecados delas.

Enxergamos a impaciência do cônjuge, a rebeldia dos filhos, a grosseria do empregador, a falta de amor das pessoas que nos circundam.

Mas ficamos cegos para nossos próprios pecados. E, como diz o profeta Isaias 59.2, “são os nossos pecados que fazem separação entre nós e Deus”.

Você tem pedras nas mãos nessa noite? (...) Os pecados de quem você gostaria de contar para todo mundo? (...)

Mas a pergunta correta é: Como você mesmo está diante de Deus?

Por isso, nesta noite, Jesus te convida a deixar essas pedras e a olhar para o seu próprio coração, e a contar os seus pecados para Ele, porque só Jesus pode te perdoar e dar um sentido novo à sua vida.

Não deixe o seu encontro com Jesus nesta noite passar sem que abra seu coração diante dele.

Mas, prosseguindo na nossa reflexão, o segundo grupo que se encontrou com Jesus é o...

2) GRUPO DA MULTIDÃO SEM COMPROMISSO (v. 1-2 e 9).

“1. Mas Jesus seguiu para o monte das Oliveiras.
2. De manhã cedo, ele voltou ao templo, e todo o povo foi ao seu encontro; e Jesus sentando-se passou a ensiná-lo.
9. Ao ouvirem isso, todos foram saindo um a um, começando pelos mais velhos; e ficaram apenas Jesus e a mulher, em pé no mesmo lugar.” (João 8.1-2 e 9).

Pouco se fala do “povo” quando ouvimos sobre esta belíssima história da Graça de Deus.

O povo tinha se reunido para ouvir Jesus. Não devia ser pouca gente, porque Jesus sempre atraia multidões para junto de si.

Então o povo estava lá aprendendo com Jesus, e, de repente chega aquela bagunça dos escribas e fariseus, arrastando uma mulher, gritos, choro, uma confusão tremenda.

Eles ouviram a sentença dos fariseus, de que Lei determinava que a mulher fosse apedrejada.

Eu penso até que algumas pessoas daquele povo devem ter se juntando ao sentimento dos fariseus, afinal a Lei dizia que era preciso apedrejar aquela mulher. Então esses apanharam também uma pedra para esperar o momento da execução.

Outros devem ter mantido a distância. Não iam se envolver em um caso de adultério, execução; vai que governo de Roma decide executar os apedrejadores!

Eles se colocaram na condição de expectadores. Era só esperar “o circo pegar fogo”! Como tem gente que gosta de ver o “circo pegar fogo”.

Mas todo esse povo também foi apanhado de surpresa pelas palavras de Jesus.

O texto mostra que depois que Jesus convidou os presentes a fazerem um autoexame de suas vidas (quem não tiver pecados que atire a primeira pedra), só restaram a mulher adúltera e Jesus.

Ninguém fica indiferente a um encontro com Jesus. Você que está aqui nesta noite não vai sair indiferente às palavras de Jesus.

Eu preciso dizer que você não está em cima do muro, espiritualmente falando.

Não tomar uma decisão já é uma decisão. Jesus não quer que você simplesmente assista aos cultos. Jesus quer que você seja transformado pelo encontro com Ele.

Mas outra categoria de pessoas que precisamos considerar, quando falamos em um encontro com Jesus, é...

3) O GRUPO DOS QUE FOGEM DE UM ENCONTRO COM JESUS (v. 3-4).

“3. Então os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio de todos,
4. disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.” (João 8.3-4).

Uma mulher foi apanhada em flagrante adultério.

Qual é o sujeito oculto da frase? Quem está faltando nessa narrativa?

O homem apanhado em flagrante adultério!

No texto de Mateus 5.28 Jesus veio a estabelecer que mesmo quando alguém olha para uma mulher e a deseja, já cometeu adultério no seu coração, não é preciso ter um relacionamento íntimo.

Mas neste texto que lemos a mulher foi apanhada no ato de adultério. Então havia um adultero com ela.

Não há como saber se ele “deu no pé”, correu mais que a mulher, ou se os fariseus escolheram apenas a mulher para colocar Jesus à prova, mas o fato é que esse sujeito que o texto não menciona, também não teve um encontro com Jesus neste dia.

Muitas pessoas têm fugido de um encontro com Jesus.


E não precisa ser uma fuga física. Você não precisa levantar e sair correndo deste culto para fugir de Jesus.

Você pode estar sentado aí neste banco, mas sua mente se recusa a se encontrar com Jesus, a ouvir aquilo que Jesus tem a dizer nesta noite.

Você pode estar desviando os seus pensamentos para o seu trabalho, para as decisões que você tomará amanhã, para seus problemas, ou talvez você só queira passar um momento agradável no domingo à noite. Ou agradar a alguém que gentilmente convidou você a estar aqui.

Talvez você só queira ir para casa, do mesmo jeito que aqui entrou.

Mas isso não vai te fazer bem nenhum.

Porque todos nós precisamos ter um encontro sincero com Jesus,

Ter o nosso íntimo sondado, nossos pecados confessados e olhar os olhos de Jesus para sermos transformados.

O olhar de Jesus e as suas palavras tem essa capacidade de nos fazer olhar para dentro de nós mesmos. No texto de Lucas 22.60-62 Pedro encarou o olhar de Jesus depois de negá-lo, e o verso 62 diz que “Pedro, saindo, chorou amargamente”.

Pedro chorou porque o seu encontro com Jesus provocou arrependimento, mas também provocou cura.

O povo entrou na presença de Jesus e saiu da presença de Jesus, mas nós não temos nenhuma evidência de que eles tenham sido transformados por este encontro.

Mas esta noite pode ser diferente, porque os olhos de Jesus estão sobre mim, e estão sobre você, e todos estamos em um encontro com Jesus.

Por isso responda ao olhar do Senhor nesta noite, para sua própria cura, para ter paz, para ter intimidade com Deus.

E, por fim, temos a última pessoa a examinar, ela faz parte do...

4) GRUPO DOS QUE TEM SUAS VIDAS TRANSFORMADAS (v. 10-11).

“10. Levantando-se e não vendo ninguém senão a mulher, Jesus lhe perguntou: Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?
11. Ela respondeu: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não peques mais.” (João 8.10-11).

Eu deixei esta mulher apanhada em adultério para o final, porque na história narrada por João ela também foi a última a sair da presença de Jesus.

Ela exemplifica perfeitamente a graça de Deus sobre a humanidade.

Porque ela era pecadora. A Bíblia diz que ela foi apanhada em flagrante adultério.

Nós podemos até ficar chocados com a conduta dos escribas e fariseus, que expuseram o pecado dela publicamente, e tentaram esse pecado para colocar Jesus em dificuldades.

Eu fico pensando, como seria se alguém inventasse uma máquina que mostrasse nosso pecado mais vergonhoso?

Uma espécie de televisão que alguém instalasse na rua e ao passarmos pela máquina, aparecesse em um telão, para todos assistirem, o pecado que nós cometemos e do qual mais nos envergonhamos.

Foi isso que os escribas e fariseus fizeram com esta mulher.

Mas Jesus não. Jesus não envergonha as pessoas. Jesus cura, restaura, devolve a dignidade, mas nunca envergonha uma pessoa.

Por isso, ao ser questionado, ele retirou o foco do julgamento daquela mulher para cada um dos acusadores, para que eles mesmos tivessem a oportunidade de avaliarem seus próprios pecados diante de Deus.

Porque a Bíblia diz no texto de Romanos 3.23 que todos nós somos pecadores, e que por isso fomos destituídos da graça de Deus.

Eu usei na EBD hoje um exemplo que pode nos fazer entender a forma como Jesus olhou espiritualmente tanto para mulher apanhada em adultério como para os seus acusadores.

É como se nós estivéssemos cada um em uma canoa. E logo abaixo no rio nós tivéssemos uma grande queda d’água, como aqueles filmes ou desenhos que assistimos.

Você não precisa fazer nenhum esforço para chegar à queda d’água, cair e morrer, o rio sozinho te conduz para a morte. Isso é o pecado que em nós habita.

Por isso não adianta só fazer boas coisas, é como se nós estivéssemos da nossa canoa entregando uma cesta básica à pessoa da canoa vizinha, nós continuamos descendo o rio em direção à queda d’água e da morte.

Nós sozinhos não conseguimos remar rio acima, a correnteza é mais forte.

Alguns vão remar rio abaixo, para chegar mais rápido à morte. Essas são as pessoas que voluntariamente escolhem cometer outros atos pecaminosos. Vão chegar mais rápido à morte. Porque o texto de Romanos 6.23 diz que o salário do pecado é a morte.

A única saída é gritar por socorro, para ver se alguém pode nos ajudar. E essa pessoa é Jesus. Só ele é quem nos livra da morte eterna, distante de Deus e nos dá uma nova vida.

E esse pedido de socorro é feito de forma individual.

Porque o texto mostra que depois que todos saíram restaram Jesus e a mulher somente naquele lugar.

É exatamente deste jeito que todos nos encontramos nesta noite: sozinhos e diante do olhar de Jesus.

Este é o tempo de mudar a história. Porque as duas frases de Jesus mostram dois atributos de Deus em perfeito equilíbrio: a Justiça e o Amor de Deus.

O amor de Deus diz: Você se arrependeu, por isso eu não te condeno.

A justiça de Deus diz: Vá e não peques mais.

Jesus devolveu a vida e a dignidade àquela mulher naquele encontro.

E ele também quer fazer isso nesta noite com cada um que veio se encontrar com Ele neste local de culto.

CONCLUSÃO:

Eu e você também nos encontramos com Jesus nesta noite! E Jesus nos convidou a olhar para nós mesmos, nos convidou a deixarmos que Ele nos perdoe e transforme nossas vidas.

Mas a grande questão é a seguinte:

Qual é sua resposta a este encontro com Jesus?

Eu quero orar para que o Espírito Santo de Deus ajude você nessa resposta!

Feche seus olhos por gentileza.

E agora, ainda com os olhos fechados, eu preciso perguntar nesta noite:

Depois deste encontro tão especial com o Senhor. Você quer receber Jesus como Senhor e Salvador da sua vida? Levante uma de suas mãos para que possamos orar mais uma vez por você!

Vamos orar neste momento.

Linhares, 02 de abril de 2016.

Pr. Marcos José Milagre

PIB Linhares

“ESTAR, SER E FAZER”

“ESTAR, SER E FAZER”
(Marcos 1.14.20)

Bom dia irmãos.

Nesta manhã eu quero refletir junto com os irmãos sobre três perguntas que vão definir toda a nossa vida com Deus.

E eu quero fazer primeiro as três perguntas de forma natural a três irmãos, para depois nós compreendermos a realidade espiritual por trás delas:

1ª pergunta: Onde você está?

Esta pergunta é importante porque a resposta nos diz onde estamos. Nos informa qual é a nossa posição neste mundo. Quem não sabe onde está, é porque está perdido, desorientado. Por isso nós precisamos sempre saber onde estamos.

2ª pergunta: Quem é você?

A resposta a esta segunda pergunta diz quem somos. Qual é a nossa natureza. Nós somos identificados por quem somos.

Você não sabe quem é, a menos que possa responder a esta pergunta.

Somente as pessoas que passaram por um trauma físico (uma pancada na cabeça), ou um trauma psicológico, ou uma enfermidade não sabem quem são.

Deve ser natural alguém saber a própria identidade.

E por fim, a 3ª Pergunta: O que você faz?

Aqui nós temos uma noção de ocupação. De sentido para a vida. O que nós fazemos nos dá uma ideia de propósito para a vida.

Toda pessoa saudável tem uma ocupação. Somente aqueles que estão em coma vegetativo é que não possuem uma ocupação, seja o trabalho, seja um hobby, seja uma missão. Todos nós precisamos de uma ocupação para que a nossa vida possua significado.

Nós vimos estas perguntas de forma natural. Agora eu quero aplicar isso de forma espiritual.

Por isso, eu peço que vocês abram suas Bíblias no Evangelho Segundo Marcos, capítulo 1, a partir do verso 14:

“14. (...).” (Marcos 1.14-20).

ESTAR, SER E FAZER. Vamos orar mais uma vez.

Pensando na primeira pergunta, sobre onde estamos, a primeira verdade que o texto nos mostra é que...     

1) PRECISAMOS ESTAR COM DEUS (v. 17 e 18).

“17. Disse-lhes Jesus: Vinde a mim, e eu vos tornarei pescadores de homens.
18. Então, imediatamente, eles largaram as redes e o seguiram.” (Mc 1.17-18).

Eu preciso dizer algo muito importante nesta manhã, a primeira coisa que Deus espera de nós, seu primeiro convite, não é para fazermos coisas, mas é para estarmos com ele.

Há muitas pessoas invertendo a ordem das coisas. Deus não nos chamou em primeiro lugar para fazer, mas para Estar com ele.

Isto traz muitas complicações, porque há pessoas crendo sinceramente, mas de forma errada, que por fazerem coisas para Deus, estarão com Deus.

Isso não é verdade. Jesus contou uma parábola sobre essas pessoas (Mateus 7.22-23), Ele disse assim: “Naquele dia, muitos me dirão: Senhor, Senhor, nós não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? Em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais o mal”.

Pessoas que fizeram muitas coisas e criam sinceramente que estavam certas, mas Jesus vai dizer a essas pessoas: Eu nunca conheci vocês!

A premissa é: Quem não está com Jesus, quem não anda com Jesus, não é conhecido por Jesus.

Por isso, você pode fazer muitas coisas. Poder ir às reuniões de uma igreja, pode fazer trabalho social, pode pregar, pode cantar, pode tocar um instrumento, pode ser professor ou aluno da Escola Bíblia Dominical.

Mas se você não estiver, em primeiro lugar, com Jesus, nada disso tem qualquer significado.

Esta confusão sobre o “estar” com Deus e o “fazer” para Deus tem trazido muita dor espiritual e emocional para as pessoas.

Porque muitas pessoas que se preocupam em fazer para Deus, sem primeiro estar com Deus, nunca encontram paz duradoura em seus corações!

Porque o convite de Jesus é (Mateus 11.28): “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”.

Muita gente, mesmo de igreja, anda sobrecarregado e cansado. A vida é um fardo, os dias são pesados. Porque não estão perto o suficiente de Jesus.

Porque a palavra de Cristo não mente: Quem vai até ele cansado e sobrecarregado, Ele alivia!

Por isso o convite de Jesus aos seus discípulos é: VINDE!

Esse convite para estar com Jesus repercute para todos os homens, por isso Jesus disse em Marcos 8.34 “Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

Mas como nós podemos estar com Deus?

Deus falando pela boca do profeta Jeremias nos dá essa resposta (Jeremias 29.13): “Vós me buscareis e me encontrareis, quando me buscardes de todo o coração”.

Eu e você nunca vamos estar com Deus, se nós não o buscarmos de todo o nosso coração. E a expressão “todo o coração” é com a inteireza do nosso ser.

Deus não nos quer na mesa dele teclando no celular e falando “uhum, tô ouvindo, pode falar”.

Nossa atenção deve estar focada no Senhor!

Deus também não nos quer na presença dele ocultando pecados nos nossos corações. Deus não quer mentiras, não quer injustiça, não quer orgulho, não quer namorados tendo intimidades que só casais casados deveriam ter. Deus não quer o pecado!

Nós não podemos estar com Deus se tivermos pecados não confessados no nosso coração!

Por isso o Profeta Isaias diz (Is 59.2) que nos nossos pecados, ou maldades, ou iniquidades, fazem separação entre nós e Deus.

Se você quer estar com Deus, se arrependa sinceramente, confesse seus pecados, e não peques mais.

Porque aquele que pede perdão, já pensando em pecar novamente, é porque não se arrependeu.

Nós precisamos estar com Deus também para que nossas orações sejam respondidas.

Foi Jesus quem disse isso (João 15.7): “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será concedido”.

Você quer ter paz? Quer que suas orações sejam respondidas (claro, sempre do jeito que o Senhor deseja). Então permaneça em Cristo.

E eu quero refazer a 1ª pergunta, agora de forma espiritual: Onde você está (em relação a Cristo)?

Eu disse que esta pergunta é importante porque a resposta nos diz onde estamos. Quem não sabe onde está, é porque está perdido, desorientado.

Quem está longe de Jesus está perdido. Desorientado.

Há muita gente desorientada neste mundo. Mas os discípulos de Jesus têm na sua palavra promessas de alívio para o coração, descanso para a alma e resposta às suas orações, se estivermos, de todo o nosso coração com Ele.

E então Ele estará conosco. Até a consumação dos séculos.

Mas a segunda coisa, como consequência de estar com Jesus é...

2) SER AQUILO QUE JESUS DESEJA QUE SEJAMOS (v. 17).

“17. Disse-lhes Jesus: Vinde a mim, e eu vos tornarei pescadores de homens.” (Mc 1.17).

Jesus convidou seus primeiros discípulos a estarem com Ele, e já garantiu a eles que Ele os transformaria em outras pessoas.

Então nós chegamos à segunda pergunta: Quem é você?

Espiritualmente falando, o discípulo de Jesus se identifica com Jesus: “Eu sou um Crente em Jesus”; ou, “eu sou Cristão”.

O nome pelo qual alguém se identifica é muito importante.

Porque você não pode ser duas pessoas (criminalmente isto é falsidade ideológica). Você não pode ser o “Marcos” e o “Sebastião” ao mesmo tempo.

Espiritualmente também é impossível ser Cristão e ser qualquer outra coisa.

Quando Deus se identificou para Moisés Ele disse (Exôdo 3.13-14): “Eu sou o que sou” (hebraico: Ehyeh Asher Ehyeh). “’Eu sou’ me enviou a vós

Deus se identifica como “Eu sou”. Ele não era, e não será. Deus é. Ele não muda.

Seus discípulos também não devem mudar. Onde nós estivermos precisamos ser cristãos. Há muita gente que, infelizmente, muda seu comportamento dependendo do ambiente onde se encontra.

Está no local de culto é de uma forma. Em casa é de outra. Com os amigos é ainda outra.

Uma vez eu ouvi uma história de uma criança que disse que queria morar na igreja, então perguntaram à criança porque ele disse aquilo, e ela respondeu: Porque aqui na igreja papai é crente.

Por isso o crente não pode mudar seu comportamento. Porque nós carregamos em nós o nome do Senhor Jesus Cristo. É muita responsabilidade.

A nossa identidade sincera com o Senhor nos assegura um relacionamento diferente com Deus de pessoa que não são Cristãos (é o que diz o texto de 2 Crônicas 7.14): “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.

Deus disse que vai ouvir as orações de quem? Não é de qualquer um, mas é do povo que se chama pelo meu nome.

Somente quem escolhe estar com Jesus é transformado por Ele em um Cristão. É uma nova vida. É como Saulo, que convertido passou de perseguidor a perseguido e teve seu nome mudado para Paulo.

É uma transformação completa. Ao escrever esta mensagem eu me lembrei do Livro “O Peregrino”, do Pr. John Bunyan.

Quem ainda não leu vale a pena a leitura. Uma joia da literatura mundial.

É a história de um homem, o Peregrino, que carrega um pesado fardo em suas costas. Mas quando ele encontra a cruz de Cristo, o fardo se solta de suas costas e ele encontra alívio, paz e direção para sua vida. Então ele deixa de ser o peregrino e passa a se chamar Cristão.

Todos quanto um dia tiveram esse encontro transformador com Cristo, hoje são cristãos.

No Capítulo 5 do Evangelho segundo Mateus (conhecido como “O sermão do monte”) Jesus diz aos seus discípulos que eles (ou nós que somos discípulos dele), seremos bem-aventurados por sermos cristãos, e que o Cristão é: pobre em espírito; humilde; têm fome e sede de justiça; é misericordioso; limpo de coração; pacificador; perseguido por causa da justiça de Cristo.

Jesus também disse que somos o Sal da Terra e Luz do Mundo.

Com isso Jesus estava dizendo que a nossa existência deve fazer diferença neste mundo.

Mas antes de entrar na questão do fazer, eu quero perguntar a você que me ouve nesta manhã: Você tem convicção de quem é?

Você pode dizer para qualquer pessoa escutar? Eu sou um servo do Senhor Jesus!

Essa é nossa identidade. Esse é quem somos. É com esse nome (Cristão), que o nosso nome vai estar escrito no livro da vida, e somente entrarão no céu os que se identificarem com o nome precioso de Jesus.

Por fim, chegamos à parte operosa das perguntas. E o texto mostra que depois de convidar os seus discípulos, de transformá-los, de dar um novo nome, Jesus os enviou a...

3) FAZER O QUE O MESTRE MANDOU (v. 17).

“17. Disse-lhes Jesus: Vinde a mim, e eu vos tornarei pescadores de homens.” (Mc 1.17).

Por isso a terceira pergunta nos remete ao “fazer”. Há uma sequência espiritual lógica: Primeiro você está com Cristo, depois você se identifica com Cristo, então, naturalmente, você faz o que Cristo mandou.

O “fazer” também tem alguns riscos contra os quais nós precisamos estar vacinados.

O principal deles é a vaidade, ou o orgulho.

“-Olhem para mim, como eu prego bem”. “-Veja como eu toco, veja como eu canto bem, eu merecia aplausos”.

-Eu faço isso, fiz aquilo

Mas Bíblia é muito rica em alertas sobre a vaidade em fazer a vontade do Senhor. Eu vou citar dois textos que mostram isso. Os dois são bem pesados.

Um é uma fala de Jesus. O outro é uma fala de Paulo:

Lucas 17.9-10: “Por acaso agradecerá ao servo, porque este fez o que lhe foi ordenado? Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for ordenado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer”.

1 Coríntios 4.13: “Cansamo-nos trabalhando com as próprias mãos. Quando somos ofendidos, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando difamados, respondemos amigavelmente. Até o momento, somos o lixo do mundo e a escória de todos”.

Já bastaria esta palavra de Jesus para mostrar que ninguém tem o direito de se tornar orgulhoso, por cantar, pregar, fazer evangelismo, ação social ou seja lá o que o Senhor tenha nos comissionado.

Mas Paulo compreendeu bem o sentido das palavras de Jesus. Não é que o nosso trabalho não tenha valor, Ele é estimado por Deus, mas nós não devemos nos gloriar em nós mesmos, nem devemos esperar aplausos do mundo.

Há muita gente querendo ficar “diante do trono”, mas poucos dispostos a tomar a cruz de Cristo a cada dia e conduzir outras pessoas a Cristo.

Porque o nosso “fazer” irmãos, deve ser sempre para a glória de Deus, não para a nossa.

É por isso que Jesus disse em Mateus 5.16, que a nossa luz deve resplandecer diante dos homens “para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu”.

Tudo o que fazemos deve ser porque, em primeiro lugar, estamos com Cristo, e somos cristãos sinceros, e nossos atos e palavras vem de um coração temente ao Senhor.
Por isso eu quero fazer a terceira pergunta novamente: O que você faz (e acrescento: é para a glória de Deus, ou para a sua)?

Eu chego ao fim desta mensagem dizendo a você que me ouve:

1) Jesus chamou seus discípulos para estarem com ele. ESTEJA VOCÊ TAMBÉM COM JESUS. PERMANEÇA EM JESUS.

2) Jesus transformou aqueles que aceitaram o seu convite para estar com ele. Deixe que Jesus transforme toda a sua vida e seja um cristão autêntico.

3) Jesus fez dos seus discípulos pescadores de homens, para a glória de Deus. FAÇA VOCÊ TAMBÉM, TUDO O QUE JESUS NOS MANDOU FAZER. E FAÇA PARA A GLÓRIA DE DEUS!

ESTAR, SER E FAZER.

Vamos orar neste momento.

Linhares, 06 de março de 2016.

Pr. Marcos José Milagre

PIB Linhares