terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

SENHOR DO CÉU E DA TERRA

 

*“SENHOR DO CÉU E DA TERRA”

(Marcos 1.21-45)

Sermão preparado para a PIB Linhares, em 10/01/2021, domingo noite (Série em Marcos – 3).

 

Boa noite irmãos.

 

Dando sequência à nossa mediação no Evangelho de Jesus Cristo Segundo Marcos, vamos refletir nos versículos 21 a 45 do 1º Capítulo de Marcos.

 

Pensei neste tema, “Senhor do Céu e da Terra”, para entendermos a atuação de Jesus Cristo e o alcance das Boas-Novas do Reino de Deus nas nossas vidas.

 

E para tanto eu peço a todos que abram suas Bíblias no Evangelho segundo Marcos, no capítulo 1º, a partir do verso 21:

 

“21.” (Marcos 1.21-45).

 

“SENHOR DO CÉU E DA TERRA!”.

 

Vamos orar mais uma vez!

 

Você deve ter percebido que a nossa leitura abrangeu alguns “blocos” que narram episódios diferentes no Ministério de Jesus: A cura de um endemoninhado em Cafarnaum; a cura da sogra de Pedro; e a Cura de um leproso.

 

A questão é: Como conciliar estas narrativas de fatos diferentes sob a mesma área de reflexão e aplicação às nossas vidas nesta noite?

 

Não tenho a pretensão de esgotar o assunto, mas me chamou a atenção essa possibilidade de estudar estes tópicos com narrativas diferentes, justamente por apresentarem uma realidade espiritual que nós não conseguimos enxergar de forma concreta, real, prática no nosso dia-a-dia: A de que Jesus é Senhor do Céu e da Terra! Por isso o tema da mensagem.

 

*E digo isso porque nós temos como natural o desenvolvimento de processos, a subdivisão das coisas e das tarefas na nossa vida, para que elas façam mais sentido, para que possamos nos ocupar de uma coisa de cada vez e não ficarmos sobrecarregados com o todo sem que consigamos da conta das coisas que nos são indispensáveis.

 

Nós fracionamos a contagem do tempo; nós desenvolvemos processos ordenados para nossas tarefas, nós advogados entendemos bem a necessidade de um processo, em que as fases vão se sucedendo até que tudo seja concluído.

 

Nós fracionamos até as nossas moradias: quartos, salas, cozinha e banheiros para que o imóvel seja mais funcional, organizado e até confortável.

 

Fazemos esta divisão e a aplicamos até às pessoas com quem nos relacionamos de alguma forma, vai dizer que você não tem os seus “grupos” de família, amigos, colegas, e por aí vai...

 

Até as tuppeware’s que eu sei que a irmã tem na cozinha provam essa teoria do fracionamento.

 

De uma forma geral, isto não é ruim, ao contrário, é muito útil na verdade, porque evita que nós fiquemos enrolados com tudo aquilo que precisamos fazer.

 

*Organização, processos, fracionamento de atividades é, inclusive, algo bíblico. O Autor de Eclesiastes diz que (Ec 3.1) “Tudo tem uma ocasião certa, e há um tempo certo para todo propósito debaixo do céu”.

 

É bíblico, é certo, é útil... O problema é quando tentamos fazer isso com Jesus Cristo e com as Boas-Novas do Reino de Deus!

 

*O problema surge quando tentamos fracionar o nosso relacionamento com Jesus Cristo e a atuação dele nas nossas vidas!

 

Colocamos Jesus no tuppeware da igreja (parece que eu estou implicando com a tuppeware), vou mudar então, colocamos Jesus na caixa, ou no quarto, ou na fase, das coisas da igreja, mas não na caixa do casamento, ou na caixa do trabalho (“eu posso até fazer umas coisas moralmente bem duvidosas nessa caixa, já que Jesus não está nela...”).

 

Jesus é para ficar na caixa em que escrevemos “me abençoar”, “me atender”, “me ajudar”... Mas não na caixa do “me corrigir”, “me orientar”, “servir”, “relacionar”...

 

*Isto é um grande engano, porque Jesus é o Senhor do Céu e da Terra e nós precisamos, desesperadamente, que Ele faça parte de todas as áreas da nossa vida, e é neste aspecto que eu quero abordar estes 25 versículos do 1º Capítulo de Marcos.

 

Então, seguindo este raciocínio, a primeira observação neste texto sobre é que...

 

*1) JESUS É SENHOR DO CÉU: TUDO QUE É ESPIRITUAL SUBMETE-SE A ELE (vv. 21-28 e 32, 34 e 39).

 

“21.” (Mc 1.21-28 e 32, 34 e 39).

 

O verso 21 começa com Marcos narrando que Jesus foi à sinagoga no sábado e começou a ensinar.

 

*As sinagogas não existiram sempre na cultura judaica, seu surgimento é datado pelos próprios judeus quando do exílio na Babilônia por volta do ano 587 a.C.

 

O centro da adoração era o Templo de Jerusalém, até então considerado morada de Deus (hoje aquele que se entrega a Jesus é que é morada de Deus), mas quando os judeus se viram privados do acesso ao Templo, pois foram conduzidos como cativos à Babilônia pelo exército do rei Nabucodonosor, precisavam de ajuda para manter a fé, a esperança e seu relacionamento com Deus, por isso organizaram as sinagogas.

 

Segundo a tradição judaica, uma sinagoga poderia ser formada desde se reunissem o número mínimo de 10 (dez) homens adultos. A sinagoga era local de estudo da Lei (o que nós chamamos hoje de Antigo Testamento) e adoração a Deus.

 

Era comum as sinagogas pedirem aos mestres da lei que passavam pela aldeia a fazer uso da palavra, como fazemos hoje com os pastores convidados para nos falar em determinadas ocasiões.

 

Jesus usou a oportunidade de falar na sinagoga para proclamar as Boas-Novas do Reino de Deus!

 

*O verso 22 diz que Ele falava com tanta autoridade que seus ouvintes estavam “maravilhados” com o seu ensino “porque ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas”!

 

A pregação nas sinagogas era majoritariamente feita pelos fariseus, pois os saduceus estavam mais ligados ao Templo de Jerusalém. Os fariseus eram conhecidos por crerem na chamada Torá Oral. Além do que nós chamamos de Antigo Testamento, eles tinham a crença de que Moisés transmitiu conhecimento também oral ao povo e que este conhecimento tinha o mesmo valor que a Lei escrita.

 

Por isso os fariseus eram os “mestres” que faziam os “comentários” à lei e pregavam estes comentários, chamados de “Tradição Oral” nos encontros sabatinos na Sinagoga.

 

*O problema é que o ensino da Lei ia se diluindo até restasse pouco daquilo que foi ensinado por Deus, restando um caldo ralo de tradição humana com uma pitada de leitura da Palavra. Era mais um treinamento de informação que de transformação, aquilo que os “escribas”, os “fariseus”, pregavam nas sinagogas!

 

O risco é fazer isso com o Evangelho nos nossos dias, fazer da Bíblia uma mera peça de informação, e não de conhecimento que pode levar a Jesus Cristo que pode fazer transformação na vida das pessoas que ouvem!

 

Em muitos locais de culto o Evangelho também não tem mais impacto transformador na vida das pessoas! Muitos cultos se parecem mais com sessões de catarse, sessões de manifestação puramente emocional regada a músicas entoadas como mantras à meia luz ou em shows de luzes e o Evangelho que deveria ser o “Poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16) fica reduzido a uma caixinha de promessas para o cliente sentir-se bem!

 

Essa não era a mensagem que Jesus Cristo pregava, porque Ele pregava como quem tem autoridade!

 

*“Autoridade” é a tradução palavra grega “exousian”, que significa também direito (como em Apocalipse 22.14, em que aqueles que lavaram suas vestes, tem exousian (direito), à árvore da vida). A palavra tem o sentido de uma autoridade que é concedida de fora, alguém lhe concede tal autoridade, como em Marcos 13.34 (última vez que essa palavra é usada neste Evangelho), em que a autoridadeexousian” é concedida pelo que se ausenta do país aos seus servos:

 

*“34. É como um homem que sai de viagem. A deixar sua casa, ele dá autoridade (exousian) aos seus servos; a cada um, sua tarefa, e ordena também ao porteiro que vigie.” (Mc 13.34).

 

Os ouvintes de Jesus entenderam que Ele não falava com um conhecimento, um direito, uma autoridade apenas humana! Só Deus poderia conceder tal direito de autoridade (portanto vinda de fora) a alguém para falar daquela forma acima do mero conhecimento humano, como os escribas pregavam.

 

Jesus age com autoridade divina, por ser Deus!

 

Só o verdadeiro Deus tem autoridade sobre o Céu e tudo aquilo que é espiritual.

 

*Por isso esta autoridade com que Jesus pregava, é a mesma autoridade com que Ele pode mudar a minha vida e a sua vida!

 

E no verso 23 começa o relato da mudança de vida, de natureza espiritual de um homem que estava possuído por um demônio.

 

*O verso 23 diz: “Havia na sinagoga um homem possesso de um espírito impuro, que gritou:”.

 

Um homem possuído por um demônio estava no local de culto a Deus. Isto traz à nossa reflexão algumas questões que precisamos pensar.

 

A primeira é que o maligno é real. Satanás e seus liderados são reais, não são uma invenção de pessoas supersticiosas da Idade Média! Eles agem neste mundo em oposição ao Reino de Deus e em desfavor dos homens.

 

O maligno não tem qualquer interesse em beneficiar a humanidade, ele é um “ladrão” que deseja se apropriar da criação de Deus (porque somente Deus é criador); e o maligno que se apropriar das coisas criadas por Deus, inclusive os seres humanos, mas ele quer fazer isso apenas roubar, matar e destruir, como está escrito no texto de João 10.10.

 

Segundo, o homem possesso estava na sinagoga, o local de adoração a Deus e estudo da sua palavra: O diabo também vem às reuniões da igreja!

 

Há pessoas que não querem um compromisso pessoal, transformador com Jesus Cristo, fecham seu coração a Jesus. O perigo de alguém fechar o coração a Jesus é que Jesus não arromba portas, ele é um cavalheiro, Ele bate à porta, você abre se quiser.

 

Mas o maligno não é um cavalheiro, ele invade o coração vazio de Cristo, como está escrito em 1ª de João 5.19, e quando invade, faz uma arruaça na vida da pessoa.

 

Nem todas as pessoas que não se entregaram a Jesus são possessas por demônios, mas ao rejeitar Jesus, seus corações ficam vazios, aptos a serem invadidos!

 

Foi assim com Judas, que traiu Jesus Cristo com um beijo, por trinta moedas de prata, o preço de um escravo (Êxodo 21.32); e o fim de Judas foi o suicídio (Mateus 27.5 e Atos 1.18); o fim de quem é controlado pelo maligno nunca é bom.

 

Não sabemos o que aconteceu a este homem que estava na Sinagoga possuído pelo maligno. Não sabemos o que o levou a se afastar de Deus e ser controlado desta forma tão triste, mas de uma coisa sabemos: Ele era frequentador da Sinagoga!

 

As reuniões da igreja são muito boas, ouvimos a palavra de Deus, cantamos hinos com letras bíblicas, oramos e ouvimos muitas pregações: Mas se tudo isso não levar você a ter um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, você será apenas um “frequentador de igreja” e o Evangelho não terá nenhum impacto na sua vida! Ninguém tem a vida transformada apenas por frequentar a igreja, ou este homem possuído não estaria na Sinagoga!

 

*Mas vemos que o espírito imundo tenta manter um diálogo com Jesus, verso 24:

 

“24. Que temos nós contigo, Jesus nazareno? Vieste para destruir-nos? Sei quem tu és, o Santo de Deus.” (Marcos 1.24).

 

*O “espírito imundo” uso do plural, logo, deveria ser mais de um demônio e faz ao menos duas afirmações aparentemente estranhas: (1º) Chama Jesus pelo nome; e (2º) afirma que ele é o “Santo de Deus”.

 

Ora, alguém diria, talvez o “espírito imundo”, como Marcos o chama, não fosse tão ruim assim, ele reconheceu Jesus e até o chamou deSanto de Deus”....

 

Essa interpretação é absolutamente enganosa.  Ao chamar Jesus pelo nome ele queria demonstrar domínio sobre Jesus! Havia a crença na cultura semita de que saber o nome de alguém era ter domínio sobre essa pessoa.

 

Por exemplo o episódio da luta entre Jacó e o anjo no vau de Jaboque (Gn 32.27), o anjo lhe pergunta o nome, foi por este motivo.

 

Foi por este motivo que um anjo, em outra ocasião se recusou a dizer seu nome a Manoá, em Juízes 13.17-18.

 

*Por isso não foi para ter um relacionamento com Jesus que o “espírito imundo” o chamou pelo nome. Isso também nos serve de alerta: Nem todo o que fala o nome de Jesus é verdadeiramente comprometido com Jesus.

 

Como diz o mandamento registrado em Êxodo 20.7, há muita gente usando o nome de Deus “em vão”, e com “em vão” entenda isto no sentido de “sem compromisso”, “sem uma finalidade segundo a vontade de Deus”, sem primeiro ter este nome gravado em sua mente e em seu coração como Salvador e Senhor da sua vida.

 

Há pessoas que querem usar o nome de Jesus como um amuleto de proteção; ou como uma senha mágica (estilo abracadabra) para obter os seus desejos pessoais, mas não honra o nome de Jesus e o tem como o seu Senhor e Salvador. Não adiante falar o nome de Jesus sem ter um relacionamento pessoal com Ele!

 

Mas o “espírito imundo” ainda diz que Jesus é “o Santo de Deus”.

 

*Espiritualmente falando, precisamos ter cuidado com as citações que fazemos, nós chamamos isso de “Princípio da mordomia das fontes”. Precisamos ter cuidado com aquilo que repetimos de outras pessoas. Há cristãos que citam frases piedosas em suas redes sociais atribuídas a pessoas sem um compromisso concreto com Cristo. A frase é até boa, mas a questão é: Por que aquela pessoa disse o que disse?

 

Uma pessoa de uma vertente cristã idólatra disse frases muito bonitas sobre ação social, mas o que estava no coração dela era a salvação por meio das obras (porque essa é a doutrina da sua igreja), logo, o que ela fez foi para alcançar salvação; só que a Bíblia nos diz claramente que que a salvação nos é concedida pela graça, por meio da fé, e isso não vem de nós (Efésios 2.8)!

 

Por isso não citamos frases de natureza espiritual de “espíritos imundos”, nem de nenhuma fonte que não seja adequada ao ensino as Escrituras sobre a vontade de Deus.

 

E por que então o maligno chama Jesus de “o Santo de Deus”?

 

Para tentar impedir o ministério de Jesus! O maligno sabia que o coração de muitos judeus era tão apegada à tradição que não se abriria para reconhecer o Messias em Jesus Cristo, e tentariam matá-lo por isso, como acabaram fazendo. Mas tudo tinha um tempo certo, o início do ministério de Jesus ainda não era o momento de ser perseguido pelos líderes religiosos.

 

Nem todas as coisas que parecem boas são ditas, ou feitas, para glorificação do nome de Jesus. E Jesus sabe disso!

 

*Quando Jesus ensina sobre o julgamento final após a sua volta, ele diz que muitas pessoas aparentemente religiosas que falaram em seu nome, ficarão de fora do seu Reino (Mateus 7.22-23):

 

“22. Naquele dia, muitos me dirão: Senhor, Senhor, nós não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? Em teu nome não fizemos muitos milagres?

23. Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais o mal.” (Mt 7.22-23).

 

Jesus é Senhor do Céu e da Terra, mas quer ter um relacionamento pessoal e sincero conosco, em que o reconheçamos como nosso Salvador e Senhor e façamos a sua vontade.

 

Para finalizar este tópico da nossa reflexão, podemos ressaltar que este trecho em que tratamos do Senhorio de Jesus sobre aquilo que é espiritual, aquilo que está além dos nossos olhos, mostra dois perigos que todos que procuram se relacionar com Deis, até mesmo a igreja, podem enfrentar nos nossos dias:

 

*O primeiro é transformar o relacionamento com Deus em “ter informação” e não transformação, parecendo que simplesmente frequentar um serviço religioso, seja aqui seja em qualquer igreja que você vá pode transformar a sua vida, quando na verdade só um relacionamento pessoal com Jesus é que pode mudar a nossa realidade!

 

*O segundo é não lembrar que Jesus invadiu o domínio do maligno (este mundo) e o venceu, como está escrito em Romanos 8.37:

 

“37. Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Rm 8.37).

 

*Ao expulsar os demônios daquele homem oprimido, Jesus estava dizendo que o Reino de Deus chegou, e chegou na pessoa de Jesus de Narazé!

 

Ele é Senhor de tudo, mas somente serão “mais que vencedores” nesta terra e além dela, aqueles que se entregarem plenamente a Jesus, que completamente nos amou!

 

Mas um segundo aspecto que Marcos apresenta é que...

 

*2) JESUS É SENHOR DA TERRA. TUDO QUE É MATERIAL SUBMETE-SE A ELE (vv. 29-32, 34, 40-44)!

 

*“29..” (Mc 1.29-32, 34, 40-44).

 

Jesus volta à casa de Pedro, onde estava hospedado e encontra a sogra de Pedro enferma, com uma febre muito forte, Lucas, que era médico, afirma que ela estava “ardendo em febre” (Lucas 4.38).

 

Alguns comentaristas bíblicos eram comum três tipos de febre na Palestina: 1ª) febre de Malta, causava fraqueza, anemia; 2ª) febre tifoide, manifestava-se de forma intermitente; e 3ª) febre causada pela malária.

 

Não sabemos se a febre da sogra de Pedro era uma destas três, mas sabemos o seguinte: à época, em que os recursos médicos eram escassos, uma febre forte era o prenúncio de uma morte próxima!

 

Então Jesus chega, entra naquela casa e transforma a realidade daquela família: Ele é Senhor do Céu, mas é Senhor da Terra também!

 

Deus é transcendente e Deus é imanente, Ele criou o Universo, nos criou, se importa conosco, quer se relacionar.

 

*E podemos fazer ainda esta afirmação: Jesus não ministra apenas nos lugares de adoração (nas reuniões da igreja, nos templos...). Jesus vai com seus discípulos até as suas casas. Ele ministra sempre, onde esteja, onde é convidado.

 

Jesus ministra onde as pessoas o convidam para fazer parte das suas vidas, das suas famílias, e sua presença é sempre abençoadora!

 

E, além de salvar a vida da sogra de Pedro, você consegue perceber que a atuação de Jesus nunca atinge apenas uma área das nossas vidas! Jesus transforma tudo o que Ele toca com seu amor!

 

A sogra de Pedro devia ser a matriarca da família! Agora imagine receber uma visita tão ilustre como a de Jesus em sua casa e não poder fazer nada para receber a visita porque está doente?

 

A doença retirou da sogra de Pedro muito mais que a sua saúde física, retirou o seu senso de propósito, o seu significado!

 

*Por isso, podemos chamar este primeiro estágio, a enfermidade desta mulher de estagnação, prostração!

 

É aquele sentimento que pode nos acometer de que não temos mais valor algum: O que minha vida significa? Qual meu propósito nessa vida? O que eu realizei ou estou realizando?

 

É o sentimento de estagnação nos estudos, no trabalho, na família, no casamento! Parece que não conseguimos mais fazer nada, a vida acabou!

 

Então Jesus é convidado a entrar na casa, na família, na vida da sogra de Pedro, começa o segundo estágio, podemos chamá-lo de cura, ou, transformação!

 

Eu não sei qual é a sua luta, ou que pode estar lhe causando este sentimento de inutilidade, de estagnação, mas eu sei que se você quer ser curado(a), transformado(a), é preciso deixar Jesus entrar no espaço da sua vida! Sem o toque de Cristo não há nenhuma possibilidade de recuperação!

 

*E então, tocado por Jesus, restaurado, vem o terceiro estágio, significado, sentido, propósito!

 

O verso 31, na parte final, diz que “A febre a deixou, e ela começou a servi-los”.

 

Alguma feminista extremista pode ter se ressentido de que a mulher foi curada e já passou a servir um bando de homens! Há gente que não entende a natureza do serviço cristão.

 

Só que Jesus não curou a sogra de Pedro para ela servi-los; Jesus não queria uma empregada, Jesus a curou por que a ama, por que queria devolver a dignidade àquela mulher e a alegria ao coração daquela família. Ela é que voluntariamente desejou ser útil e servir!

 

Um detalhe cultural que talvez você não saiba e que pode ajudar a esclarecer como Jesus dignificou a sogra de Pedro ao permitir que ela o servisse.

 

Um mestre judeu nunca permitiria que uma mulher que não fosse sua esposa ou filha o servisse! Naquela situação em que Jesus estava, ou um dos servos da casa o serviria ou o próprio Pedro o serviria, mas não a sogra.

 

Ao aceitar o serviço dela Jesus estava dizendo, você tem valor, eu aceito o seu serviço como um ato de amor!

 

*Foi por isso que Ele permitiu que outras mulheres o servissem (Marcos 15.41), foi por isso que Ele esperava que seus discípulos servissem (Marcos 10.43); e foi por isso que Ele mesmo, Jesus, serviu como exemplo (Marcos 10.45 e Lucas 22.17-20).

 

*Jesus traz dignidade a tudo e todos que Ele toca e lhe dá um novo propósito ou sentido para a vida!

 

Permita que Ele toque a sua vida e você vai ser curado, restaurado, terá um novo propósito de vida; sua vida terá um novo significado!

 

Resta ainda analisar uma intervenção pessoal de Jesus, versos 40 a 44, a cura de um leproso!

 

Serei breve em razão do nosso tempo. Mas eu preciso dizer uma coisa sobre a lepra (hoje chamada de hanseníase). À época não haviam os medicamentos que temos hoje, em que a pessoa é curada; mas à época a pessoa ter lepra era uma sentença de morte, e uma das piores mortes que poderia ocorrer.

 

*A lepra era tão terrível, que em Jó 18.13, lemos que ela era chamada no Oriente de “o primogênito da morte”.

 

*E não era apenas o fato de a pessoa ir se decompondo apenas fisicamente até morrer, ela antes morria socialmente, emocionalmente e espiritualmente.

 

Morreria socialmente porque não poderia mais habitar em uma cidade, moraria sozinho à parte, suas roupas seriam rasgadas, andaria descabelado, para se aproximar de um povoado qualquer, era necessário que, ao se aproximar, gritasse “impuro, impuro” (Levítico 13.45-46).

 

Morreria emocionalmente, pois ficaria privado do contado com seus amigos, familiares, o corpo se deteriorando até que a morte física chegasse e partisse sozinho, como vivia. É um quadro do mais absoluto desalento!

 

E morreria espiritualmente, pois a vida religiosa do judaísmo estava centrada no Templo em Jerusalém, e, nas Sinagogas, o leproso não podia frequentar nenhum destes ambientes onde poderia ouvir a palavra de Deus, oferecer sacrifícios por seus pecados (no judaísmo o sistema sacrificial de animais é que levava a pessoa a sentir-se perdoada por Deus).

 

Então Jesus encontra este homem leproso que lhe suplica de joelhos pela cura (aqui eu abro aspas, Jesus ressalta que precisamos procura-lo, ir até ele, em Lucas 4.27 Ele lembra que nos dias de Naamã haviam muitos outros leprosos, mas só Naamã foi curado, porque procurou a cura no lugar certo, precisamos procurar a cura para nossas mazelas na pessoa certa, que é Jesus Cristo, e aqui eu fecho aspas).

 

Aquele homem então ora acreditando no que Jesus podia fazer, ele disse (verso 40) “se quiseres, podes purificar-me”. SE QUISERES!

 

Senhor, eu quero, mas que seja feita a tua vontade! Aquele homem sabia que Jesus podia curá-lo, mas que fosse feita a vontade dele. Só este versículo nos daria uma outra reflexão, mas eu quero ficar por aqui, o homem se submete à vontade do Senhor do Céu e da Terra, não tenta impor a sua vontade a Jesus, não cobra nada, porque sabia que não tinha direito algum, mas se quebranta na presença de Jesus, e tem sua oração atendida, não só atendida, mas recebe o toque de Jesus!

 

*Verso 41: “Jesus, movido de compaixão, estendeu a mão, tocou-o e disse: Quero; fica purificado.”

 

*Jesus não precisava tocá-lo para curá-lo, na verdade, a Lei proibia que qualquer pessoa tocasse aquele homem leproso (Lv 5.3 e Nm 5.2), mas Jesus movido por compaixão antes de dar a cura física, curou aquele homem emocionalmente, socialmente e espiritualmente: Por amor, Ele tocou o intocável!

 

Jesus é Senhor do Céu (todas as realidades espirituais) e é Senhor da Terra (todas as realidades materiais), Ele é Senhor de tudo, mas Ele só será Senhor da sua vida, Ele só vai tocar a sua vida, Ele só vai transformar a sua vida, se você permitir!

 

*Convide o Senhor do Céu e da Terra para ser o Senhor do seu coração e da sua vida, tudo o mais Ele fará!

 

E eu encerro por aqui. Mas quero orar com você que foi tocado pelo Espírito Santo de Deu nesta noite e quer se entregar a Jesus Cristo, para que Ele transforme a sua realidade! Levante uma de suas mãos e que eu quero orar com você agora!

 

Vamos orar!

 

Linhares, 08 de janeiro de 2021.

 

Pr. Marcos José Milagre

PIB Linhares - ES


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