*“SENHOR DO CÉU E DA TERRA”
(Marcos 1.21-45)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 10/01/2021, domingo
noite (Série em Marcos – 3).
Boa noite irmãos.
Dando sequência à nossa
mediação no Evangelho de Jesus Cristo Segundo Marcos, vamos refletir nos versículos
21 a 45 do 1º Capítulo de Marcos.
Pensei neste tema, “Senhor
do Céu e da Terra”, para entendermos a atuação de Jesus Cristo e o alcance das
Boas-Novas do Reino de Deus nas nossas vidas.
E para tanto eu peço a todos
que abram suas Bíblias no Evangelho segundo Marcos, no capítulo 1º, a partir do
verso 21:
“21.” (Marcos 1.21-45).
“SENHOR DO CÉU E DA TERRA!”.
Vamos orar mais uma vez!
Você deve ter percebido que
a nossa leitura abrangeu alguns “blocos” que narram episódios diferentes no
Ministério de Jesus: A cura de um endemoninhado em Cafarnaum; a cura da sogra
de Pedro; e a Cura de um leproso.
A
questão é: Como conciliar estas narrativas de fatos diferentes sob
a mesma área de reflexão e aplicação às nossas vidas nesta noite?
Não tenho a pretensão de
esgotar o assunto, mas me chamou a atenção essa possibilidade de estudar estes
tópicos com narrativas diferentes, justamente por apresentarem uma realidade
espiritual que nós não conseguimos enxergar de forma concreta, real, prática no
nosso dia-a-dia: A de que Jesus é Senhor do Céu e da Terra! Por isso o tema da
mensagem.
*E digo isso porque nós temos como natural o desenvolvimento de processos, a
subdivisão das coisas e das tarefas na nossa vida, para que elas façam mais
sentido, para que possamos nos ocupar de uma coisa de cada vez e não ficarmos
sobrecarregados com o todo sem que consigamos da conta das coisas que nos são
indispensáveis.
Nós fracionamos a contagem
do tempo; nós desenvolvemos processos ordenados para nossas tarefas, nós
advogados entendemos bem a necessidade de um processo, em que as fases vão se
sucedendo até que tudo seja concluído.
Nós fracionamos até as
nossas moradias: quartos, salas, cozinha e banheiros para que o imóvel seja
mais funcional, organizado e até confortável.
Fazemos esta divisão e a
aplicamos até às pessoas com quem nos relacionamos de alguma forma, vai dizer
que você não tem os seus “grupos” de família, amigos, colegas, e por aí vai...
Até as tuppeware’s que eu
sei que a irmã tem na cozinha provam essa teoria do fracionamento.
De uma forma geral, isto não
é ruim, ao contrário, é muito útil na verdade, porque evita que nós fiquemos
enrolados com tudo aquilo que precisamos fazer.
*Organização,
processos, fracionamento de atividades é, inclusive, algo bíblico. O
Autor de Eclesiastes diz que (Ec 3.1) “Tudo tem uma ocasião certa, e há um tempo
certo para todo propósito debaixo do céu”.
É
bíblico, é certo, é útil... O problema é quando tentamos fazer isso com Jesus
Cristo e com as Boas-Novas do Reino de Deus!
*O problema surge quando tentamos fracionar o nosso relacionamento com Jesus Cristo e a atuação dele nas nossas
vidas!
Colocamos Jesus no tuppeware
da igreja (parece que eu estou implicando com a tuppeware), vou mudar então, colocamos Jesus na caixa, ou no quarto,
ou na fase, das coisas da igreja, mas não na caixa do casamento, ou na
caixa do trabalho (“eu posso até
fazer umas coisas moralmente bem duvidosas nessa caixa, já que Jesus não está
nela...”).
Jesus
é para ficar na caixa em que escrevemos “me abençoar”, “me atender”, “me
ajudar”... Mas não na caixa do “me corrigir”, “me orientar”, “servir”,
“relacionar”...
*Isto
é um grande engano, porque Jesus é o Senhor do Céu e da Terra e nós
precisamos, desesperadamente, que Ele faça parte de todas as áreas da nossa
vida,
e é neste aspecto que eu quero abordar estes 25 versículos do 1º Capítulo de
Marcos.
Então, seguindo este raciocínio,
a primeira observação neste texto sobre é que...
*1) JESUS É SENHOR DO CÉU: TUDO QUE É ESPIRITUAL SUBMETE-SE A ELE (vv.
21-28 e 32, 34 e 39).
“21.” (Mc 1.21-28 e 32, 34 e 39).
O verso 21 começa com Marcos
narrando que Jesus foi à sinagoga no sábado e começou a ensinar.
*As sinagogas não existiram sempre na cultura
judaica, seu surgimento é datado pelos próprios judeus quando do exílio na
Babilônia por volta do ano 587 a.C.
O centro da adoração era o
Templo de Jerusalém, até então considerado morada de Deus (hoje aquele que se
entrega a Jesus é que é morada de Deus), mas quando os judeus se viram privados
do acesso ao Templo, pois foram conduzidos como cativos à Babilônia pelo
exército do rei Nabucodonosor, precisavam de ajuda para manter a fé, a
esperança e seu relacionamento com Deus, por isso organizaram as sinagogas.
Segundo a tradição judaica,
uma sinagoga poderia ser formada desde se reunissem o número mínimo de 10 (dez)
homens adultos. A sinagoga era local de
estudo da Lei (o que nós chamamos hoje de Antigo Testamento) e adoração a Deus.
Era comum as sinagogas
pedirem aos mestres da lei que passavam pela aldeia a fazer uso da palavra,
como fazemos hoje com os pastores convidados para nos falar em determinadas
ocasiões.
Jesus usou a oportunidade de
falar na sinagoga para proclamar as Boas-Novas do Reino de Deus!
*O verso 22 diz que Ele falava com tanta
autoridade que seus ouvintes estavam “maravilhados”
com o seu ensino “porque ensinava como quem tem autoridade, e não como os
escribas”!
A pregação nas sinagogas era
majoritariamente feita pelos fariseus, pois os saduceus estavam mais ligados ao
Templo de Jerusalém. Os fariseus eram conhecidos por crerem na chamada Torá
Oral. Além do que nós chamamos de Antigo Testamento, eles tinham a crença de
que Moisés transmitiu conhecimento também oral ao povo e que este conhecimento
tinha o mesmo valor que a Lei escrita.
Por isso os fariseus eram os
“mestres” que faziam os “comentários” à lei e pregavam estes comentários,
chamados de “Tradição Oral” nos encontros sabatinos na Sinagoga.
*O problema é que o ensino da Lei ia se
diluindo até restasse pouco daquilo que foi ensinado por Deus, restando um
caldo ralo de tradição humana com uma pitada de leitura da Palavra. Era mais um treinamento de informação
que de transformação, aquilo que os “escribas”, os “fariseus”, pregavam
nas sinagogas!
O risco é fazer isso com o
Evangelho nos nossos dias, fazer da Bíblia uma mera peça de informação, e não
de conhecimento que pode levar a Jesus Cristo que pode fazer transformação na
vida das pessoas que ouvem!
Em muitos locais de culto o
Evangelho também não tem mais impacto transformador na vida das pessoas! Muitos
cultos se parecem mais com sessões de catarse, sessões de manifestação
puramente emocional regada a músicas entoadas como mantras à meia luz ou em
shows de luzes e o Evangelho que deveria
ser o “Poder de Deus para salvação de
todo aquele que crê” (Rm 1.16) fica reduzido a uma caixinha de promessas
para o cliente sentir-se bem!
Essa
não era a mensagem que Jesus Cristo pregava, porque Ele pregava como quem tem
autoridade!
*“Autoridade” é a tradução palavra grega “exousian”,
que significa também direito
(como em Apocalipse 22.14, em que aqueles que lavaram suas vestes, tem exousian
(direito), à árvore da
vida). A palavra tem o sentido de uma autoridade que é concedida de fora,
alguém lhe concede tal autoridade, como em Marcos 13.34 (última vez que essa
palavra é usada neste Evangelho), em que a autoridade
“exousian”
é concedida pelo que se ausenta do país aos seus servos:
*“34. É como um homem que sai de viagem. A
deixar sua casa, ele dá autoridade
(exousian)
aos seus servos; a cada um, sua tarefa, e ordena também ao porteiro que vigie.”
(Mc 13.34).
Os ouvintes de Jesus
entenderam que Ele não falava com um conhecimento, um direito, uma autoridade apenas humana! Só
Deus poderia conceder tal direito de autoridade (portanto vinda de fora) a
alguém para falar daquela forma acima
do mero conhecimento humano, como os escribas pregavam.
Jesus age com autoridade
divina, por ser Deus!
Só
o verdadeiro Deus tem autoridade sobre o Céu e tudo aquilo que é espiritual.
*Por isso esta autoridade com que Jesus
pregava, é a mesma autoridade com que Ele pode mudar a minha vida e a sua vida!
E no verso 23 começa o
relato da mudança de vida, de natureza espiritual de um homem que estava
possuído por um demônio.
*O verso 23 diz: “Havia na sinagoga um homem possesso de um espírito impuro, que
gritou:”.
Um homem possuído por um
demônio estava no local de culto a Deus. Isto traz à nossa reflexão algumas
questões que precisamos pensar.
A primeira é que o maligno é real. Satanás e seus liderados
são reais, não são uma invenção de pessoas supersticiosas da Idade Média! Eles
agem neste mundo em oposição ao Reino de Deus e em desfavor dos homens.
O maligno não tem qualquer
interesse em beneficiar a humanidade, ele é um “ladrão” que deseja se apropriar
da criação de Deus (porque somente Deus é criador); e o maligno que se
apropriar das coisas criadas por Deus, inclusive os seres humanos, mas ele quer
fazer isso apenas roubar, matar e
destruir, como está escrito no texto de João 10.10.
Segundo, o
homem possesso estava na sinagoga, o local de adoração a Deus e estudo da sua
palavra: O diabo também vem às reuniões
da igreja!
Há pessoas que não querem um
compromisso pessoal, transformador com Jesus Cristo, fecham seu coração a
Jesus. O perigo de alguém fechar o
coração a Jesus é que Jesus não arromba portas, ele é um cavalheiro, Ele bate à
porta, você abre se quiser.
Mas o maligno não é um cavalheiro, ele invade o coração vazio de Cristo,
como está escrito em 1ª de João 5.19, e quando invade, faz uma arruaça
na vida da pessoa.
Nem todas as pessoas que não
se entregaram a Jesus são possessas por demônios, mas ao rejeitar Jesus, seus
corações ficam vazios, aptos a serem invadidos!
Foi assim com Judas, que
traiu Jesus Cristo com um beijo, por trinta moedas de prata, o preço de um
escravo (Êxodo 21.32); e o fim de Judas foi o suicídio (Mateus 27.5 e Atos
1.18); o fim de quem é controlado pelo
maligno nunca é bom.
Não sabemos o que aconteceu
a este homem que estava na Sinagoga possuído pelo maligno. Não sabemos o que o
levou a se afastar de Deus e ser controlado desta forma tão triste, mas de uma
coisa sabemos: Ele era frequentador da
Sinagoga!
As reuniões da igreja são
muito boas, ouvimos a palavra de Deus, cantamos hinos com letras bíblicas, oramos
e ouvimos muitas pregações: Mas se tudo isso não levar você a ter um
relacionamento pessoal com Jesus Cristo, você será apenas um “frequentador de
igreja” e o Evangelho não terá nenhum impacto na sua vida! Ninguém tem a vida
transformada apenas por frequentar a igreja, ou este homem possuído não estaria
na Sinagoga!
*Mas vemos que o espírito imundo tenta manter
um diálogo com Jesus, verso 24:
“24. Que temos nós
contigo, Jesus nazareno?
Vieste para destruir-nos? Sei quem tu és, o
Santo de Deus.” (Marcos 1.24).
*O “espírito imundo” uso do plural, logo,
deveria ser mais de um demônio e faz ao menos duas afirmações aparentemente
estranhas: (1º) Chama Jesus pelo
nome; e (2º) afirma que ele é o
“Santo de Deus”.
Ora,
alguém diria, talvez o
“espírito imundo”, como Marcos o chama, não fosse tão ruim assim, ele reconheceu Jesus e até o chamou de “Santo de Deus”....
Essa interpretação é
absolutamente enganosa. Ao chamar Jesus pelo nome ele queria
demonstrar domínio sobre Jesus! Havia a crença na cultura semita de que
saber o nome de alguém era ter domínio sobre essa pessoa.
Por exemplo o episódio da
luta entre Jacó e o anjo no vau de Jaboque (Gn 32.27), o anjo lhe pergunta o
nome, foi por este motivo.
Foi por este motivo que um
anjo, em outra ocasião se recusou a dizer seu nome a Manoá, em Juízes 13.17-18.
*Por isso não foi para ter um relacionamento
com Jesus que o “espírito imundo” o chamou pelo nome. Isso também nos serve de
alerta: Nem todo o que fala o nome de
Jesus é verdadeiramente comprometido com Jesus.
Como diz o mandamento
registrado em Êxodo 20.7, há muita gente usando o nome de Deus “em vão”, e com “em vão” entenda
isto no sentido de “sem compromisso”,
“sem uma finalidade segundo a vontade de
Deus”, sem primeiro ter este nome gravado em sua mente e em seu coração
como Salvador e Senhor da sua vida.
Há pessoas que querem usar o
nome de Jesus como um amuleto de proteção; ou como uma senha mágica (estilo
abracadabra) para obter os seus desejos pessoais, mas não honra o nome de Jesus
e o tem como o seu Senhor e Salvador. Não
adiante falar o nome de Jesus sem ter um relacionamento pessoal com Ele!
Mas o “espírito imundo”
ainda diz que Jesus é “o Santo de
Deus”.
*Espiritualmente falando, precisamos ter
cuidado com as citações que fazemos, nós chamamos isso de “Princípio da mordomia das fontes”. Precisamos ter cuidado
com aquilo que repetimos de outras pessoas. Há cristãos que citam frases
piedosas em suas redes sociais atribuídas a pessoas sem um compromisso concreto
com Cristo. A frase é até boa, mas a questão é: Por que aquela pessoa disse o que disse?
Uma pessoa de uma vertente cristã idólatra disse
frases muito bonitas sobre ação social, mas o que estava no coração dela era a salvação por meio das obras
(porque essa é a doutrina da sua igreja), logo, o que ela fez foi para alcançar
salvação; só que a Bíblia nos diz claramente que que a salvação nos é concedida
pela graça, por meio da fé, e isso não
vem de nós (Efésios 2.8)!
Por isso não citamos frases
de natureza espiritual de “espíritos imundos”, nem de nenhuma fonte que não seja adequada ao ensino as Escrituras
sobre a vontade de Deus.
E por que então o maligno
chama Jesus de “o Santo de Deus”?
Para
tentar impedir o ministério de Jesus! O maligno sabia que o
coração de muitos judeus era tão apegada à tradição que não se abriria para reconhecer
o Messias em Jesus Cristo, e tentariam matá-lo por isso, como acabaram fazendo.
Mas tudo tinha um tempo certo, o início
do ministério de Jesus ainda não era o momento de ser perseguido pelos líderes
religiosos.
Nem
todas as coisas que parecem boas são ditas, ou feitas, para glorificação do
nome de Jesus. E
Jesus sabe disso!
*Quando
Jesus ensina sobre o julgamento final após a sua volta, ele diz que muitas
pessoas aparentemente religiosas que falaram em seu nome, ficarão de fora do
seu Reino (Mateus 7.22-23):
“22. Naquele dia, muitos me dirão: Senhor, Senhor, nós
não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? Em teu nome
não fizemos muitos milagres?
23. Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci;
afastai-vos de mim, vós que praticais o mal.” (Mt 7.22-23).
Jesus
é Senhor do Céu e da Terra, mas quer ter um relacionamento pessoal e sincero
conosco, em que o reconheçamos como nosso Salvador e Senhor e façamos a sua
vontade.
Para finalizar este tópico
da nossa reflexão, podemos ressaltar que este trecho em que tratamos do
Senhorio de Jesus sobre aquilo que é espiritual, aquilo que está além dos
nossos olhos, mostra dois perigos
que todos que procuram se relacionar com Deis, até mesmo a igreja, podem
enfrentar nos nossos dias:
*O primeiro
é transformar o relacionamento com Deus em “ter informação” e não
transformação, parecendo que simplesmente frequentar um serviço
religioso, seja aqui seja em qualquer igreja que você vá pode transformar a sua
vida, quando na verdade só um relacionamento pessoal com Jesus é que pode mudar
a nossa realidade!
*O segundo
é não lembrar que Jesus invadiu o domínio do maligno (este mundo) e o venceu,
como está escrito em Romanos 8.37:
“37. Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores, por
meio daquele que nos amou.” (Rm 8.37).
*Ao
expulsar os demônios daquele homem oprimido, Jesus estava dizendo que o Reino
de Deus chegou, e chegou na pessoa de Jesus de Narazé!
Ele
é Senhor de tudo, mas somente serão “mais que vencedores” nesta terra e
além dela, aqueles que se entregarem plenamente a Jesus, que completamente nos
amou!
Mas um segundo aspecto que
Marcos apresenta é que...
*2) JESUS É SENHOR DA TERRA. TUDO QUE É MATERIAL SUBMETE-SE A ELE (vv.
29-32, 34, 40-44)!
*“29..” (Mc 1.29-32, 34, 40-44).
Jesus volta à casa de Pedro,
onde estava hospedado e encontra a sogra de Pedro enferma, com uma febre muito
forte, Lucas, que era médico, afirma que ela estava “ardendo em febre” (Lucas 4.38).
Alguns comentaristas
bíblicos eram comum três tipos de febre na Palestina: 1ª) febre de Malta,
causava fraqueza, anemia; 2ª) febre tifoide, manifestava-se de forma
intermitente; e 3ª) febre causada pela malária.
Não sabemos se a febre da
sogra de Pedro era uma destas três, mas sabemos o seguinte: à época, em que os
recursos médicos eram escassos, uma
febre forte era o prenúncio de uma morte próxima!
Então
Jesus chega, entra naquela casa e transforma a realidade daquela família: Ele é
Senhor do Céu, mas é Senhor da Terra também!
Deus é transcendente e Deus é
imanente, Ele criou o Universo, nos criou, se importa conosco, quer se
relacionar.
*E
podemos fazer ainda esta afirmação: Jesus não ministra apenas
nos lugares de adoração (nas reuniões da igreja, nos templos...). Jesus vai com
seus discípulos até as suas casas. Ele
ministra sempre, onde esteja, onde é convidado.
Jesus
ministra onde as pessoas o convidam para fazer parte das suas vidas, das suas
famílias, e sua presença é sempre abençoadora!
E, além de salvar a vida da
sogra de Pedro, você consegue perceber que a
atuação de Jesus nunca atinge apenas uma área das nossas vidas! Jesus transforma tudo o que Ele toca com
seu amor!
A sogra de Pedro devia ser a
matriarca da família! Agora imagine receber uma visita tão ilustre como a de
Jesus em sua casa e não poder fazer nada para receber a visita porque está
doente?
A doença retirou da sogra de
Pedro muito mais que a sua saúde física, retirou
o seu senso de propósito, o seu significado!
*Por isso, podemos chamar este primeiro estágio, a enfermidade
desta mulher de estagnação,
prostração!
É aquele sentimento que pode
nos acometer de que não temos mais valor algum: O que minha vida significa?
Qual meu propósito nessa vida? O que eu realizei ou estou realizando?
É
o sentimento de estagnação nos estudos, no trabalho, na família, no casamento!
Parece que não conseguimos mais fazer nada, a vida acabou!
Então Jesus é convidado a
entrar na casa, na família, na vida da sogra de Pedro, começa o segundo estágio, podemos chamá-lo de
cura, ou, transformação!
Eu não sei qual é a sua
luta, ou que pode estar lhe causando este sentimento de inutilidade, de estagnação,
mas eu sei que se você quer ser curado(a), transformado(a), é preciso deixar
Jesus entrar no espaço da sua vida! Sem o toque de Cristo não há nenhuma
possibilidade de recuperação!
*E então, tocado por Jesus, restaurado, vem o terceiro estágio, significado,
sentido, propósito!
O
verso 31, na parte final, diz que “A febre a deixou, e ela começou a
servi-los”.
Alguma feminista extremista
pode ter se ressentido de que a mulher foi curada e já passou a servir um bando
de homens! Há gente que não entende a natureza do serviço cristão.
Só que Jesus não curou a
sogra de Pedro para ela servi-los; Jesus não queria uma empregada, Jesus a
curou por que a ama, por que queria devolver a dignidade àquela mulher e a
alegria ao coração daquela família. Ela é que voluntariamente desejou ser útil e
servir!
Um detalhe cultural que
talvez você não saiba e que pode ajudar a esclarecer como Jesus dignificou a
sogra de Pedro ao permitir que ela o servisse.
Um
mestre judeu nunca permitiria que uma mulher que não fosse sua esposa ou filha
o servisse! Naquela situação em que Jesus estava, ou um dos servos da casa o
serviria ou o próprio Pedro o serviria, mas não a sogra.
Ao aceitar o serviço dela
Jesus estava dizendo, você tem valor, eu
aceito o seu serviço como um ato de amor!
*Foi por isso que Ele permitiu que outras mulheres o servissem
(Marcos 15.41), foi por isso que Ele esperava que seus discípulos servissem (Marcos 10.43); e foi por isso que
Ele mesmo, Jesus, serviu como
exemplo (Marcos 10.45 e Lucas 22.17-20).
*Jesus
traz dignidade a tudo e todos que Ele toca e lhe dá um novo propósito ou
sentido para a vida!
Permita
que Ele toque a sua vida e você vai ser curado, restaurado, terá um novo
propósito de vida; sua vida terá um novo significado!
Resta ainda analisar uma
intervenção pessoal de Jesus, versos 40 a 44, a cura de um leproso!
Serei breve em razão do
nosso tempo. Mas eu preciso dizer uma coisa sobre a lepra (hoje chamada de
hanseníase). À época não haviam os medicamentos que temos hoje, em que a pessoa
é curada; mas à época a pessoa ter lepra era uma sentença de morte, e uma das
piores mortes que poderia ocorrer.
*A lepra era tão terrível, que em Jó 18.13, lemos que ela era chamada no
Oriente de “o primogênito da morte”.
*E não era apenas o fato de a pessoa ir se
decompondo apenas fisicamente até morrer, ela antes morria socialmente,
emocionalmente e espiritualmente.
Morreria
socialmente porque não poderia mais habitar em uma
cidade, moraria sozinho à parte, suas roupas seriam rasgadas, andaria
descabelado, para se aproximar de um povoado qualquer, era necessário que, ao
se aproximar, gritasse “impuro, impuro” (Levítico 13.45-46).
Morreria
emocionalmente, pois ficaria privado do contado com seus
amigos, familiares, o corpo se deteriorando até que a morte física chegasse e
partisse sozinho, como vivia. É um quadro do mais absoluto desalento!
E
morreria espiritualmente, pois a vida religiosa do
judaísmo estava centrada no Templo em Jerusalém, e, nas Sinagogas, o leproso
não podia frequentar nenhum destes ambientes onde poderia ouvir a palavra de
Deus, oferecer sacrifícios por seus pecados (no judaísmo o sistema sacrificial
de animais é que levava a pessoa a sentir-se perdoada por Deus).
Então Jesus encontra este
homem leproso que lhe suplica de joelhos pela cura (aqui eu abro aspas, Jesus ressalta que precisamos
procura-lo, ir até ele, em Lucas 4.27 Ele lembra que nos dias de Naamã haviam
muitos outros leprosos, mas só Naamã foi curado, porque procurou a cura no
lugar certo, precisamos procurar a cura para nossas mazelas na pessoa certa,
que é Jesus Cristo, e aqui eu fecho
aspas).
Aquele homem então ora
acreditando no que Jesus podia fazer, ele disse (verso 40) “se quiseres, podes purificar-me”.
SE QUISERES!
Senhor, eu quero, mas que seja feita a tua vontade!
Aquele homem sabia que Jesus podia curá-lo, mas que fosse feita a vontade dele.
Só este versículo nos daria uma outra reflexão, mas eu quero ficar por aqui, o
homem se submete à vontade do Senhor do Céu e da Terra, não tenta impor a sua
vontade a Jesus, não cobra nada, porque sabia que não tinha direito algum, mas
se quebranta na presença de Jesus, e tem sua oração atendida, não só atendida, mas recebe o toque de Jesus!
*Verso
41: “Jesus, movido de compaixão, estendeu a mão, tocou-o e disse:
Quero; fica purificado.”
*Jesus não precisava tocá-lo para curá-lo, na
verdade, a Lei proibia que qualquer pessoa tocasse aquele homem leproso (Lv 5.3
e Nm 5.2), mas Jesus movido por
compaixão antes de dar a cura física, curou aquele homem emocionalmente,
socialmente e espiritualmente: Por
amor, Ele tocou o intocável!
Jesus é Senhor do Céu (todas
as realidades espirituais) e é Senhor da Terra (todas as realidades materiais),
Ele é Senhor de tudo, mas Ele só será
Senhor da sua vida, Ele só vai tocar a sua vida, Ele só vai transformar a sua
vida, se você permitir!
*Convide
o Senhor do Céu e da Terra para ser o Senhor do seu coração e da sua vida, tudo
o mais Ele fará!
E eu encerro por aqui. Mas quero orar com você que foi tocado pelo
Espírito Santo de Deu nesta noite e quer se entregar a Jesus Cristo, para que
Ele transforme a sua realidade! Levante uma de suas mãos e que eu quero
orar com você agora!
Vamos orar!
Linhares, 08 de janeiro de
2021.
Pr.
Marcos José Milagre
PIB
Linhares - ES
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