segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A SAMARCO, EU, VOCÊ E O ESPELHO!


A SAMARCO, EU, VOCÊ E O ESPELHO!

Nós somos estranhos. Durante anos lançamos esgoto no Rio Doce (não me venha dizer que você não é culpado e que o "Poder Público" é responsável, sem adentrar o dever estatal, eu sou responsável pelo meu esgoto, lixo etc., e você pelo seu, além da nossa responsabilidade por quem foi eleito), e até hoje não nos preocupamos com o lixo que sai das nossas casas (poderia ser bem menor com ações simples).

Foi necessário que uma empresa acabasse com Rio Doce com uma só tacada para todos exigirmos "justiça" contra os atos da SAMARCO ("- ela é culpada, tem que pagar!!!"). E a Samarco tem mesmo que se responsabilizar pelos seus atos, como qualquer pessoa que polua a natureza, inclusive eu e você!

O grande problema é que nós (eu e você, para que ninguém pense que estou pulando fora do barco), estamos tão acostumados a poluir e colocar a culpa nos outros que não nos sentimos responsáveis.

Normalmente são as pessoas sem rosto a quem apontamos como culpadas: O governo, o Estado, o Município (como se não fossemos nós que elegêssemos as pessoas que tomam decisões e estabelecem prioridades nos entes públicos); ou o “ser humano” (como se fossemos de outra espécie).

Pois eu posso mostrar para mim mesmo e para você quem é culpado: vá até o espelho da sua casa, fique de frente para ele e aponte o dedo! Essa pessoa é a responsável! E digo mais, ela não vai aceitar facilmente que é responsável, porque ela se acostumou a culpar quem não está na frente do espelho, afinal, é mais fácil.

Se essa pessoa que está na frente do seu espelho disser para si mesma que não é culpada, faça as seguintes perguntas (são bem simples, para que ela entenda):

a) você já conferiu para onde vai esgoto que você produz (desconfiando da informação oficial, você já conferiu?)? (minha resposta: Não! Qual é a sua?);

b) você separa o seu lixo, para que os recicláveis não se misturem com o lixo não reciclável? (minha resposta: Não! Qual é a sua?);

c) você joga óleo de fritura na pia da cozinha? (minha resposta: Que óleo?! Qual é a sua?);

d) você leva sacola para o mercado para não precisar de sacolas plásticas? (minha resposta: Não! Qual é a sua?);

e) você joga lixo no chão (não na sua casa, porque lá a sua mãe/cônjuge te dá uma bronca, mas e na rua?)? (minha resposta: Graças a Deus, até que enfim acertei uma, às vezes ando com lixo na mão por quarteirões procurando uma lixeira – já estou me sentido o próprio “Capitão Planeta” por isso - #SQN! Qual é a sua?);

f) você já plantou uma árvore? (minha resposta: Sim! Meu pai me obrigava a acompanhá-lo ao sítio que possuía para plantar árvores frutíferas – estou esquentando, o Greenpeace que se cuide - #SQN! Qual é a sua?);

g) você construiu sua bela casa de praia, lagoa ou montanha em área de preservação ambiental - APP? (minha resposta: Não! Faltou grana para comprar o imóvel, mas o que é mesmo APP?!. Qual é a sua?);

Continue firme, estamos quase acabando!

h) você reutiliza a água (chuva, lavadora de roupas, ar condicionado etc.)? (minha resposta: sim, na verdade é a minha esposa que se preocupa com isso, mas somos uma só carne, então acho que conta... Qual é a sua?);

i) você se preocupa em tomar um banho rápido? Fecha a torneira enquanto escova os dentes, se barbeia? Enche a pia com água para lavar a louça? (minha resposta: sim, ou melhor, quase sempre... Qual é a sua?);

j) você se preocupa com a origem dos produtos que consome (verifica se tem selo verde, se a empresa que produz respeita o meio ambiente, os direitos humanos, se não possui trabalho análogo ao da escravidão, como alguns países asiáticos que não possuem legislação trabalhista etc.)? (minha resposta: “Não é o governo quem deve fiscalizar isso?Qual é a sua?);

k) você separa pilhas, baterias e equipamentos eletrônicos para levá-los a locais apropriados para coleta? (minha resposta: "Não faço a menor ideia do que a funcionária aqui de casa faz com isso (o que os olhos não veem..."). Qual é a sua?);

l) você junta as folhas do quintal e põe fogo (atazanando a vida dos seus vizinhos), ou joga em terreno baldio? (minha resposta: Não! Vai tudo para o saco do lixo, depois que o caminhão do lixo passa, some tudo, parece mágica! Qual é a sua?);

m) você sabia que tinta, óleo de motor, solventes de limpeza, amônia, produtos químicos para piscinas e similares não podem ser lançados diretamente no ralo? (minha resposta: o que eu faço com isso então?! Qual é a sua?);

Tenho muitas outras perguntas para a pessoa em frente ao espelho, mas acho que já cansei de passar vergonha, vou parar por aqui. Mas e você?! Quais foram as suas respostas? Você é tão poluidor quanto eu? É tão cara-de-pau quanto eu em colocar a culpa nos outros? Espero sinceramente que não!

Eu, você e a Sarmarco somos responsáveis pelas nossas ações, e nós podemos mudar, com certeza, podemos fazer muita coisa para preservar o meio ambiente.

Quero dizer a você que eu não sou um “ecochato”, na verdade nunca fui, nunca estive disposto a mudar meus hábitos ou abrir mão das comodidades da vida moderna em prol da natureza.

 Mas eu tenho dois filhos, e quero que eles tenham ar para respirar (neste momento que escrevo tem tanta fumaça no ar de Linhares/ES que está meio difícil), quero que eles tenham água para beber (com esgoto sendo lançado no Rio Pequeno, nas Lagoas de Linhares e com o Rio Doce MORTO, está cada vez mais difícil) e tenham o que comer (tenta comer dinheiro, carro, casa e veja se dá!)!

Se possível eu quero que os filhos dos meus filhos também possam fazer essas coisas fantásticas (respirar ar que não seja veneno, beber água que não seja esgoto e comer algo que não os mate!). E eu desejo isso também para os seus filhos e netos.

Não sei o que as outras religiões pregam sobre a conservação da natureza, mas se você é cristão como eu, quero te dizer que não deifico a natureza, ela é parte da criação, não é deus, mas eu tenho responsabilidades com ela, e você também! Recomendo o texto do Pr. Israel Belo de Azevedo sobre o compromisso do Cristão com a natureza: http://www.prazerdapalavra.com.br/component/content/article/548-gsis-11-n-no-meio-ambiente.html.

Não precisamos colocar a Samarco diante do espelho, a responsabilidade dela já foi escancarada por todos, mas eu e você bem que devíamos dar uma passadinha no espelho de casa e checar quem é que precisa mudar de comportamento e assumir responsabilidades, eu estou indo agora, e você, vai também?!

Um grande abraço, vamos mudar juntos!




quarta-feira, 19 de agosto de 2015

FIRMES NA FÉ

“FIRMES NA FÉ”
(Judas 17-23)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 12/08/15, quinta-feira, noite.

Boa noite irmãos.

Nesta noite nós vamos meditar na carta de Judas. É um texto que não é muito empregado em mensagens nem muito conhecido do nosso povo.

Por isso eu gostaria de fazer uma introdução um pouco mais longa sobre a carta e seu autor, para depois refletir nos versículos que serão objeto da nossa meditação.

A primeira coisa a saber é quem é o Judas, que é autor da carta. O próprio texto só nos informa que ele é “servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago”.

Em primeiro lugar eu preciso dizer que o Judas autor desta carta não é o Iscariotes. Aliás a má fama de traidor do Judas Iscariotes faz com que nós não vejamos muitos judas hoje em dia.

Mas nos dias de Jesus o nome Judas era muito comum. Judas na verdade é a forma grega do nome hebraico Judá (um dos filhos do patriarca Jacó) que veio a ser a tribo mais importante das doze, e que constituiu basicamente o reino do Sul quando Israel se dividiu após a morte de Salomão.

Os nomes Judas e Judá tem o mesmo significado: “Louvor” ou “adoração”. Por isso o nome “judeu” significa “aquele que louva” ou “aquele que adora”

Quem então é o nosso Judas, autor desta belíssima carta?

Ele se identifica como irmão de Tiago, por isso desde o segundo século depois de Cristo (desde cento e pouco) Judas é identificado pela igreja como
irmão de Tiago, e filhos de José e Maria, meio irmãos de Jesus em sua humanidade (Mc 6.3).

No evangelho segundo Marcos, capítulo 6, verso 3 está escrito assim:

“3. Este não é o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E suas irmãs não estão aqui entre nós? E escandalizavam-se por causa dele.” (Mc 6.3).

É interessante a ética de Judas e Tiago ao escreverem suas cartas. Nenhum dos dois usou o fato de serem meio irmãos de Jesus em sua humanidade para ganharem destaque ou influencia na igreja. Judas só se apresenta como irmão de Tiago para que a igreja soubesse quem estava escrevendo a carta. Judas se apresenta como “servo” de Jesus (é o grego doulós, que significa escravo – voluntariamente ou involuntariamente – é desse termo que vem o nome do nosso grupo musical doulói) Desde à saudação Judas ensina uma grande lição de humildade em sua carta.

E essa carta, apesar de possuir apenas 25 versículos, uma das menores do Novo Testamento, possui um conteúdo riquíssimo e extremamente relevante para nossos dias.

A carta de Judas é o que chamamos de apologética. Apologética é a defesa da fé. Nós precisamos conhecer aquilo que cremos para sabermos o que está errado (biblicamente falando), e, ao sermos confrontados por tantas denominações e seitas que existem e aparecem todos os dias,  termos coragem de dizer, também com fundamento bíblico, no que cremos e no que não cremos.

Judas escreveu à igreja que estava sendo assediada pela doutrina chamada gnosticismo. Os gnósticos negavam por exemplo, a humanidade de Jesus, porque criam que a matéria era ruim, então tinha que maltratar o corpo ou com o ascetismo (fome, a sede) ou com todo tipo de imoralidades, bebedeiras, glutonaria. Eles criam que o que o corpo fazia não atingia o espírito.

Eles também negavam a possibilidade da salvação para todos os homens, pois apenas um seleto grupo dos iluminados pelo conhecimento poderiam ser salvos (conhecimento este que apenas eles, os gnósticos, possuíam).

Judas diz no verso 4 que esses gnósticos se “infiltraram” na igreja. A palavra “infiltraram” aqui é o grego pareisduno, com o sentido de escorregar de mansinho por uma porta lateral para dentro da sala. É a ideia de entrar de fininho em algum lugar.

Isso chama nossa atenção e nos serve de alerta, porque as falsas doutrinas nem sempre vão ser jogadas no nosso rosto, normalmente os maiores erros que contrariam a Palavra de Deus vão entrando de fininho na nossa mente e na igreja pela fala mansa de algumas pessoas (principalmente de outras denominações e seitas) e podem causar um estrago enorme na vida das pessoas e da igreja.

Quantos casamentos, famílias, filhos, são destruídos porque o erro foi entrando “de fininho” e não foi percebido.

Por isso precisamos prestar muita atenção no que Judas nos diz nesta carta.

Então eu peço aos irmãos que abram suas Bíblias na Carta de Judas, a partir do verso 17. Nós vamos fazer a leitura até o verso 23:

“17. (...).” (Judas 17-23).

Firmes na Fé. Vamos orar mais uma vez.

O primeiro ensino de Judas que eu gostaria de destacar é...
        
1) LEMBRAI-VOS DO QUE FOI ENSINADO (v. 17).

“17. Mas vós, amados, lembrai-vos do que foi previsto pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Jd 17).

Judas aponta os erros praticados pelos gnósticos e apela não para a sua palavra ou para a sua autoridade pastoral, ele pede que os irmãos se lembre do que os apóstolos ensinaram.

A igreja sempre vai ser alvo de ataques doutrinários que vão buscar minar a nossa compreensão bíblica daquilo que Deus quer nos revelar.

Sempre vão surgir modas novas, ideias diferentes, e o que é novo e diferente pode acabar atraindo os nossos olhos.

Por isso o ensino de Judas chama nossa atenção para aquilo que já recebemos, a Bíblia.

Nosso compromisso com Deus, o nosso relacionamento com Deus, só vai estar alinhado com a vontade de Deus se nós conhecermos qual é a vontade de Deus, e isso só acontece se nós conseguirmos nos lembrar daquilo que aprendemos na palavra.

Tudo passa pelo conhecimento e prática da palavra!

Um texto que foi postado em no facebook acho que até pelo nosso pastor, convidando os irmãos para se matricularem na EBD, trazia um versículo do Livro do Profeta Oséias onde Deus é muito enfático sobre a necessidade de nós conhecermos a sua palavra.

Oséias 4.6 diz assim:

“6. O meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento. Porque rejeitaste o conhecimento, eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, eu me esquecerei de teus filhos.” (Os 4.6).

Gente isso é muito sério.

Porque não existe erro bíblico banal, ou insignificante. Tudo que é espiritual é relevante para nossas vidas.

Como nós vamos conseguir identificar o erro se nós não conhecermos a verdade?! Nós vamos comparar “o que” com “o que”?

Por isso Jesus orou ao Pai pelos seus discípulos (João 17.17): “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade”.

Vamos nos santificar na verdade que a palavra de Deus irmãos. Conheçamos a palavra!

Esta igreja oferece inúmeras oportunidades para que você conheça a Bíblia: Mensagens nos cultos (para isso você precisa estar nos momentos de culto, temos até uma manhã teológica por mês na igreja – estamos estudando Escatologia). Temos a Escola Bíblica Dominical com literatura diversificada. Grupos familiares de casais, Ministério de Adolescentes e Jovens (que possuem estudos específicos para os dilemas que essa idade apresenta); agora o recente Ministério Rara Idade, para os mais experientes, com estudos para os desafios que a maturidade traz).

Isso sem falar no seu próprio tempo de estudo Bíblico em casa, que deve ser diário.

Tudo isto está acessível a você, mas cada um precisa buscar.  

E pode ter certeza, quando você precisar Deus vai trazer esse conhecimento à sua memória, seja para conforto em momentos difíceis, seja para segurança ou para proteção da sua vida.

Porque a Palavra de Deus é o único lugar confiável para nós encontrarmos o caminho correto para seguirmos.

Em segundo lugar, Judas nos ensina a...

2) EDIFICARMOS NOSSA VIDA SOBRE A NOSSA FÉ (v. 20-21).

“20. Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo,
21. conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.” (Jd 20-21).

Judas faz três afirmações nestes dois versículos:

a) edifiquem a vida de vocês (sobre a fé de vocês);
b) orem no Espírito Santo;
c) Se conservem no amor de Deus.

E eu quero dar uma olhada nestas três afirmações com os irmãos.

A primeira trata da edificação da vida. Edificar é construir, e levantar, erguer.

Eu acho que ninguém quer que a vida vá para baixo, no sentido de perder, ou de derrubar o que está construído.

Não creio que alguém aqui esteja construindo a vida, a profissão, o casamento, a família ou os relacionamentos para que isso seja destruído.

Como aquela brincadeira com peças de dominó, que o sujeito levanta, organiza, para derrubar e uma peça ir derrubando a outra.

Ninguém faz isso com a vida, ao menos não conscientemente.

Mas podemos fazer isso com a vida de forma inconsciente, quando não edificamos de forma correta.

Me lembra a parábola das casas contadas por Jesus. Um construiu sobre a rocha, cavou fundo, colocou alicerces, veio a chuva, o temporal e a casa permaneceu. Outro construiu sobre a areia, e no mesmo temporal a casa caiu.

Jesus é sempre apontado como essa rocha segura sobre a qual devemos construir. Nossa vida pode muito bem ser comparada a essa casa edificada sobre a rocha, mas a pergunta que Judas faria e eu faço aos irmãos nesta noite é: Qual é o alicerce que liga a casa (eu e você) à rocha (que é Jesus)?

Judas diz que deve ser a nossa fé!

E ele está certo porque: “Sem fé é impossível agradar a.... DEUS!” (Hebreus 11.6).

Abraão, citado em Hebreus 11, é exemplo de uma pessoa que construiu sua vida sobre a sua fé. Tinha uma vida estável em um lugar, mas preferiu levar uma vida errante pela fé na promessa de Deus.

Quantos crentes constroem suas vidas sobre coisas materiais, que podem contar (como o dinheiro), ou medir (como uma casa ou um terreno), quando na verdade nossa vida deve estar alicerçada sobre “aquilo que nós esperamos, mesmo que ainda não tenhamos”; e alicerçada sobre “aquilo que nossos olhos físicos não enxergam”.

Porque esse é o conceito Bíblico de Fé (Hebreus 11.1): “A fé é a garantia do que se espera e a prova do que não se vê”.

E é sobre essa fé que devemos edificar, ou construir, nossa vida. Pelos olhos da fé, pela esperança e a certeza que a fé traz.

Mas Judas ainda orienta a igreja a orar no Espírito Santo e a se conservar no amor de Deus.

A palavra “orando” no verso 20 é o grego “proseuokómenoi” que traz o sentido de “orar e adorar”. A oração de alguém que edifica sua vida sobre a fé não pode ser um ato mecânico.

Não é oração pré-fabricada, pré-moldada, decorada, é oração como um ato de culto a Deus.

Nós precisamos nos recordar a cada dia, que oração é abrir o coração para Deus. Por isso oração não requer palavras bonitas, ou difíceis, mas requer sinceridade. O que está no coração deve ser dito a Deus.

Para que nós não venhamos a edificar a vida sem fé, sem oração como ato de culto. Porque o resultado disso é que muitos crentes se afastam do amor de Deus.

Como é que uma pessoa se afasta do amor de Deus?

Quando não aceita o cuidado, o direcionamento ou a correção de Deus.

Por isso é que Judas diz: “conservai-vos no amor de Deus”.

Muitos crentes se afastam da igreja, esfriam espiritualmente, alguns até se sentem abandonados pela igreja ou por Deus.

Deus nunca abandona ninguém! Mas para sentirmos seu amor precisamos desejar permanecer neste amor. Se eu me sentar em um canto qualquer e dizer a mim mesmo, ninguém me ama, ninguém se importa comigo ou com o meu sofrimento.

Aos nossos próprios ouvidos, a nossa palavra vai parecer que é verdade, quando não é!

Um amor que leva Deus à cruz não se afasta nunca de uma pessoa. Por isso, permaneça no amor de Deus, sinta-se amado por Deus; ou permita-se sentir o amor de Deus, porque o amor de Deus por você não pode ser medido de tão grande que é, mas se enxerga pela fé.

E, por fim, Judas nos ensina a ter...

3) COMPAIXÃO E MISERICÓRDIA PARA OS QUE ESTÃO EM DÚVIDA (v. 22-23).

“22. E mostrai compaixão para com alguns que estão em dúvida,
23. e salvai-os, arrebatando-os do fogo; e a outros, demonstrai misericórdia com temor, tendo repugnância até da roupa manchada pela carne.” (Jd 22-23).

Judas agora fala aos que foram atingidos pelo erro (à época, pelo erro dos gnósticos).

Mas ele não manda que essas pessoas que se afastaram da igreja sejam apedrejados, maltratados, esquecidos.

Ele manda a igreja ter COMPAIXÃO E MISERICÓRDIA e ajudar essas pessoas.

Nós poderíamos muito bem aplicar o texto aos que ainda não entregaram suas vidas a Jesus, mas eu creio que nós devamos falar daqueles que um dia entregaram suas vidas a Jesus nesta igreja, foram batizados e agora estão afastados do nosso convívio, porque deram ouvidos a coisas que não agradam ao Senhor.

Por isso eu quero falar sobre restauração.

Em alguns momentos parece que é mais fácil perdoar o erro do incrédulo que do irmão que se arrepende (pastor o irmão tem conhecimento da palavra, não deveria errar).

Por isso que devemos ainda mais demonstrar misericórdia com os irmãos que se afastam da igreja. O conhecimento da palavra faz com que o afastamento dele, o erro, lhe doa ainda mais.

Nós só erramos porque somos humanos e todos nós estamos sujeitos a pecar (a 1 João 3.6 diz que os crentes não vivem em pecado, então nós pecamos eventualmente); e todos nós estamos sujeitos a cair (Paulo diz 1 Cor 10.12 que “aquele que pensa estar de pé, cuidado para que não caia”).

O grande pecado dos fariseus, que foram tão criticados por Jesus era o orgulho. O orgulho os impedia de olhar para os pecadores da sua própria gente com compaixão, com misericórdia.

E foi o orgulho que os impediu também de sentirem necessidade da graça de Deus.

Irmãos, nós precisamos ter muito cuidado com orgulho espiritual, para que ele não nos cegue ao olharmos para um irmão que está frio na fé.

Para que esse orgulho nos faça criticarmos o frio na fé, o desviado, o afastado em vez de darmos uma palavra de amor, de compaixão, de esperança, de restauração.

Nossa atitude com os irmãos desviados, afastados, pode ser um pensamento farisaico: “você conhecia a verdade, você pecou, ou você se afastou, o problema é seu, Deus vai pesar a mão sobre a sua vida”.

Ou pode ser uma atitude de compaixão, misericórdia, um pensamento de Cristo: “Deus te ama, o seu lugar é próximo de Deus, com a igreja, nós sentimos a sua falta, o que podemos fazer para te ajudar a voltar

“- Mas pastor, ele tem que se arrepender!”

Claro irmãos, todos nós quando pecamos precisamos nos arrepender e pedir perdão (seja por ter contado uma mentira, seja por ter feito distinção de pessoas, seja pela fofoca, seja por ter sonegado imposto, seja por pelo homicídio, seja por que pecado for... O pecado sempre exige arrependimento e mudança de comportamento, Deus exige isso!

O próprio texto de Judas mostra que nós não podemos concordar com o pecado do irmão (Judas diz no verso 23: “tendo repugnância até da roupa manchada pela carne”). Eu não posso aquiescer com o erro, mas eu posso demonstrar isso como Deus faz, em amor, exercendo a compaixão e a misericórdia.

O amor atrai os pecadores para perto de Deus e os afasta do pecado.

O ministério de Jesus mostra isso. O texto de Marcos 2.15 diz que Jesus atraia pecadores e publicanos para perto de si.

O amor constrange a pessoa a ser arrepender e ajustar sua vida à vontade de Deus.

Zaqueu ajustou sua vida só porque Jesus olhou para ele e disse que iria se hospedar em sua casa (Lucas 19.5 e 8).

Os fariseus se irritaram e criticaram Jesus: “Ele vai ser hóspede de um homem pecador” (Lc 19.7).

O farisaísmo espiritual sempre vai apontar para o erro, para a queda, para baixo.

Jesus, por outro lado, sempre nos aponta para a oportunidade de se levantar, de se reconciliar com Deus, para cima.

Mas Jesus mostra como ele enxerga as pessoas (Lucas 19.10): “Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”.

Nós podemos ser fariseus e criticar ou sermos cristãos e buscarmos essas pessoas distantes com compaixão, misericórdia e amor.

A Carta de Judas é tão importante para nossos dias, pois nos mostra como mantermos firmes nossa fé nestes dias em que há tanto erro, como caminharmos com Deus e a ajudarmos aqueles que por um motivo ou outro caíram durante essa caminhada.

Vamos orar neste momento.

Linhares, 13 de agosto de 2015.

Pr. Marcos José Milagre

PIB Linhares

terça-feira, 28 de julho de 2015

AS DIMENSÕES DA CEIA DO SENHOR

“AS DIMENSÕES DA CEIA DO SENHOR”
(1 Coríntios 11.17-25)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 26/10/14, domingo, manhã.

Bom dia irmãos.

Na última oportunidade em que falamos sobre a Ceia do Senhor, pudemos ver o significado da Páscoa Judaica e o momento em que Jesus instituiu a Ceia, fazendo então a nova “aliança em seu sangue”.

O Judaísmo ficou para trás, o Templo, os sacrifícios, a circuncisão, a guarda do sábado. Jesus tinha uma nova aliança para os seus seguidores, os que seriam conhecidos inicialmente como “os do caminho” e depois como “cristãos”.

Nesta manhã nós vamos meditar nas dimensões da Ceia do Senhor.

Por gentileza, abra sua Bíblia na Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, no capítulo 11, a partir do verso 17, eu vou ler até o verso 25:

“17. Entretanto, não vos elogio nesta instrução que vos dou agora, pois as vossas reuniões causam mais mal do que bem.
18. Porque, em primeiro lugar, ouço dizer que há divisões entre vós quando vos reunis como igreja; e em parte acredito nisso.
19. E é até necessário que haja divergência entre vós, para que os aprovados se tornem manifestos em vosso meio.
20. Portanto, quando vos reunis no mesmo lugar, não é para comer a Ceia do Senhor.
21. Pois, quando comeis, cada um toma antes a sua própria refeição. Assim, um fica com fome, e o outro se embriaga.
22. Será que não tendes casa onde comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direis? Irei elogiar-vos? Não, nisso não vos elogio.
23. Pois recebi do Senhor o que também vos entreguei: o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão
24. e, depois de ter dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim.
25. Do mesmo modo, depois de comer, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.
26. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice proclamais a morte do Senhor, até que ele venha.
27. Por essa razão, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor de maneira indigna será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor.
28. Examine, pois, o homem a si mesmo, e dessa forma como do pão e beba do cálice.
29. Pois quem come e bebe sem ter consciência do corpo do Senhor, como e bebe para sua própria condenação.” (1 Coríntios 11.17-29).

Este é o texto em que o Apóstolo Paulo disciplina a Ceia do Senhor para a Igreja de Corinto.

E Paulo não estava simplesmente ensinado sobre a Ceia, pois a igreja em Corinto praticava muitas coisas que contrariavam a palavra do Senhor.

Aqui no caso da Ceia, eles se reuniam, e muitos deles não para proclamar a “morte do Senhor, até que Ele venha”, como diz o verso 26, mas para encher a pança.

Era aquele ditado: “quem chega primeiro bebe água limpa”. Por isso Paulo diz nos versos 20 a 22 que alguns tomavam a refeição de forma que outros ficavam com fome.

A visão que alguns desses membros da igreja de Corinto tinham da ceia é que era simplesmente uma refeição, em que eles iam simplesmente para saciar a fome.

Paulo então ensina que a Ceia do Senhor tem um significado muito mais espiritual que material, o que nós vamos pensar nesta manhã como sendo as dimensões da Ceia do Senhor, ou aspectos da Ceia do Senhor.

E o primeiro aspecto que eu destaco é...




1) O NOSSO RELACIONAMENTO COM DEUS (vv. 25-26)



“25. Do mesmo modo, depois de comer, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.
26. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice proclamais a morte do Senhor, até que ele venha.” (1 Cor 11.25-26)

A primeira dimensão da Ceia do Senhor é o nosso relacionamento com Deus.

Isso precisa estar impregnado nas nossas mentes, ou este momento será só mais uma liturgia da Igreja, como nós vemos em outras denominações. Pessoas se reunindo para um momento mágico, com ar de espiritualidade, mas que não tem a menor ideia do que está acontecendo.

Conosco não pode acontecer isto. Cada pessoa aqui presente precisa estar convicta que a Ceia do Senhor é um memorial deixada pelo próprio Jesus para nós nunca nos esquecermos o motivo da nossa fé, ou em quem nós depositamos a nossa fé: Jesus Cristo!

No antigo testamento nós encontramos alguns memoriais das antigas alianças firmadas por Deus com seu povo.

E a palavra hebraica para aliança é berit da raiz barah, que significa carne (carne porque a aliança só poderia ser desfeita pela morte (a destruição da carne) de quem firmava a aliança, não é assim na aliança do casamento – “até que a morte nos separe”). Mas como Deus não morre, a aliança da parte de Deus é eterna.

Outro significado aceito pelos estudiosos para a origem da palavra hebraica berit (aliança) é que ela está relacionada com a palavra acadiana birtu, que significa laço ou vínculo, ou seja, estabelecer uma situação legal por meio de um testemunho acompanhado de juramento. Por isso seu caráter perpétuo que também não pode ser quebrado.

Como exemplos de alianças firmadas no antigo testamento, nós temos depois do dilúvio, a aliança firmada por Deus com Noé e seus descendentes (Gênesis 9.8), de que Ele não destruiria a humanidade novamente com o dilúvio, e o memorial dessa aliança foi o arco-íris (Gn 9.13).

Depois nós temos a aliança do Monte Sinai (Êxodo 19.5), em que Israel seria seu povo, sua propriedade exclusiva dentre todos os povos. Os memoriais dessa aliança foram dois: O primeiro deles era “A LEI”, entregue aos Israelitas por meio de Moisés, cujo livro é chamado de “Livro da Aliança” em Êxodo 24.7.

E segundo memorial da aliança mosaica ou aliança do Monte Sinais foi o “Sangue”, ou o “Sangue da Aliança” que o Senhor fez com os Israelitas (Êxodo 24.8).

Então chegamos ao Novo Testamento, onde Jesus diz que a Ceia do Senhor é “A Nova Aliança”, no seu sangue.

Nesta manhã em que celebramos este memorial chamado de Ceia do Senhor tenha na sua mente que você está reafirmando a sua aliança com Deus. E Deus está te lembrando que você tem uma aliança com ele.

E uma aliança que não pode ser quebrada, porque foi firmada com o Eterno Deus, selada com o sangue do seu próprio filho.

Agora eu e você, que um dia recebemos Jesus como Senhor e Salvador das nossas vidas é que somos povo de propriedade exclusiva de Deus, como diz o apóstolo Pedro, na sua 1ª Carta, capítulo 2, verso 9:

“9. Mas vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2.9).

Por isso Paulo ensinou aos crentes de Corinto que a Ceia do Senhor não era só uma refeição.

E nós também não podemos nos esquecer disso: Este é um momento de nós lembrarmos que temos uma aliança com o próprio Deus, inquebrável, e não só lembrarmos, mas reafirmarmos nossa aliança, nosso compromisso com Deus por meio do sangue de Jesus, vertido em nosso favor.

Mas além do aspecto da aliança com Deus, Paulo também chama a atenção dos Crentes em Corinto e também a nossa atenção para outro aspecto da Ceia do Senhor, que é...



2) A NOSSA ALIANÇA COM O CORPO DE CRISTO – A IGREJA (vv. 21-22).



21. Pois, quando comeis, cada um toma antes a sua própria refeição. Assim, um fica com fome, e o outro se embriaga.
22. Será que não tendes casa onde comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direis? Irei elogiar-vos? Não, nisso não vos elogio.

Nós temos uma aliança pessoal com Deus, e está é uma das dimensões da Ceia do Senhor, mas nós também temos uma aliança coletiva com Deus, como Igreja do Senhor.

A Igreja é a instituição mais fantástica da Terra, porque é por meio dela que Deus escolheu proclamar as boas novas de salvação por meio de Jesus Cristo unicamente. Deus poderia ter feito isso de muitas formas, mas nós, como igreja do Senhor, é que fomos escolhidos para ter este privilégio.

E o pior é que tem muita gente desprezando a igreja do Senhor, envergonhando a igreja do Senhor. Tem gente que diz que é Cristão e ao mesmo tempo diz que não acredita na igreja do Senhor.

O mais recente senso do IBGE mostra que nós temos no Brasil a assustadora quantia de 4 milhões de pessoas que afirmaram ser Cristãos e não são membros de nenhuma igreja Cristã. É o movimento conhecido como “os sem igreja”. Cerca de 10% dos “evangélicos” do país.
Isso me lembrou uma experiência pessoal.

Em 2002 eu era Terceiro Sargento do Exército, e apesar de trabalhar no 19º Batalhão Logístico que ficava em Niterói, no Rio (hoje ele foi transferido para outra localidade) os terceiros sargentos tiravam serviço de Comandante da Guarda na Brigada, que ficava no Forte Gragoatá, próximo ao Campus da Universidade Federal Fluminense.

Ao render um colega que era de outro Batalhão eu vi a Bíblia dele aberta em cima da cama, no alojamento de Comandante da Guarda, e perguntei de qual igreja ele era. Ele me respondeu que não era de igreja nenhuma, e que não acreditava que um Crente precisava estar em uma igreja.

Isso me soou tão estanho como alguém dizer que existe um quadrado redondo. Um crente sem igreja é algo ilógico, não  há fundamento Bíblico para isso.

A menos é claro que o crente ele esteja isolado fisicamente, como por exemplo os nossos irmãos presos em solitárias na China por serem cristãos. Ou em uma parte do mundo que a perseguição seja tão grande que ele não possa se reunir para cultuar, mas ser um “sem igreja” por opção não é algo compreensível.

A presença de cada um de nós na igreja é tão importante que Paulo disse em 1 Coríntios 12.17 que:

“17. Vós sois o corpo de Cristo e, individualmente, membros desse corpo.” (1 Cor 12.27).

Não existe privilégio maior que ser chamado de “membro do corpo de Cristo”.

Paulo ainda vai nos chamar em 1 Cor 2.9 de “lavoura de Deus” e “Edifício de Deus”.

Deus cultiva os crentes na lavoura que é a igreja, nos edifica mutuamente, como edifício de Deus.

A igreja é tão importante no plano histórico de Deus, que o livro do apocalipse foi entregue “às igrejas”, não a pessoas individualmente (Apocalipse 22.16):

“16. Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testemunhar essas coisas em favor das igrejas. Eu sou a raiz e geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.” (Ap 22.16).

Esse é outro aspecto da Ceia do Senhor que nós podemos destacar, de que ela é um evento de culto coletivo a ser prestado como memorial, algo que nós não podemos esquecer de fazer como Igreja do Senhor, até que o Senhor da Igreja volte.

E uma das preocupações de Paulo ao escrever este texto que lemos para a igreja em Corinto, foi a forma como alguns crentes estavam encarando a sua presença na igreja: Um local de satisfação de suas necessidades pessoais e não um lugar de crescer em santidade e serviço ao Senhor junto com outros crentes.

A declaração doutrinária da Convenção Batista Brasileira, que é a forma como nós Batistas interpretamos a Bíblia, diz o seguinte sobre a igreja:

“Tais congregações são constituídas por livre vontade dessas pessoas com finalidade de prestarem culto a Deus, observarem as ordenanças de Jesus, meditarem nos ensinamentos da Bíblia para a edificação mútua e para a propagação do evangelho.”

Por isso a Ceia do Senhor também é uma oportunidade para cada um de nós, cada parte do “Corpo de Cristo”, que é a Igreja, avaliar (1) porque eu escolhi fazer parte desse corpo; e (2) qual o meu compromisso com esse corpo.

Nós somos responsáveis uns pelos outros, para cuidar uns dos outros, para crescermos juntos em santidade. Juntos, sempre juntos, nos momentos difíceis, nos momentos alegres. Do berçário ou túmulo, como dizia o Pr. Nilson do Amaral Fanini, mas juntos.

Nós precisamos rememorar isso também enquanto estamos na Ceia do Senhor.

Por fim, a terceira dimensão da Ceia do Senhor é que ela...

3) É UMA AUTO ANÁLISE ESPIRITUAL (v. 26).

27. Por essa razão, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor de maneira indigna será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor.
28. Examine, pois, o homem a si mesmo, e dessa forma como do pão e beba do cálice.

Esta é a terceira dimensão da Ceia do Senhor, a auto análise dos que participam deste memorial.

É o momento de reflexão que você faz a auto análise da sua vida como cristão.

Não é momento de um avaliar o outro, por isso Paulo diz no verso 28 que cada um examine a si mesmo.

O que eu tenho feito da nova vida que o Senhor me concedeu? Eu tenho amado a Deus sobre todas as coisas? Tenho amado meu próximo como a mim mesmo? Tenho sido santo, porque Deus é santo?

Para os casados: Tenho amado minha esposa como Cristo amou a igreja? A esposa: Tem submissa ao seu esposo?

Como filho, eu tenho honrado seus pais?

E por aí vai. Eu tenho colocado em prática toda a orientação que o Senhor meu deu por meio da sua palavra?

Eu hoje sou um crente melhor do que ontem? Porque o conceito de santidade é crescer em separação do mundo e separação para Deus, a cada dia, todos os dias. Isso é santidade, e é isso que Deus espera de nós.

Por isso a Ceia do Senhor tem também essa maravilhosa dimensão, de que Deus nos dá a oportunidade de refletirmos sobre a nossa vida na presença Dele.

E é muito mais precioso este momento do que apenas refletir ou lembrar do que temos feito ou deixado de fazer, mas é pensar no porque fazer ou deixar de fazer não para alcançarmos algum favor de Deus, mas porque primeiramente fomos alcançados pela imerecida e maravilhosa Graça do Senhor nosso Deus.

É isso que vai dar sentido à nossa auto reflexão: O que eu preciso fazer ou deixar de fazer agora que Deus me salvou, e Ele me salvou não porque eu merecia (porque a Bíblia diz em Romanos 6.23 que nós merecíamos a morte, não a vida), mas Ele escolheu me salvar pela sua Graça!

Os elementos da Ceia do Senhor têm este simbolismo: o pão simboliza o corpo de Jesus, moído, assim como o trigo o foi.

O suco da uva só pode se extraído porque ela foi esmagada, assim como Jesus o foi, por isso ele simboliza o sangue vertido pelo nosso Salvador.

E a auto análise é essa: Diante do sacrifício de Jesus por mim, quem eu preciso ser diante dele. Como eu tenho usado a vida que ele me deu?

Isso cada um de nós precisa fazer neste momento em que refletimos um pouco sobre as três dimensões da Ceia do Senhor nas nossas vidas.

Eu quero convidar o grupo de louvor aqui à frente, e enquanto estivermos cantando esta música os irmãos diáconos estarão distribuindo o primeiro elemento da ceia. Todos que vão receber este primeiro alimento, por gentileza se coloquem de pé.

Devem receber os elementos da Ceia os membros de uma igreja batista da mesma fé e ordem (ou seja, igrejas batistas filiadas à Convenção Batista Brasileira), que estejam em plena comunhão com a sua igreja, os queridos visitantes não devem ficar constrangidos por não participarem da ceia conosco, pois a Ceia do Senhor é um momento de íntima comunhão que devem participar aqueles que tem um pensamento comum.

Por isso nós partimos do princípio que os membros de uma igreja batista filiada à Convenção Batista Brasileira tem um pensamento uniforme sobre como enxergar diversos assuntos Bíblicos, você pode ler isso em um documento que nós adotamos e que se chama Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira.

Por isso não há motivo nenhum para o querido visitante ficar constrangido se você não é membro de uma igreja batista que integra a Convenção Batista Brasileira.

MÚSICA

O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e deu graças (ORAÇÃO).

Depois de ter dado graças o partiu e disse: Este é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim.” Em memória de Jesus, comamos todos deste pão.

Vamos cantar esta próxima música e, enquanto cantamos, todos que receberam o primeiro elemento da Ceia devem se colocar de pé para receber o segundo elemento da ceia.

Do mesmo modo, depois de comer, tomou o cálice dizendo. Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Vamos orar. (ORAÇÃO).

“Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isso todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” Em memória de Jesus, bebamos do cálice.

Os nossos diáconos estarão recebendo os cálices e os irmãos que trouxeram seus dízimos e ofertas para consagrarem ao Senhor também virão à frente, este é um privilégio dos membros desta igreja, nossos visitantes não devem ficar constrangidos de nenhuma forma.

Vamos orar neste momento.

Linhares, 28 de julho de 2014.


Pr. Marcos José Milagre