*“CORAÇÃO PURO, LÁBIOS PUROS; CORAÇÃO IMPURO, LÁBIOS IMPUROS”
(Marcos 7.1-23)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 17/01/2021, domingo
manhã (Série em Marcos – 4).
Bom
dia irmãos.
Nesta manhã eu gostaria de
refletir com os irmãos sobre o nosso relacionamento com Deus, em especial na
forma ou o conteúdo desse relacionamento, como nos vemos e comportamos diante
de Deus.
E para tanto eu peço a todos
que abram suas Bíblias no Evangelho segundo Marcos, no capítulo 7, versos 1 ao
23:
“21.” (Marcos 7.1-23).
“CORAÇÃO PURO, LÁBIOS PUROS; CORAÇÃO IMPURO, LÁBIOS IMPUROS”.
Vamos orar mais uma vez!
Então, seguindo este
raciocínio, a primeira observação neste texto sobre é que...
*1) UM RELACIONAMENTO VERDADEIRO COM JESUS REQUER “SINCERIDADE” E
VERDADEIRA “SANTIDADE” (vv. 6-8)!
*“6. Jesus lhes respondeu: Hipócritas, bem profetizou
Isaías acerca de vós, como está escrito: Este
povo honra-me com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim;” (Mc 7.6).
Para começarmos nossa
reflexão falando sobre sinceridade, porque
Jesus disse que os fariseus não eram sinceros, mas eram, como está escrito no
verso 6, HIPÓCRITAS?
Para responder a essa
pergunta, precisamos conhecê-los melhor.
*Quem
eram os fariseus?
Eu gostaria de aproveitar
esta manhã para aprendermos um pouco sobre essa classe, ou categoria, que
tantos encontros controversos teve com Jesus.
*Os fariseus, juntamente com herodianos, saduceus, essênios
e zelotes, eram seitas, ou
espécies de partidos judaicos presentes nos dias em que Jesus exerceu seu
ministério na Palestina.
Uma coisa impressionante é
que quanto tratamos de adoração a Deus, como o pecado humano pode desvirtuar as
melhores coisas.
Uma leitura atenta dos
principais erros do povo de Deus, judeus e cristãos, mostra que eles começaram,
quase na unanimidade, como uma coisa boa!
Com a seita dos fariseus não
foi diferente!
*Eles surgiram no período inter bíblico, entre
o Antigo e o Novo Testamento. Em 333 a.C. Alexandre, chamado de “O Grande”,
derrotou os exércitos de Dario, rei do Império Medo Persa, consolidando seu
poder em todo o chamado crescente fértil asiático.
*Após sua morte, em 323 a.C., os generais de
Alexandre partilharam entre si o império que ele havia conquistado. Umas das
marcas de Alexandre foi a introdução da cultura grega nas culturas dos povos
conquistados.
*Em 200 a.C. os Selêucidas, que governavam a
Síria e por extensão, a Palestina, tentaram impor, com a ajuda de membros da
elite judaica sentiam-se atraídos pela cultura grega e
desejavam uma integração nesse mundo.
Em 175 a.C., o sumo sacerdote Jasão obteve a
autorização de Antíoco IV Epifânio para transformar Jerusalém numa
cidade helénica, o que incluiu a fundação de um ginásio, onde os jovens se
exercitavam nus. Estas medidas pareceram excessivas a alguns judeus, que
mostraram o seu descontentamento.
Em resposta a esta contestação, Antíoco tomou medidas que
visavam impor de forma coerciva o helenismo. Os judeus passaram a ser obrigados a fazer sacrifícios em nome dos
deuses pagãos e proibidos de praticar a circuncisão e de observar a
guarda do Sábado.
Em dezembro de 168 a.C., o Templo de
Jerusalém foi profanado com a instalação de uma estátua de Zeus.
Perante estas circunstâncias, os integrantes do partido
judaico contrários à helenização, fugiram para as montanhas, onde organizaram a
resistência, liderados pelo sacerdote Matatias e os seus cinco filhos Judas, Eleazar, Simão, João e Jónatas.
Matatias faleceu em 166 a.C., tendo sido sucedido, na liderança da
revolta, pelo seu filho, Judas
Macabeu (heb. “makabim”: martelos), que, no ano
de 164 a.C., reconquistaria o Templo de Jerusalém.
A história da reconquista da
independência judaica você pode ler nos Livros apócrifos de 1 e 2 Macabeus (não
são reconhecidos como inspirados pelo Espírito Santo, mas podem ser lidos como
fonte de informação histórica); e você pode ainda consultar na obra “História
dos Hebreus”, do historiador Flávio Josefo.
Os fariseus têm sua origem
nesta resistência à entrada da cultura idólatra e imoral na comunidade judaica.
Estes que resistiram à essa
cultura grega eram chamados de Hasidim (os piedosos). Alguns
estudiosos afirmam que os fariseus surgiram destes hasidim e os saduceus dos grupos helenistas.
Eu fiz esta pequena
apresentação do contexto do surgimento das Associações dos Fariseus, para que
possamos entender que o objetivo do surgimento desta classe foi bom, foi uma
busca pela santidade!
Buscar
a santidade é bom ou é ruim irmãos?
Veja como nós podemos
transformar até a busca pela santidade em “hipocrisia” diante de Deus, como
Jesus designou os fariseus!
*Fariseu é um termo aramaico que significa “os
separados”, os “Santos”, “a verdadeira comunidade de Israel”.
*A
primeira referência apontada como sendo ao grupo que daria origem aos Fariseus
está registrado em 1 Macabeus 2.42, narrando que eles se juntaram ao exército
de Judas Macabeu para lutar contra os Sírios:
“42. Então, se ajuntou a
eles o grupo dos judeus assideus
(piedosos), particularmente valentes
em Israel, apegados à Lei;"
(1 Macabeus 2.42).
Eles eram religiosos
exclusivistas de sua época. Nessa busca intensa por obedecer estritamente à
lei, eles se mantinham longe de todo contato que (na opinião deles) pudesse
“contaminá-los”.
Isso significada evitar
contato não só com os não judeus, chamados de gentios, mas também o povo comum,
os judeus que não eram “fariseus”.
Os fariseus tinham essa
ideia de que o povo comum era inferior a eles, tinham um sentimento de superioridade muito grande em
relação aos não fariseus.
*Por exemplo, quando os fariseus começaram a
se incomodar com a popularidade de Jesus, eles atribuíram essa aceitação de
Jesus pelo povo, como ignorância
das pessoas comuns (João 7.48-49):
“48. Por acaso alguma das autoridades creu nele ou alguém dentre os fariseus?
49. Mas essa escória,
que nada sabe da Lei, é maldita.”
(João 7.48-49).
*Para evitar o “povo”, que era considerado
“pecadores”, eles se reuniam em associações chamadas de “Haberim” ou “”Haburot”
(heb. “os associados”).
Era
como que “um clube de santidade”!
*Eles passavam por um período de experiência
antes de serem aceitos nesta “associação”, e quando aceitos, faziam o voto de obedecer a todos
os regulamentos da lei cerimonial e às tradições dos líderes religiosos, o voto
incluía dar o dízimo de tudo o que comiam, compravam e vendiam; de não aceitar
convites de pessoas comuns, nem recebê-las em suas casas; nem comprar comida
delas.
Esses eram os “Fariseus”. E
nem toda a classe era de pessoas altamente instruídas. Nem todo Fariseu era um
escriba. A maioria dos Fariseus era de pessoas comum, mas eles mantinham um
relacionamento tão próximo com os escribas que é difícil separá-los quando lemos
as escrituras.
O verso 1º de Marcos 7
mostra eles juntos: “Os fariseus e
alguns escribas” (veja que haviam os fariseus e dentre eles, apenas
“alguns” que eram “escribas”, e como “escriba”,
entenda “pessoas com formação para fazer cópias da lei e outros documentos
legais e religiosos”).
Entre as obrigações dos Fariseus encontrava-se a de “purificarem-se antes das
refeições”, isto pressupunha lavar as mãos até os cotovelos, sem bem que alguns
lavavam até os ombros.
A ideia de “pureza” e
“impureza” não estavam relacionados às nossas leis de higiene pessoal ou de vigilância
sanitária; mas à ideia de “purificação ritualística” baseada na lei
oral.
O capítulo 11 de Levítico
fala sobre as coisas impuras, os fariseus, baseados na lei oral iam muito além
do que Deus havia estabelecido: Até se a sombra de um gentio passasse sobre a
comida de um deles, a comida era considerada impura!
Por isso, a ideia de
purificação surgiu da leitura dos textos de Ex 30.19 e 40.12, em que os
sacerdotes eram obrigados a lavar mãos e pés em uma bacia de bronze para
entrarem no Tabernáculo.
Os fariseus iam mais longe.
Mesmo não sendo sacerdotes, eles estabeleceram até a quantidade de água para
ser usada na purificação antes de se alimentarem ou de voltarem da rua para
entrar em casa! Cada passo da purificação era detalhado.
*Com
isso, a ideia de puro e impuro tornou-se algo externo! Santidade tornou-se uma
coisa de aparência não de conteúdo!
Como esses homens eram os
mais admirados pelo povo, pela sua “Santidade
Aparente - externa” foi necessário em uma série de encontros bem
controversos, mostrar o que o Senhor chamou de “hipocrisia” da parte deles!
*Hipócritas no verso 6 é o grego Hupokritôn.
É
o ator que desempenha um papel e finge ser algo que não é, está usando uma
máscara (não anti covid, que precisamos usar para salvar vidas, mas uma
máscara para ser alguém que não é, um disfarce).
Usavam
uma máscara de santidade para parecerem superiores aos outros e para criticarem
todos que não seguiam as suas regras (tradições).
Jesus queria remover essas
máscaras puramente externas, religiosas para que o relacionamento com Deus fosse algo sincero.
*Uma
primeira lição neste tópico: Críticas àqueles que não
vivem como nós, batistas por exemplo, não
são sinal de santidade, mas de farisaísmo!
Não estou concordando com
qualquer prática não bíblica ao afirmar isso, muito ao contrário, estou
constatando o que Jesus disse no texto que acabamos de ler, que as críticas surgem de corações fariseus,
pois os corações verdadeiramente cristãos
são compassivos, pois tem uma profunda compaixão por aqueles que
ainda não tem Jesus como Senhor e Salvador das suas vidas!
E eu preciso esclarecer,
mais uma vez, que na cultura judaica, coração não está relacionado à “emoção”,
mas ao “centro da vontade e da
decisão”, é o que chamamos de “mente”, “raciocínio” “vontade”.
Com a ideia equivocada do
que é “santidade” os Fariseus
tornaram-se, entre aspas, “um clube
santo”, um sindicato religioso fechado que se relacionava o mínimo
possível com o mundo à sua volta. Também se tornaram ásperos e críticos; não
tinham compaixão pelos ignorantes, pecadores ou necessitados.
*Isto
nos leva a uma segunda observação: O FARISAISMO GERA
INSENSIBILIDADE PARA AS NECESSIDADES ALHEIAS!
Os fariseus indignaram-se
pelos discípulos de Jesus comerem sem lavar as mãos, mas não se preocuparam
pelo fato de os discípulos estarem com fome!
*A insensibilidade do coração impuro,
representado no grupo dos fariseus era tão horrenda, que eles foram capazes de
serem contra a cura de um homem, por ter ocorrido no sábado (Marcos 3.1-2):
“1. Outra vez Jesus entrou numa sinagoga, e estava ali um
homem com uma das mãos atrofiada.
2. E o observavam
com atenção para ver se ele curaria o homem no sábado, a fim de o acusarem.
6. Mas assim
que saíram dali, os fariseus
conspiraram com os herodianos
contra ele, a fim de o matar.”
(Marcos 3.1-2 e 6).
Guardar o sábado, não
segundo a lei, mas segundo a tradição oral, era mais importante que uma pessoa
ter sua saúde restaurada saúde física, emocional e espiritual (espiritual
porque uma pessoa com deficiência não poderia entrar no pátio dos judeus, no
Templo de Jerusalém, para adorara a Deus)!
*Isso é fruto de um coração endurecido, a
falta de compaixão pelos necessitados, pelos que estão distantes de Jesus,
pelos pecadores.
Condenamos os alcóolatras,
os usuários de drogas, a prostituição, mas o que fazemos para que essas pessoas
tenham uma nova oportunidade de serem salvas e transformadas por Jesus?
*Um coração
puro, ou melhor, purificado por Jesus é sensível às necessidades de
quem estão à sua volta.
Um
coração cristão tem compaixão pelas necessidades alheias.
Um texto em especial chama a
nossa atenção, às vezes nós o romantizamos nos cultos de abertura das campanhas
de missões (João 4.35):
*“Vocês não dizem: 'Daqui a quatro meses
haverá a colheita'? Eu digo a vocês: Abram os olhos e vejam os campos!
Eles estão maduros para a colheita” (João 4.35).
Como eu disse, nós meio que
“romantizamos” este texto no
culto de campanha para missões, mas você já pensou no que Jesus está realmente
dizendo neste versículo?
*a) “'Daqui a quatro meses haverá a colheita'” Vocês estão
muito ocupados agora com outras coisas, para enxergar o que é realmente
importante! Não é no futuro, é agora! A colheita é agora!
*b) “abram os olhos e vejam os campos”... As pessoas estão ao lado de vocês, como
vocês não as estão enxergando? Olhem à sua volta!
*c) “os campos... estão maduros”... É impossível vocês me dizerem que não estão
enxergando as necessidades delas!
Coloque-se no lugar da outra
pessoa, se você, o que precisaria, o que te faria bem, atenderia à sua
necessidade?
*d) maduros
para a colheita... Tenham compaixão, sejam sensíveis, ou essas
pessoas vão se perder! Saiam da sua zona de conforto!
Criticar como os fariseus
faziam, é muito fácil! É fácil esquecermos que um coração purificado por Jesus
é sensível, empático, compassivo!
Santidade não é nos
fecharmos em um novo “grupo de santidade”. A igreja não é, nem deve ser, uma “nova
associação” de Fariseus, com regras a seguir, votos a serem feitos e
ritualística focada em si mesma!
*A
Igreja pode representar a imagem de Jesus Cristo ao mundo!
Nós somos chamados a sermos
aqueles que “comem com os pecadores e publicanos” dos nossos dias!
Santidade não é excluir
aqueles que não são como nós, mas incluir aqueles que ainda não são como nós.
Sinceridade é não só parecer
separado, mas ter uma mente separada para Deus!
A vida cristã não é um palco
de teatro onde nos apresentamos para agradar o público que nos vê e arrancarmos
aplausos das pessoas!
O único de quem devemos
buscar aprovação é de Deus!
Mara para isso, em segundo
lugar...
*2) RELACIONAR-SE COM DEUS REQUER UMA “MENTE” PURIFICADA (vv. 20-22).
*“20. E prosseguiu: O que sai do homem é que o torna impuro.
21. Pois é de
dentro do coração dos homens que
procedem maus pensamentos, imoralidade sexual, furtos, homicídios,
adultérios
22. cobiça, maldade, engano, libertinagem, inveja,
blasfêmia, arrogância e insensatez.
23. Todas essas
coisas más procedem de dentro do homem e o tornam impuro.” (Mc 7.20-23).
O que levava os fariseus a
serem acusados por Jesus de hipocrisia e de terem um coração impuro era a
motivação para as coisas que faziam!
No verso 11, Jesus acusa os
fariseus com um exemplo de violação da essência da lei (que no exemplo era
honrar pai e mãe) com a consagração de bens, o “corbã”.
Corbã, na verdade, é uma palavra hebraica
que Marcos escolheu não traduzir. Por quê?
*Porque ele sabia que
Corbã (קָרְבָּן) vem da raiz de uma palavra hebraica (CRB) que significa “aproximar-se de”.
Fazer Corbã,
sacrificar, era levar um animal a um altar no Templo em Jerusalém, chegando o mais próximo possível de
Deus, fisicamente.
Como resultado dessa dádiva, o ofertante sentia-se
próximo espiritualmente de Deus.
Como os Fariseus tinham
mudado a proposta de Deus de cabeça para baixo. Honrar pai e mãe tinham sido
negados.
O que era para aproximar
mais de Deus como uma oferta agradável ao Senhor, corbã, afastava mais de
Deus pelo abandono material de pai ou mãe!
*Por isso Jesus citou o texto de Isaias 29.13,
que Marcos cita livremente da Septuaginta, e que lemos assim na versão e
Almeida Século XXI:
“13. Por isso o Senhor disse: Este povo se aproxima (corbã)
de mim e me honra com os lábios e com a boca, mas o coração deles está longe de mim; o seu temor para comigo
consiste em mandamentos de homens, aprendidos de forma mecânica.”
(Isaias 29.13).
Como temos nos aproximado de
Deus?
Como temos honrado a Deus?
A que “distancia” de Deus
está o nosso coração (raciocínio, pensamento, motivação para fazer)?
Como temos honrado a Deus?
Só com palavras, que o vento leva e logo são esquecidas?
Essas perguntas de como eu e
você estamos podem ser traduzidas em quatro questões para avaliar se somos mais
Fariseus hoje, ou mais Cristãos:
A primeira é:
*1)
Nossa atitude é “moralista”? Essa é fácil de explicar:
Agimos como o irmão mais
velho do pródigo?
Achamos que os pecadores
estão recebendo o que merecem, ou nos aproximamos deles com a “amizade que não
julga”?
Como receberíamos alguém que
se apresentasse aqui hoje como uma prostituta (Maria Madalena); um funcionário
público corrupto (Zaqueu). Nós achamos bacana esses exemplos na Bíblia, mas e
se fosse aqui, neste culto que entrasse um alcóolatra, um viciado em drogas, um
motociclista todo tatuado, um mendigo?
A reação da nossa mente, dos
nossos lábios e das nossa mãos diriam se somos cristãos ou fariseus!
*2)
Temos tanto temor de nos contaminar que nos afastamos do “mundo” (pessoas não
convertidas)? Quantas pessoas você conhece e se relaciona que não são cristãs
praticantes e que diferença você faz na vida delas? (diferença positiva, não
negativa) e claro!)
É o típico sal no saleiro e
lâmpada na caixa? Ou as pessoas nos conhecem por “comer com publicanos e
pecadores” para que eles possam conhecer Jesus em nós
Jesus se envolveu com
aqueles que eram considerados os piores, tocou intocáveis, sentou-se à mesa com
os párias, e resgatou a dignidade dessas pessoas!
A igreja é chamada para
invadir o mundo com as Boas Novas do Evangelho, não para aquartelar-se,
levantar os muros mais altos possíveis e viver isolada do mundo!
*3)
Fazemos do Evangelismo e da Responsabilidade social conjuntamente o nosso alvo?
Há dois estremos que são um
erro bíblico, um é fazer do
evangelismo apenas a salvação da alma da pessoa (isso é neoplatonismo,
a filosofia grega que afirmava que o espiritual era superior e material era
inferior). Vamos pregar para a pessoa se salvar, se ela está com fome, frio,
desamparada neste mundo, no próximo as coisas se resolvem.
*Tiago, irmão de Jesus adverte contra esse
erro:
“Se um irmão, ou irmã estiverem necessitados de roupas e
do alimento de cada dia, e algum de vós lhe disser: Ide em paz, aquecei-vos e
saciai-vos, e não lhes derdes as coisas
necessárias para o corpo, que vantagem já nisso?” (Tiago 2.15-16).
O outro extremo é fazer da
ação social a finalidade da vida cristã, como se o material, este mundo fosse
nossa morada, em não o Céu! Somos uma unidade, o farisaísmo pode se manifestar
nos extremos, o discípulo de Jesus, por outro lado, se preocupa com as pessoas
como um todo, porque somos uma unidade!
A mente farisaica não se
importa com a pessoa na sua totalidade, é sempre tendenciosa para um ou outro
lado, o que for mais confortável para ela, o que mais lhe agradar, o que não a
retirar de seu comodismo para a ação!
Por isso, a última questão
que pode nos fazer Neofariseus (Fariseus em 2021), ou pode fazer de nós
verdadeiros Cristãos é a seguinte:
*4)
Como tratamos a Preguiça e o Egoísmo quando precisamos alcançar as pessoas em
suas necessidades?
Nós
nos envolvemos com “a dor e a sujeira” das pessoas resgatando-as,
valorizando-as, ouvindo-as, importando-se, da mesma forma que Jesus faria.
*Foi
Jesus quem disse (João 21.21):
“21. (...) Assim como o Pai me enviou, também eu vos
envio.” (João 20.21).
Queridos irmãos, Deus “é o
pastor das ovelhas perdidas, o médico das almas doentes, o pai de infinita
paciência. Agora Ele nos envia ao mundo assim como enviou Jesus – não para
fugirmos e escaparmos dele, mas para acolhermos a dor da humanidade angustiada,
imaginarmos e sondarmos as dúvidas, as dificuldades e as angústias das pessoas,
sermos canais do amor de Deus como servos e testemunhas, darmos o
alívio que for possível e as boas novas de salvação por meio da
morte e ressurreição de Cristo. Esta é a nossa responsabilidade.”[1]
CONCLUSÃO:
*Um coração
puro, ou purificado por Jesus (mente, raciocínio,
motivação), conduz necessariamente a lábios
puros (falar, expressar-se) e resulta no final em mãos puras (fazer, tornar concreto)!
Tudo começa com a mudança da
sua forma de pensar, só uma mente transformada pelo relacionamento com Jesus
pode fazer de mim e de você adoradores que o Pai procura!
Sinceros, Santos, não
críticos, nem fechados em um clube de ostentação de santidade, mas santidade
que nos leva a enxergarmos as necessidades à nossa volta e a ter compaixão por
aqueles que estão afastados de Jesus!
Vamos orar!
Linhares, 13 de janeiro de
2021.
Pr.
Marcos José Milagre
PIB
Linhares - ES
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