terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

CORAÇÃO PURO, LÁBIOS PUROS; CORAÇÃO IMPURO, LÁBIOS IMPUROS

 

*“CORAÇÃO PURO, LÁBIOS PUROS; CORAÇÃO IMPURO, LÁBIOS IMPUROS”

(Marcos 7.1-23)

Sermão preparado para a PIB Linhares, em 17/01/2021, domingo manhã (Série em Marcos – 4).

 

Bom dia irmãos.                      

 

Nesta manhã eu gostaria de refletir com os irmãos sobre o nosso relacionamento com Deus, em especial na forma ou o conteúdo desse relacionamento, como nos vemos e comportamos diante de Deus.

 

E para tanto eu peço a todos que abram suas Bíblias no Evangelho segundo Marcos, no capítulo 7, versos 1 ao 23:

 

“21.” (Marcos 7.1-23).

 

“CORAÇÃO PURO, LÁBIOS PUROS; CORAÇÃO IMPURO, LÁBIOS IMPUROS”.

 

Vamos orar mais uma vez!

 

Então, seguindo este raciocínio, a primeira observação neste texto sobre é que...

 

*1) UM RELACIONAMENTO VERDADEIRO COM JESUS REQUER “SINCERIDADE” E VERDADEIRA “SANTIDADE” (vv. 6-8)!

 

*“6. Jesus lhes respondeu: Hipócritas, bem profetizou Isaías acerca de vós, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim;” (Mc 7.6).

 

Para começarmos nossa reflexão falando sobre sinceridade, porque Jesus disse que os fariseus não eram sinceros, mas eram, como está escrito no verso 6, HIPÓCRITAS?

 

Para responder a essa pergunta, precisamos conhecê-los melhor.

 

*Quem eram os fariseus?

 

Eu gostaria de aproveitar esta manhã para aprendermos um pouco sobre essa classe, ou categoria, que tantos encontros controversos teve com Jesus.

 

*Os fariseus, juntamente com herodianos, saduceus, essênios e zelotes, eram seitas, ou espécies de partidos judaicos presentes nos dias em que Jesus exerceu seu ministério na Palestina.

 

Uma coisa impressionante é que quanto tratamos de adoração a Deus, como o pecado humano pode desvirtuar as melhores coisas.

 

Uma leitura atenta dos principais erros do povo de Deus, judeus e cristãos, mostra que eles começaram, quase na unanimidade, como uma coisa boa!

 

Com a seita dos fariseus não foi diferente!

 

*Eles surgiram no período inter bíblico, entre o Antigo e o Novo Testamento. Em 333 a.C. Alexandre, chamado de “O Grande”, derrotou os exércitos de Dario, rei do Império Medo Persa, consolidando seu poder em todo o chamado crescente fértil asiático.

 

*Após sua morte, em 323 a.C., os generais de Alexandre partilharam entre si o império que ele havia conquistado. Umas das marcas de Alexandre foi a introdução da cultura grega nas culturas dos povos conquistados.

 

*Em 200 a.C. os Selêucidas, que governavam a Síria e por extensão, a Palestina, tentaram impor, com a ajuda de membros da elite judaica sentiam-se atraídos pela cultura grega e desejavam uma integração nesse mundo.

 

Em 175 a.C., o sumo sacerdote Jasão obteve a autorização de Antíoco IV Epifânio para transformar Jerusalém numa cidade helénica, o que incluiu a fundação de um ginásio, onde os jovens se exercitavam nus. Estas medidas pareceram excessivas a alguns judeus, que mostraram o seu descontentamento.

 

Em resposta a esta contestação, Antíoco tomou medidas que visavam impor de forma coerciva o helenismo. Os judeus passaram a ser obrigados a fazer sacrifícios em nome dos deuses pagãos e proibidos de praticar a circuncisão e de observar a guarda do Sábado.

 

Em dezembro de 168 a.C., o Templo de Jerusalém foi profanado com a instalação de uma estátua de Zeus.

 

Perante estas circunstâncias, os integrantes do partido judaico contrários à helenização, fugiram para as montanhas, onde organizaram a resistência, liderados pelo sacerdote Matatias e os seus cinco filhos Judas, Eleazar, Simão, João e Jónatas. Matatias faleceu em 166 a.C., tendo sido sucedido, na liderança da revolta, pelo seu filho, Judas Macabeu (heb. “makabim”: martelos), que, no ano de 164 a.C., reconquistaria o Templo de Jerusalém.

 

A história da reconquista da independência judaica você pode ler nos Livros apócrifos de 1 e 2 Macabeus (não são reconhecidos como inspirados pelo Espírito Santo, mas podem ser lidos como fonte de informação histórica); e você pode ainda consultar na obra “História dos Hebreus”, do historiador Flávio Josefo.

 

Os fariseus têm sua origem nesta resistência à entrada da cultura idólatra e imoral na comunidade judaica. Estes que resistiram à essa cultura grega eram chamados de Hasidim (os piedosos). Alguns estudiosos afirmam que os fariseus surgiram destes hasidim e os saduceus dos grupos helenistas.

 

Eu fiz esta pequena apresentação do contexto do surgimento das Associações dos Fariseus, para que possamos entender que o objetivo do surgimento desta classe foi bom, foi uma busca pela santidade!

 

Buscar a santidade é bom ou é ruim irmãos?

 

Veja como nós podemos transformar até a busca pela santidade em “hipocrisia” diante de Deus, como Jesus designou os fariseus!

 

*Fariseu é um termo aramaico que significa “os separados”, os “Santos”, “a verdadeira comunidade de Israel”.

 

*A primeira referência apontada como sendo ao grupo que daria origem aos Fariseus está registrado em 1 Macabeus 2.42, narrando que eles se juntaram ao exército de Judas Macabeu para lutar contra os Sírios:

 

“42. Então, se ajuntou a eles o grupo dos judeus assideus (piedosos), particularmente valentes em Israel, apegados à Lei;" (1 Macabeus 2.42).

 

Eles eram religiosos exclusivistas de sua época. Nessa busca intensa por obedecer estritamente à lei, eles se mantinham longe de todo contato que (na opinião deles) pudesse “contaminá-los”.

 

Isso significada evitar contato não só com os não judeus, chamados de gentios, mas também o povo comum, os judeus que não eram “fariseus”.

 

Os fariseus tinham essa ideia de que o povo comum era inferior a eles, tinham um sentimento de superioridade muito grande em relação aos não fariseus.

 

*Por exemplo, quando os fariseus começaram a se incomodar com a popularidade de Jesus, eles atribuíram essa aceitação de Jesus pelo povo, como ignorância das pessoas comuns (João 7.48-49):

 

“48. Por acaso alguma das autoridades creu nele ou alguém dentre os fariseus?

49. Mas essa escória, que nada sabe da Lei, é maldita.” (João 7.48-49).

 

*Para evitar o “povo”, que era considerado “pecadores”, eles se reuniam em associações chamadas de “Haberim” ou “”Haburot” (heb. “os associados”).

 

Era como que “um clube de santidade”!

 

*Eles passavam por um período de experiência antes de serem aceitos nesta “associação”, e quando aceitos, faziam o voto de obedecer a todos os regulamentos da lei cerimonial e às tradições dos líderes religiosos, o voto incluía dar o dízimo de tudo o que comiam, compravam e vendiam; de não aceitar convites de pessoas comuns, nem recebê-las em suas casas; nem comprar comida delas.

 

Esses eram os “Fariseus”. E nem toda a classe era de pessoas altamente instruídas. Nem todo Fariseu era um escriba. A maioria dos Fariseus era de pessoas comum, mas eles mantinham um relacionamento tão próximo com os escribas que é difícil separá-los quando lemos as escrituras.

 

O verso 1º de Marcos 7 mostra eles juntos: “Os fariseus e alguns escribas” (veja que haviam os fariseus e dentre eles, apenas “alguns” que eram “escribas”, e como “escriba”, entenda “pessoas com formação para fazer cópias da lei e outros documentos legais e religiosos”).


Entre as obrigações dos Fariseus encontrava-se a de “purificarem-se antes das refeições”, isto pressupunha lavar as mãos até os cotovelos, sem bem que alguns lavavam até os ombros.

 

A ideia de “pureza” e “impureza” não estavam relacionados às nossas leis de higiene pessoal ou de vigilância sanitária; mas à ideia de “purificação ritualística” baseada na lei oral.

 

O capítulo 11 de Levítico fala sobre as coisas impuras, os fariseus, baseados na lei oral iam muito além do que Deus havia estabelecido: Até se a sombra de um gentio passasse sobre a comida de um deles, a comida era considerada impura!

 

Por isso, a ideia de purificação surgiu da leitura dos textos de Ex 30.19 e 40.12, em que os sacerdotes eram obrigados a lavar mãos e pés em uma bacia de bronze para entrarem no Tabernáculo.

 

Os fariseus iam mais longe. Mesmo não sendo sacerdotes, eles estabeleceram até a quantidade de água para ser usada na purificação antes de se alimentarem ou de voltarem da rua para entrar em casa! Cada passo da purificação era detalhado.

 

*Com isso, a ideia de puro e impuro tornou-se algo externo! Santidade tornou-se uma coisa de aparência não de conteúdo!

 

Como esses homens eram os mais admirados pelo povo, pela sua “Santidade Aparente - externa” foi necessário em uma série de encontros bem controversos, mostrar o que o Senhor chamou de “hipocrisia” da parte deles!

 

*Hipócritas no verso 6 é o grego Hupokritôn.

 

É o ator que desempenha um papel e finge ser algo que não é, está usando uma máscara (não anti covid, que precisamos usar para salvar vidas, mas uma máscara para ser alguém que não é, um disfarce).

 

Usavam uma máscara de santidade para parecerem superiores aos outros e para criticarem todos que não seguiam as suas regras (tradições).

 

Jesus queria remover essas máscaras puramente externas, religiosas para que o relacionamento com Deus fosse algo sincero.

 

*Uma primeira lição neste tópico: Críticas àqueles que não vivem como nós, batistas por exemplo, não são sinal de santidade, mas de farisaísmo!

 

Não estou concordando com qualquer prática não bíblica ao afirmar isso, muito ao contrário, estou constatando o que Jesus disse no texto que acabamos de ler, que as críticas surgem de corações fariseus, pois os corações verdadeiramente cristãos são compassivos, pois tem uma profunda compaixão por aqueles que ainda não tem Jesus como Senhor e Salvador das suas vidas!

 

E eu preciso esclarecer, mais uma vez, que na cultura judaica, coração não está relacionado à “emoção”, mas ao “centro da vontade e da decisão”, é o que chamamos de “mente”, “raciocínio” “vontade”.

 

Com a ideia equivocada do que é “santidade” os Fariseus tornaram-se, entre aspas, “um clube santo”, um sindicato religioso fechado que se relacionava o mínimo possível com o mundo à sua volta. Também se tornaram ásperos e críticos; não tinham compaixão pelos ignorantes, pecadores ou necessitados.

 

*Isto nos leva a uma segunda observação: O FARISAISMO GERA INSENSIBILIDADE PARA AS NECESSIDADES ALHEIAS!

 

Os fariseus indignaram-se pelos discípulos de Jesus comerem sem lavar as mãos, mas não se preocuparam pelo fato de os discípulos estarem com fome!

 

*A insensibilidade do coração impuro, representado no grupo dos fariseus era tão horrenda, que eles foram capazes de serem contra a cura de um homem, por ter ocorrido no sábado (Marcos 3.1-2):

 

“1. Outra vez Jesus entrou numa sinagoga, e estava ali um homem com uma das mãos atrofiada.

2. E o observavam com atenção para ver se ele curaria o homem no sábado, a fim de o acusarem.

6. Mas assim que saíram dali, os fariseus conspiraram com os herodianos contra ele, a fim de o matar.” (Marcos 3.1-2 e 6).

 

Guardar o sábado, não segundo a lei, mas segundo a tradição oral, era mais importante que uma pessoa ter sua saúde restaurada saúde física, emocional e espiritual (espiritual porque uma pessoa com deficiência não poderia entrar no pátio dos judeus, no Templo de Jerusalém, para adorara a Deus)!

 

*Isso é fruto de um coração endurecido, a falta de compaixão pelos necessitados, pelos que estão distantes de Jesus, pelos pecadores.

 

Condenamos os alcóolatras, os usuários de drogas, a prostituição, mas o que fazemos para que essas pessoas tenham uma nova oportunidade de serem salvas e transformadas por Jesus?

 

*Um coração puro, ou melhor, purificado por Jesus é sensível às necessidades de quem estão à sua volta.

 

Um coração cristão tem compaixão pelas necessidades alheias.

 

Um texto em especial chama a nossa atenção, às vezes nós o romantizamos nos cultos de abertura das campanhas de missões (João 4.35):

 

*Vocês não dizem: 'Daqui a quatro meses haverá a colheita'? Eu digo a vocês: Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita” (João 4.35).

 

Como eu disse, nós meio que “romantizamos” este texto no culto de campanha para missões, mas você já pensou no que Jesus está realmente dizendo neste versículo?

 

*a) “'Daqui a quatro meses haverá a colheita'Vocês estão muito ocupados agora com outras coisas, para enxergar o que é realmente importante! Não é no futuro, é agora! A colheita é agora!

 

*b) “abram os olhos e vejam os campos”... As pessoas estão ao lado de vocês, como vocês não as estão enxergando? Olhem à sua volta!

 

*c) “os campos... estão maduros”... É impossível vocês me dizerem que não estão enxergando as necessidades delas!

 

Coloque-se no lugar da outra pessoa, se você, o que precisaria, o que te faria bem, atenderia à sua necessidade?

 

*d) maduros para a colheita... Tenham compaixão, sejam sensíveis, ou essas pessoas vão se perder! Saiam da sua zona de conforto!

 

Criticar como os fariseus faziam, é muito fácil! É fácil esquecermos que um coração purificado por Jesus é sensível, empático, compassivo!

 

Santidade não é nos fecharmos em um novo “grupo de santidade”. A igreja não é, nem deve ser, uma “nova associação” de Fariseus, com regras a seguir, votos a serem feitos e ritualística focada em si mesma!

 

*A Igreja pode representar a imagem de Jesus Cristo ao mundo!

 

Nós somos chamados a sermos aqueles que “comem com os pecadores e publicanos” dos nossos dias!

 

Santidade não é excluir aqueles que não são como nós, mas incluir aqueles que ainda não são como nós.

 

Sinceridade é não só parecer separado, mas ter uma mente separada para Deus!

 

A vida cristã não é um palco de teatro onde nos apresentamos para agradar o público que nos vê e arrancarmos aplausos das pessoas!

 

O único de quem devemos buscar aprovação é de Deus!

 

Mara para isso, em segundo lugar...

 

*2) RELACIONAR-SE COM DEUS REQUER UMA “MENTE” PURIFICADA (vv. 20-22).

 

*“20. E prosseguiu: O que sai do homem é que o torna impuro.

21. Pois é de dentro do coração dos homens que procedem maus pensamentos, imoralidade sexual, furtos, homicídios, adultérios

22. cobiça, maldade, engano, libertinagem, inveja, blasfêmia, arrogância e insensatez.

23. Todas essas coisas más procedem de dentro do homem e o tornam impuro.” (Mc 7.20-23).

 

O que levava os fariseus a serem acusados por Jesus de hipocrisia e de terem um coração impuro era a motivação para as coisas que faziam!

 

No verso 11, Jesus acusa os fariseus com um exemplo de violação da essência da lei (que no exemplo era honrar pai e mãe) com a consagração de bens, o “corbã”.

 

Corbã, na verdade, é uma palavra hebraica que Marcos escolheu não traduzir. Por quê?

 

*Porque ele sabia que Corbã (קָרְבָּן) vem da raiz de uma palavra hebraica (CRB) que significa “aproximar-se de.

 

Fazer Corbã, sacrificar, era levar um animal a um altar no Templo em Jerusalém, chegando o mais próximo possível de Deus, fisicamente.

 

Como resultado dessa dádiva, o ofertante sentia-se próximo espiritualmente de Deus

 

Como os Fariseus tinham mudado a proposta de Deus de cabeça para baixo. Honrar pai e mãe tinham sido negados.

 

O que era para aproximar mais de Deus como uma oferta agradável ao Senhor, corbã, afastava mais de Deus pelo abandono material de pai ou mãe!

 

*Por isso Jesus citou o texto de Isaias 29.13, que Marcos cita livremente da Septuaginta, e que lemos assim na versão e Almeida Século XXI:

 

“13. Por isso o Senhor disse: Este povo se aproxima (corbã) de mim e me honra com os lábios e com a boca, mas o coração deles está longe de mim; o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de forma mecânica.” (Isaias 29.13).

 

Como temos nos aproximado de Deus?

 

Como temos honrado a Deus?

 

A que “distancia” de Deus está o nosso coração (raciocínio, pensamento, motivação para fazer)?

 

Como temos honrado a Deus? Só com palavras, que o vento leva e logo são esquecidas?

 

Essas perguntas de como eu e você estamos podem ser traduzidas em quatro questões para avaliar se somos mais Fariseus hoje, ou mais Cristãos:

 

A primeira é:

 

*1) Nossa atitude é “moralista”? Essa é fácil de explicar:

 

Agimos como o irmão mais velho do pródigo?

 

Achamos que os pecadores estão recebendo o que merecem, ou nos aproximamos deles com a “amizade que não julga”?

 

Como receberíamos alguém que se apresentasse aqui hoje como uma prostituta (Maria Madalena); um funcionário público corrupto (Zaqueu). Nós achamos bacana esses exemplos na Bíblia, mas e se fosse aqui, neste culto que entrasse um alcóolatra, um viciado em drogas, um motociclista todo tatuado, um mendigo?

 

A reação da nossa mente, dos nossos lábios e das nossa mãos diriam se somos cristãos ou fariseus!

 

*2) Temos tanto temor de nos contaminar que nos afastamos do “mundo” (pessoas não convertidas)? Quantas pessoas você conhece e se relaciona que não são cristãs praticantes e que diferença você faz na vida delas? (diferença positiva, não negativa) e claro!)

 

É o típico sal no saleiro e lâmpada na caixa? Ou as pessoas nos conhecem por “comer com publicanos e pecadores” para que eles possam conhecer Jesus em nós

 

Jesus se envolveu com aqueles que eram considerados os piores, tocou intocáveis, sentou-se à mesa com os párias, e resgatou a dignidade dessas pessoas!

 

A igreja é chamada para invadir o mundo com as Boas Novas do Evangelho, não para aquartelar-se, levantar os muros mais altos possíveis e viver isolada do mundo!

 

*3) Fazemos do Evangelismo e da Responsabilidade social conjuntamente o nosso alvo?

 

Há dois estremos que são um erro bíblico, um é fazer do evangelismo apenas a salvação da alma da pessoa (isso é neoplatonismo, a filosofia grega que afirmava que o espiritual era superior e material era inferior). Vamos pregar para a pessoa se salvar, se ela está com fome, frio, desamparada neste mundo, no próximo as coisas se resolvem.

 

*Tiago, irmão de Jesus adverte contra esse erro:

 

“Se um irmão, ou irmã estiverem necessitados de roupas e do alimento de cada dia, e algum de vós lhe disser: Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos, e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que vantagem já nisso?” (Tiago 2.15-16).

 

O outro extremo é fazer da ação social a finalidade da vida cristã, como se o material, este mundo fosse nossa morada, em não o Céu! Somos uma unidade, o farisaísmo pode se manifestar nos extremos, o discípulo de Jesus, por outro lado, se preocupa com as pessoas como um todo, porque somos uma unidade!

 

A mente farisaica não se importa com a pessoa na sua totalidade, é sempre tendenciosa para um ou outro lado, o que for mais confortável para ela, o que mais lhe agradar, o que não a retirar de seu comodismo para a ação!

 

Por isso, a última questão que pode nos fazer Neofariseus (Fariseus em 2021), ou pode fazer de nós verdadeiros Cristãos é a seguinte:

 

*4) Como tratamos a Preguiça e o Egoísmo quando precisamos alcançar as pessoas em suas necessidades?

 

Nós nos envolvemos com “a dor e a sujeira” das pessoas resgatando-as, valorizando-as, ouvindo-as, importando-se, da mesma forma que Jesus faria.

 

*Foi Jesus quem disse (João 21.21):

 

“21. (...) Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio.” (João 20.21).

 

Queridos irmãos, Deus “é o pastor das ovelhas perdidas, o médico das almas doentes, o pai de infinita paciência. Agora Ele nos envia ao mundo assim como enviou Jesus – não para fugirmos e escaparmos dele, mas para acolhermos a dor da humanidade angustiada, imaginarmos e sondarmos as dúvidas, as dificuldades e as angústias das pessoas, sermos canais do amor de Deus como servos e testemunhas, darmos o alívio que for possível e as boas novas de salvação por meio da morte e ressurreição de Cristo. Esta é a nossa responsabilidade.”[1]

 

CONCLUSÃO:

 

*Um coração puro, ou purificado por Jesus (mente, raciocínio, motivação), conduz necessariamente a lábios puros (falar, expressar-se) e resulta no final em mãos puras (fazer, tornar concreto)!

 

Tudo começa com a mudança da sua forma de pensar, só uma mente transformada pelo relacionamento com Jesus pode fazer de mim e de você adoradores que o Pai procura!

 

Sinceros, Santos, não críticos, nem fechados em um clube de ostentação de santidade, mas santidade que nos leva a enxergarmos as necessidades à nossa volta e a ter compaixão por aqueles que estão afastados de Jesus!

 

Vamos orar!

 

Linhares, 13 de janeiro de 2021.

 

Pr. Marcos José Milagre

PIB Linhares - ES



[1] STOTT, John. As controvérsias de Jesus. Viçosa: Ultimato, 2015,  pp. 162-163.


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