sábado, 4 de julho de 2015

“VIVA SEM ANSIEDADE”

“VIVA SEM ANSIEDADE”
(Filipenses 4.6-7)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 1º/02/15, domingo, manhã.

Bom dia irmãos.

Nesta manhã eu quero fazer uma abordagem bíblica espiritual sobre a ansiedade.

É um tema importante, se não fosse Jesus não teria gasto uma boa parte do seu discurso do monte para ensinar os seus discípulos sobre a ansiedade (Mt 6.25-34).

O apóstolo Paulo também abordou o tema da ansiedade ao escrever à igreja em Filipos (Fp 4.6-7).

Ansiedade, medo, preocupação e estresse são termos bem conhecidos em nossos dias, ligue a televisão, abra um jornal, converse com as pessoas, até mesmo da sua família, eu duvido que você não vá encontrar a ansiedade presente em um bom número de pessoas que você conhece.

Aliás, você é uma pessoa ansiosa? Você sente aquele frio na barriga quando pensa em alguma situação que precisa resolver? Ou quando sonha com alguma coisa e ela está no futuro (um projeto, a aquisição de um bem, um negócio, o emprego, o Enem, um casamento)?

Nós nem podemos dizer que ansiedade é algo normal, ou algo aceitável, se fosse aceitável para nossas vidas, Jesus e Paulo não teriam dito: “Não fiqueis ansiosos” (Mt 6.25). “Não andeis ansiosos por coisa alguma” (Fp 4.6).

E a ansiedade algumas vezes não passa mesmo de um friozinho na barriga, mas algumas vezes ela se agrava tanto que faz mal ao nosso organismo. Há pessoas que tem ataques gravíssimos de pânico, causados pelo agravamento da ansiedade, outras tem tosse, dor de cabeça, dor pelo corpo. A própria depressão pode ter começado com uma situação que tenha gerado a ansiedade.

Tem gente que rói as unhas, coloca o cabelo na boca e fica chupando, tudo como consequência da ansiedade.

Mas ansiedade não é algo benéfico, seja na intensidade que for.

Primeiro porque contraria o ensino de Jesus. Quando ficamos ansiosos estamos desobedecendo ao Mestre e isso faz mal à nossa saúde espiritual.

Em segundo lugar, porque ansiedade faz mal à nossa vida (ao nosso corpo, às nossas emoções).

Nós não podemos conviver com uma coisa que não é dá vontade do Senhor e que nos faz mal.

Por isso nossa proposta é encontrar no texto Bíblico o que nós precisamos fazer para enfrentar esse mal chamado “ansiedade”.

Para isso, eu peço que você abra a sua Bíblia na Carta do Apóstolo Paulo aos Filipenses, capítulo 4, versos 6 e 7:

“6. Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio da oração e súplica com ações de graças;
7. e a paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” (Salmos 42 e 43).

Viva sem ansiedade!

Vamos orar mais uma vez.

É por aqui que eu quero iniciar nossa meditação...
        
1) COMO IDENTIFICAR A FONTE DA ANSIEDADE (v. 6).

“6. Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio da oração e súplica com ações de graças;” (Fp 4.6).

Nós não desejamos ficar ansiosos.

Eu não conheço ninguém, não sei se você conhece, que deseje estar ansioso, com aquele sentimento de que parece que está entrando menos ar nos pulmões, de que os punhos, as mãos estão fraquejando, com as mãos suadas, aquele sentimento de “borboletas no estômago”.

Mas o grande problema por vezes é justamente identificar a causa da nossa ansiedade.

- Há Pastor, isso é fácil, eu estou ansioso porque estou desempregado; porque vou fazer o vestibular; porque um familiar está doente; porque quero emagrecer e não consigo; porque não consigo um  namorado(a)!

Parece que nós temos a resposta na ponta da língua se alguém perguntar porque estamos ansiosos.

Mas será que essas situações são mesmo a causa da nossa ansiedade?
Como a nossa abordagem é espiritual eu digo aos irmãos que nenhuma dessas situações é a verdadeira causa da ansiedade. Porque tem gente que perde o emprego e não fica ansioso, há pessoas que fazem concursos dos mais diversos tipos e não ficam ansiosas, há pessoas que passam a vida inteira sem namorar e isso não lhes causa ansiedade.

Mas o ensino de Paulo no verso 6 de Filipenses 4 e também o ensino de Jesus registrado no evangelho segundo Mateus vão nos ensinar a verdadeira causa da nossa ansiedade.

Paulo diz assim: 

6. Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio da oração e súplica com ações de graças;” (Fp 4.6).

“Coisa”; “vossos pedidos”.

Paulo identifica a causa da nossa ansiedade com aquilo que nós desejamos.

Jesus também nos diz isso. Mateus 6.25:

“25. Por isso vos digo: Não fiqueis ansiosos quanto à vossa vida, com o que comereis, ou com o que bebereis; nem quanto ao vosso corpo, com o que vestireis.(...) (Mt6.25).

“Comereis”, “bebereis” e “vestireis”.

Não eram coisas extravagantes que os discípulos desejavam, eram coisas básicas, necessárias para a sobrevivência, e mesmo assim, Jesus apontou no coração dos discípulos que essas coisas estavam desviando a atenção deles do Reino de Deus.

Então ficou na mesma, você vai me dizer: “Se eu desejo um emprego, esse desejo é a causa da minha ansiedade; se eu desejo reatar um relacionamento com um filho; então essa é a causa da minha ansiedade.”

Não queridos, eu reafirmo que essas coisas não são a real causa da ansiedade.

E para mostrar isso eu preciso voltar às falas de Jesus e de Paulo. Vou começar por Paulo. No verso 6 ele diz: “(...) pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio da oração e súplica com ações de graças;

Paulo está nos dizendo o seguinte:

Você deseja alguma coisa? Peça a Deus (por meio da oração), suplique a Deus e agradeça depois de receber.

Mas para pedir a Deus o que desejamos, aquilo que poderia nos trazer ansiedade se não alcançarmos, e confiar que ele pode nos dar o que desejamos, do que é que nós precisamos irmãos?

Em português, duas letras: FÉ!

Eu não quero parecer simplista, não quero que você pense que eu estou te acusando de não ter fé, não é nada disso, até mesmo porque estamos todos no mesmo barco.

Mas a nossa ansiedade é consequência direta da nossa eventual falta de fé!

Eu provo isso a você mostrando uma fala de Jesus em Mateus 6.30); você pode olhar na sua Bíblia:

“30. Se Deus veste assim a planta do campo, que hoje existe e amanhã é jogada no forno, quanto mais a vos, homens de pequena fé?” (Mt 6.30).

Jesus nos chama de homens e mulheres de pequena fé, quando estamos ansiosos.

A fé que temos é que vai determinar a existência, ou não, da ansiedade na nossa vida.

O Pr. John MacArthur, um homem muito respeitado pela sua seriedade bíblica, disse o seguinte sobre a ansiedade:

A ansiedade é uma rude desconfiança do poder e amor de Deus e, apesar de sua falta de sutileza, incorremos nela com facilidade e frequência.

Ele ainda diz que a ansiedade “é desnecessária por causa do nosso pai, incompatível por causa da nossa fé e insensata por causa do nosso futuro.

E o Pr. John MacArthur está correto. Espiritualmente falando a ansiedade não faz sentido para crentes. Nós somos incoerentes quando estamos ansiosos.

Nós cremos que Deus pode perdoar os nossos pecados (não cremos nisso!?); cremos que Deus pode quebrar as algemas do pecado e as que Satanás tenha nos colocado (não cremos nessa soberania de Deus!?); cremos que Deus não nos deixará ir para o inferno, porque cremos em Jesus, que Ele nos levará para o céu e nos dará a vida eterna (você crê nisso?).

E porque não cremos que Ele pode nos dar o emprego, a cura, o restabelecimento do relacionamento familiar? A ansiedade representa que não cremos que Deus pode nos dar essas coisas!

Nós cremos que Ele pode nos dar algo muito maior que é a vida eterna, mas quando ficamos ansiosos estamos dizendo que Ele não pode nos dar coisas muito menores que desejamos ter.

Isso com certeza não faz sentido para as nossas vidas!

Um outro homem de Deus, chamado George Müller disse: “Onde a fé começa, a ansiedade termina; onde a ansiedade começa a fé acaba”.

Por isso é que o Autor aos Hebreus, ao encerrar o capítulo da fé (o capítulo 11), ele diz nos versos 1 e 2 do capítulo 12: “(...) corramos com perseverança a corrida que nos está proposta, 2. fixando os olhos em Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé (...)”.

Jesus é o Autor e o Consumador da nossa fé. O começo e a continuidade da nossa fé, mas para isso nossos olhos devem estar fixos unicamente em Jesus, não nas nossas limitações. Aquele que nos salva certamente pode suprir as nossas necessidades.

Por isso nós não precisamos desenvolver ou manter esse padrão de fraquejo da fé que resulta na ansiedade, porque tanto Jesus quanto o apóstolo Paulo nos mostram como viver sem ansiedade.

Eles nos ensinam a...

2) MUDAR O FOCO DA ANSIEDADE (v. 6).

“6. Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio da oração e súplica com ações de graças;” (Fp 4.6)

O desafio real da vida cristã não é eliminar cada situação desconfortável de nossas vidas, mas sim confiar em nosso Deus soberano, sábio, bondoso e poderoso em todas as circunstâncias.

E o apóstolo Paulo nos mostra como fazer isso por meio de uma mudança de foco.

Ele diz: Não fiquem ansiosos por nenhum motivo, pelo contrário, apresentem seus pedidos a Deus por meio da oração.

A oração pela fé é o nosso principal meio de combater a ansiedade.

Por meio da oração nós abrimos nossa alma a Deus e isso mostra que confiamos no Senhor.

E se confiamos sabemos que Ele pode suprir as nossas necessidades.

Eu me recordei do profeta Habacuque ao pensar na oração como forma de combater a ansiedade.

O capítulo 3 é umas das mais profundas orações anti-ansiedade registradas na Bíblia. O profeta reflete sobre a onipotência de Deus na sua oração e depois ele chega à conclusão que não precisava ficar ansioso com o futuro de Judá, em especial com relação à invasão babilônica, porque Deus iria providenciar tudo que fosse necessário.

Ele diz no verso 18 (capítulo 3): “mesmo assim (mesmo que não haja sustento para a nação), eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.”

Habacuque mostra, ainda, o que o apóstolo Paulo se refere na carta aos Filipenses: orar com “ações de graças”.

Um coração agradecido a Deus também será um local mais difícil para a ansiedade se instalar.

Mas como fazer com que recorramos à oração com fé, às ações de graças e não à ansiedade?

Substituindo pensamentos. E eu não estou falando de autossugestão.

Os nossos pensamentos, como pecadores, ainda que regenerados pelo sangue de Jesus, ainda se voltam muitas vezes para o passado, para o velho homem.

Por isso Paulo nos estimula a pensarmos no que é justo, verdadeiro, honesto, puro, amável, de boa fama e que tenha alguma virtude e louvor (Fp 4.8).

Toda vez que você perceber que a sua mente está caminhando para esse caminho da ansiedade, mude de pensamento, você pode fazer isso conscientemente, bastar orar, reconhecer o poder de Deus, diga a si mesmo: “Se me eu me sentir temeroso, e daí? É desagradável e pode me perturbar, mas eu vou sobreviver, como sempre fiz, porque eu tenho um Deus cuida de mim!

Porque se nós só ouvirmos esta mensagem em que estamos meditando nesta manhã, sem colocar nada em prática nós vamos continuar incorrendo na ansiedade.

Paulo nos diz no verso 9 deste capítulo de Filipenses que o que aprendemos, recebemos, ouvimos e vimos nele, precisamos colocar em prática. E o ensino sobre a ansiedade é uma destas coisas.

Tiago diz na sua carta, capítulo 1, verso 22: “Sede praticante da palavra e não somente ouvintes, enganando a vós mesmos.

Nós não podemos nos enganar, precisamos combater a ansiedade com a mudança da nossa mente, dos nossos pensamentos, orando em petição a Deus, agradecendo ao Senhor, mas sempre nos recordando que Deus está no controle, e que não precisamos temer o futuro.

É uma reação da nossa parte a qualquer pensamento que possa nos causar ansiedade. E nós precisamos escolher agir desta forma. É uma decisão voluntária que eu e você precisamos tomar (orar, agradecer e escolher nossos pensamentos). Com o auxílio do Espírito Santo, nosso consolador, isso é possível.

E Paulo nos assegura que Deus quando tornamos a nossa mente cativa das nossas escolhas; que quando escolhemos orar a Deus, a paz de Deus, que nós não conseguimos nem entender de tão extensa que é, vai guardar os nossos pensamentos e as nossas emoções.

Orar pedindo, orar agradecendo a Deus nos garante paz, uma paz que age como um soldado vigilante que protege nossos pensamentos e as nossas emoções e a ansiedade não vai se instalar em nós.

CONCLUSÃO:

Isso nos faz refletir sobre o que é que tem trazido ansiedade para as nossas vidas.

O que tem deixado você ansioso?

Nós não devemos permitir que a ansiedade tome conta da nossa vida. Jesus disse para não permitirmos isso.

E se Jesus disse que podemos evitar é porque podemos, com certeza, mas precisamos querer.

Mas somente pela fé, pela certeza que Deus existe e que ele se importa conosco e que vamos poder dizer a nós mesmos: “Eu não preciso ficar ansioso, Deus está no controle, ele vai resolver este problema, ou vai me conceder aquilo que eu preciso, aquilo que é essencial para minha vida”.

Não há ansiedade que resista há uma oração desse tipo feita com fé!

Por isso eu quero orar agora. E eu quero que você apresente suas súplicas a Deus. Tudo aquilo que causa ansiedade.

Em sua 1ª Carta, capítulo 5, verso 7, o apóstolo Pedro disse que nós devemos lançar sobre Deus toda a nossa ansiedade, porque ele tem cuidado de nós.

Se ele tem cuidado é porque vai continuar cuidando, mas a ansiedade deve ser entregue a Ele.

Neste momento de oração eu quero convidar os irmãos para que nós nos ajoelhemos, e oremos a Deus para que nos dê forças, para controlarmos nossos pensamentos e não permitirmos que a ansiedade entre nas nossas vidas, e se ela tem nos incomodado, que nós consigamos substituí-la pela fé, no nosso Deus todo poderoso.

Vamos orar neste momento.

Linhares, 31 de janeiro de 2015.

Pr. Marcos José Milagre

PIB Linhares

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