“VIVA SEM ANSIEDADE”
(Filipenses 4.6-7)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em
1º/02/15, domingo, manhã.
Bom dia irmãos.
Nesta manhã eu quero fazer uma abordagem
bíblica espiritual sobre a ansiedade.
É um tema importante, se não fosse Jesus não teria
gasto uma boa parte do seu discurso do monte para ensinar os seus discípulos
sobre a ansiedade (Mt 6.25-34).
O apóstolo Paulo também abordou o tema da
ansiedade ao escrever à igreja em Filipos (Fp 4.6-7).
Ansiedade, medo, preocupação e estresse são
termos bem conhecidos em nossos dias, ligue a televisão, abra um jornal,
converse com as pessoas, até mesmo da sua família, eu duvido que você não
vá encontrar a ansiedade presente em um bom número de pessoas que você conhece.
Aliás, você é uma pessoa ansiosa? Você sente
aquele frio na barriga quando pensa em alguma situação que precisa resolver? Ou
quando sonha com alguma coisa e ela está no futuro (um projeto, a aquisição de
um bem, um negócio, o emprego, o Enem, um casamento)?
Nós nem podemos dizer que ansiedade é algo
normal, ou algo aceitável, se fosse aceitável para nossas vidas, Jesus e Paulo
não teriam dito: “Não fiqueis ansiosos” (Mt 6.25). “Não andeis ansiosos por coisa
alguma” (Fp 4.6).
E a ansiedade algumas vezes não passa mesmo
de um friozinho na barriga, mas algumas vezes ela se agrava tanto que faz mal
ao nosso organismo. Há pessoas que tem ataques gravíssimos de pânico, causados pelo
agravamento da ansiedade, outras tem tosse, dor de cabeça, dor pelo corpo. A
própria depressão pode ter começado com uma situação que tenha gerado a
ansiedade.
Tem gente que rói as unhas, coloca o cabelo
na boca e fica chupando, tudo como consequência da ansiedade.
Mas ansiedade não é algo benéfico, seja na
intensidade que for.
Primeiro porque contraria o ensino de Jesus.
Quando ficamos ansiosos estamos desobedecendo ao Mestre e isso faz mal à nossa
saúde espiritual.
Em segundo lugar, porque ansiedade faz mal à
nossa vida (ao nosso corpo, às nossas emoções).
Nós
não podemos conviver com uma coisa que não é dá vontade do Senhor e que nos faz
mal.
Por isso nossa proposta é encontrar no texto
Bíblico o que nós precisamos fazer para enfrentar esse mal chamado “ansiedade”.
Para isso, eu peço que você abra a sua Bíblia
na Carta do Apóstolo Paulo aos Filipenses, capítulo 4, versos 6 e 7:
“6. Não andeis ansiosos por coisa alguma;
pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus
por meio da oração e súplica com
ações de graças;
7. e
a paz de Deus, que ultrapassa
todo entendimento, guardará o vosso
coração e os vossos
pensamentos em Cristo Jesus.” (Salmos 42 e 43).
Viva sem ansiedade!
Vamos orar mais uma vez.
É por aqui que eu quero iniciar nossa meditação...
1) COMO IDENTIFICAR A FONTE DA ANSIEDADE (v. 6).
“6. Não
andeis ansiosos por coisa alguma;
pelo contrário, sejam os vossos
pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio da oração
e súplica com ações de graças;” (Fp 4.6).
Nós
não desejamos ficar ansiosos.
Eu não conheço ninguém, não sei se você
conhece, que deseje estar ansioso, com aquele sentimento de que parece que está
entrando menos ar nos pulmões, de que os punhos, as mãos estão fraquejando, com
as mãos suadas, aquele sentimento de “borboletas
no estômago”.
Mas o grande problema por vezes é justamente
identificar a causa da nossa ansiedade.
- Há Pastor, isso é fácil, eu estou
ansioso porque estou desempregado; porque vou fazer o vestibular; porque um
familiar está doente; porque quero emagrecer e não consigo; porque não consigo
um namorado(a)!
Parece que nós temos a resposta na ponta da
língua se alguém perguntar porque estamos ansiosos.
Mas
será que essas situações são mesmo a causa da nossa ansiedade?
Como a nossa abordagem é espiritual eu digo
aos irmãos que nenhuma dessas situações é a verdadeira causa da ansiedade.
Porque tem gente que perde o emprego e não fica ansioso, há pessoas que fazem
concursos dos mais diversos tipos e não ficam ansiosas, há pessoas que passam a
vida inteira sem namorar e isso não lhes causa ansiedade.
Mas o ensino de Paulo no verso 6 de
Filipenses 4 e também o ensino de Jesus registrado no evangelho segundo Mateus
vão nos ensinar a verdadeira causa da nossa ansiedade.
Paulo diz assim:
6. Não
andeis ansiosos por coisa alguma;
pelo contrário, sejam os vossos
pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio da oração
e súplica com ações de graças;” (Fp 4.6).
“Coisa”; “vossos pedidos”.
Paulo
identifica a causa da nossa ansiedade com aquilo que nós desejamos.
Jesus também nos diz isso. Mateus 6.25:
“25.
Por isso vos digo: Não fiqueis ansiosos quanto à vossa vida, com o que comereis, ou com o que bebereis; nem quanto ao vosso
corpo, com o que vestireis.(...)
(Mt6.25).
“Comereis”, “bebereis” e “vestireis”.
Não eram coisas extravagantes que os
discípulos desejavam, eram coisas básicas, necessárias para a sobrevivência, e
mesmo assim, Jesus apontou no coração dos discípulos que essas coisas estavam
desviando a atenção deles do Reino de Deus.
Então ficou na mesma, você vai me dizer: “Se eu
desejo um emprego, esse desejo é a causa da minha ansiedade; se eu desejo
reatar um relacionamento com um filho; então essa é a causa da minha ansiedade.”
Não queridos, eu reafirmo que essas coisas
não são a real causa da ansiedade.
E para mostrar isso eu preciso voltar às
falas de Jesus e de Paulo. Vou começar por Paulo. No verso 6 ele diz: “(...) pelo
contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus
por meio da oração e súplica com ações de graças;”
Paulo está nos dizendo o seguinte:
Você
deseja alguma coisa? Peça a Deus (por meio da oração), suplique a Deus e
agradeça depois de receber.
Mas para pedir a Deus o que desejamos,
aquilo que poderia nos trazer ansiedade se não alcançarmos, e confiar que
ele pode nos dar o que desejamos, do
que é que nós precisamos irmãos?
Em
português, duas letras: FÉ!
Eu não quero parecer simplista, não quero que
você pense que eu estou te acusando de não ter fé, não é nada disso, até mesmo
porque estamos todos no mesmo barco.
Mas
a nossa ansiedade é consequência direta da nossa eventual falta de fé!
Eu provo isso a você mostrando uma fala de
Jesus em Mateus 6.30); você pode olhar na sua Bíblia:
“30.
Se Deus veste assim a planta do campo, que hoje existe e amanhã é jogada no
forno, quanto mais a vos, homens de pequena
fé?” (Mt 6.30).
Jesus nos chama de homens e mulheres de
pequena fé, quando estamos ansiosos.
A fé que temos é que vai determinar a
existência, ou não, da ansiedade na nossa vida.
O Pr. John MacArthur, um homem muito
respeitado pela sua seriedade bíblica, disse o seguinte sobre a ansiedade:
“A ansiedade é uma rude desconfiança do poder e amor de Deus e, apesar de sua falta de
sutileza, incorremos nela com facilidade e frequência.”
Ele ainda diz que a ansiedade “é
desnecessária por causa do nosso pai, incompatível por causa da nossa fé e
insensata por causa do nosso futuro.
E o Pr. John MacArthur está correto. Espiritualmente
falando a ansiedade não faz sentido para
crentes. Nós somos incoerentes quando estamos ansiosos.
Nós cremos que Deus pode perdoar os nossos
pecados (não cremos nisso!?); cremos que Deus pode quebrar as algemas do pecado
e as que Satanás tenha nos colocado (não cremos nessa soberania de Deus!?);
cremos que Deus não nos deixará ir para o inferno, porque cremos em Jesus, que
Ele nos levará para o céu e nos dará a vida eterna (você crê nisso?).
E porque não cremos que Ele pode nos dar o
emprego, a cura, o restabelecimento do relacionamento familiar? A ansiedade
representa que não cremos que Deus pode nos dar essas coisas!
Nós
cremos que Ele pode nos dar algo muito maior que é a vida eterna,
mas quando ficamos ansiosos estamos dizendo que Ele não pode nos dar coisas
muito menores que desejamos ter.
Isso com certeza não faz sentido para as
nossas vidas!
Um outro homem de Deus, chamado George Müller
disse: “Onde a fé começa, a ansiedade termina; onde a ansiedade começa a fé
acaba”.
Por isso é que o Autor aos Hebreus, ao
encerrar o capítulo da fé (o capítulo 11), ele diz nos versos 1 e 2 do capítulo
12: “(...) corramos com perseverança a corrida que nos está proposta, 2. fixando
os olhos em Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé (...)”.
Jesus é o Autor e o Consumador da nossa fé. O
começo e a continuidade da nossa fé, mas para isso nossos olhos devem estar
fixos unicamente em Jesus, não nas nossas limitações. Aquele que nos salva
certamente pode suprir as nossas necessidades.
Por isso nós não precisamos desenvolver ou manter
esse padrão de fraquejo da fé que resulta na ansiedade, porque tanto Jesus
quanto o apóstolo Paulo nos mostram como viver sem ansiedade.
Eles nos ensinam a...
2) MUDAR O FOCO DA ANSIEDADE (v. 6).
“6. Não
andeis ansiosos por coisa alguma; pelo
contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus
por meio da oração e súplica com
ações de graças;” (Fp 4.6)
O desafio real da vida cristã não é eliminar
cada situação desconfortável de nossas vidas, mas sim confiar em nosso Deus
soberano, sábio, bondoso e poderoso em todas as circunstâncias.
E o apóstolo Paulo nos mostra como fazer isso
por meio de uma mudança de foco.
Ele diz: Não
fiquem ansiosos por nenhum motivo, pelo contrário, apresentem seus pedidos a
Deus por meio da oração.
A oração pela fé é o nosso principal meio de
combater a ansiedade.
Por meio da oração nós abrimos nossa alma a
Deus e isso mostra que confiamos no Senhor.
E se confiamos sabemos que Ele pode suprir as
nossas necessidades.
Eu me recordei do profeta Habacuque ao pensar
na oração como forma de combater a ansiedade.
O capítulo 3 é umas das mais profundas
orações anti-ansiedade registradas na Bíblia. O profeta reflete sobre a
onipotência de Deus na sua oração e depois ele chega à conclusão que não
precisava ficar ansioso com o futuro de Judá, em especial com relação à invasão
babilônica, porque Deus iria providenciar tudo que fosse necessário.
Ele diz no verso 18 (capítulo 3): “mesmo
assim (mesmo que não haja sustento para a nação), eu me alegrarei no
Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.”
Habacuque mostra, ainda, o que o apóstolo
Paulo se refere na carta aos Filipenses: orar com “ações de graças”.
Um
coração agradecido a Deus também será um local mais difícil para a ansiedade se
instalar.
Mas como fazer com que recorramos à oração
com fé, às ações de graças e não à ansiedade?
Substituindo
pensamentos. E eu não estou falando de autossugestão.
Os nossos pensamentos, como pecadores, ainda
que regenerados pelo sangue de Jesus, ainda se voltam muitas vezes para o
passado, para o velho homem.
Por isso Paulo nos estimula a pensarmos no
que é justo, verdadeiro, honesto, puro, amável, de boa fama e que tenha alguma
virtude e louvor (Fp 4.8).
Toda vez que você perceber que a sua mente
está caminhando para esse caminho da ansiedade, mude de pensamento, você pode
fazer isso conscientemente, bastar orar, reconhecer o poder de Deus, diga a si
mesmo: “Se me eu me sentir temeroso, e daí? É desagradável e pode me perturbar,
mas eu vou sobreviver, como sempre fiz, porque eu tenho um Deus cuida de mim!”
Porque se nós só ouvirmos esta mensagem em
que estamos meditando nesta manhã, sem colocar nada em prática nós vamos
continuar incorrendo na ansiedade.
Paulo nos diz no verso 9 deste capítulo de
Filipenses que o que aprendemos, recebemos, ouvimos e vimos nele, precisamos
colocar em prática. E o ensino sobre a ansiedade é uma destas coisas.
Tiago diz na sua carta, capítulo 1, verso 22:
“Sede
praticante da palavra e não somente ouvintes, enganando a vós mesmos.”
Nós não podemos nos enganar, precisamos
combater a ansiedade com a mudança da nossa mente, dos nossos pensamentos,
orando em petição a Deus, agradecendo ao Senhor, mas sempre nos recordando que
Deus está no controle, e que não precisamos temer o futuro.
É uma reação da nossa parte a qualquer
pensamento que possa nos causar ansiedade. E nós precisamos escolher agir desta
forma. É uma decisão voluntária que eu e você precisamos tomar (orar, agradecer
e escolher nossos pensamentos). Com o auxílio do Espírito Santo, nosso
consolador, isso é possível.
E Paulo nos assegura que Deus quando tornamos
a nossa mente cativa das nossas escolhas; que quando escolhemos orar a Deus, a
paz de Deus, que nós não conseguimos nem entender de tão extensa que é, vai
guardar os nossos pensamentos e as nossas emoções.
Orar pedindo, orar agradecendo a Deus nos
garante paz, uma paz que age como um soldado vigilante que protege nossos
pensamentos e as nossas emoções e a ansiedade não vai se instalar em nós.
CONCLUSÃO:
Isso nos faz refletir sobre o que é que tem trazido
ansiedade para as nossas vidas.
O que tem deixado você ansioso?
Nós não devemos permitir que a ansiedade tome
conta da nossa vida. Jesus disse para não permitirmos isso.
E se Jesus disse que podemos evitar é porque
podemos, com certeza, mas precisamos querer.
Mas somente pela fé, pela certeza que Deus
existe e que ele se importa conosco e que vamos poder dizer a nós mesmos: “Eu
não preciso ficar ansioso, Deus está no controle, ele vai resolver este
problema, ou vai me conceder aquilo que eu preciso, aquilo que é essencial para
minha vida”.
Não há ansiedade que resista há uma oração
desse tipo feita com fé!
Por isso eu quero orar agora. E eu quero que
você apresente suas súplicas a Deus. Tudo aquilo que causa ansiedade.
Em sua 1ª Carta, capítulo 5, verso 7, o
apóstolo Pedro disse que nós devemos lançar sobre Deus toda a nossa ansiedade,
porque ele tem cuidado de nós.
Se ele tem cuidado é porque vai continuar
cuidando, mas a ansiedade deve ser entregue a Ele.
Neste momento de oração eu quero convidar os
irmãos para que nós nos ajoelhemos, e oremos a Deus para que nos dê forças,
para controlarmos nossos pensamentos e não permitirmos que a ansiedade entre
nas nossas vidas, e se ela tem nos incomodado, que nós consigamos substituí-la
pela fé, no nosso Deus todo poderoso.
Vamos orar neste momento.
Linhares, 31 de janeiro de 2015.
Pr.
Marcos José Milagre
PIB
Linhares
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