terça-feira, 28 de julho de 2015

QUAL É O SEU NOME?

“QUAL É O SEU NOME?”
(2 Crônicas 7.14)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 23/07/15, quinta-feira, noite.

Boa noite irmãos.

Eu peço que vocês abram suas Bíblias no Segundo Livro das Crônicas, Capítulo 7, verso 14:

“14. e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” (2 Crônicas 7.14).

Qual é o seu nome? Vamos orar mais uma vez.

Este versículo é parte da resposta de Deus à oração do rei Salomão quando da dedicação do primeiro templo de Jerusalém. Deus promete sarar a terra e perdoar os pecados do povo, não de todo o povo, mas daqueles que se chamam pelo seu nome, que afirmam ser o seu povo. E para perdoar e sarar a terra do seu povo Deus exige que ele se humilhe e busque a sua presença, ore e se arrependa dos pecados cometidos.

Mas que nome é esse, pelo qual os israelitas eram conhecidos para clamarem a Deus? E principalmente, por qual nome nós nos chamamos hoje e que diferença isto deve fazer nas nossas vidas?

Esta é a nossa proposta para a meditação desta noite: Conhecer o nome de Deus, e as implicações que existem em ser o povo que se chama pelo nome de Deus.

É importante conhecermos o nome de Deus e como Ele o revelou à humanidade ao longo da história.

Por isso a primeira coisa que eu quero pensar com os irmãos que ...
        
1) O NOME DE DEUS REVELA O SEU RELACIONAMENTO ETERNO CONOSCO (2 Cr 7.14).

“14. e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” (2 Crônicas 7.14).

Que nome?

Deus revelou o seu nome a Moises antes de libertar os judeus do Egito.

No livro de Êxodo, capítulo 3, verso 13, Moisés pergunta o nome de Deus:

“13. Então Moisés disse a Deus: Quando eu for aos israelitas e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós, e eles me perguntarem: Qual é o nome dele? Que lhes direi?” (Êx 3.13).

A pergunta de Moisés em hebraico é: Ma shem, “o que é seu nome?

Moisés estava perguntando muito mais que a forma de se dirigir a Deus. Moisés queria saber o que era Deus, qual a natureza dele, qual sua essência, qual o seu caráter.

Uma coisa para entendermos melhor isso é o fato de que o nome na cultura judaica e mesmo no oriente médio na antiguidade devia representar o mais próximo possível a essência da pessoa.

Então Deus responde a Moisés (Êxodo 3.14):

“Deus disse a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Assim responderás aos israelitas: EU SOU me enviou a vós.” (Êx 3.14).

EU SOU O QUE SOU. Em hebraico: ‘ehyeh Asher ‘ehyeh.

Uma forma abreviada, ou contraída dessa frase forma o que ficou conhecido como o tetragrama sagrado: YHWH.

O hebraico não possui vogais, por volta do século 5 depois de Cristo (400 a 500 d.C.) as comunidades judaicas da Palestina e da Babilônia começaram a inserir alguns sinais sobre as letras hebraicas para facilitar a pronúncia, mas esses sinais só foram mesmo padronizados por volta do ano 900 d.C.

Outra curiosidade é que os judeus, por volta da época do Segundo Templo de Jerusalém, consideraram o nome de Deus impronunciável.

Então você tem uma palavra sem vogais, para nós seria uma palavra formada apenas por consoantes, e ela ficou sem ser pronunciada por centenas de anos.

Por isso a pronuncia do tetragrama YHWH se perdeu.

Você pode estar pensando: “Pastor, os Testemunhas de Jeová dizem que é Jeová o nome de Deus”.

Se há uma certeza sobre o tetragrama é que ele não seria transliterado para Jeová ou Javé, por uma questão muito simples, não existe o som de “J” no hebraico.
 

O tetragrama é composto por (da direita para a esquerda é como se lê no hebraico): um Yod, que tem o som de Y (no português som de I), um (que é representado pela letra H, mas tem som de R quando no meio da palavra); um Vav (que tem som de V, mas é transliterado para o W porque no alemão o W tem somo de V, como em Wagner, e, por fim, outro Hê, que no final da palavra é mudo.

Se você quiser conhecer o nome das vogais hebraicas basta que você abra sua bíblia no Salmo 119, essas palavrinhas que você encontra acima do número dos versículos (Álef, Bêt, Guímel, etc.) é o alfabeto hebraico, não com os símbolos das letras, mas com o nome delas. Você pode observar que não há nenhuma delas tem som de “J”.

Pastor, mas qual o sentido disso tudo? Do nome que Deus revelou a Moisés.

Há um sentido espiritual nas palavras de Deus, sempre há um sentido espiritual nas palavras de Deus.

Deus disse o seguinte em Êxodo 3.15:

“E Deus disse ainda a Moisés: Assim dirá aos israelitas: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó me enviou a vós. Este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração a geração.” (Êx 3.15).

Deus estava assegurando a seu povo a imutabilidade da relação dele. EU SOU O QUE SOU.

Deus não era, nem será, ele simplesmente “É”; ontem, hoje e eternamente (por isso ele diz que é o Deus de Abrão, Isaque e Jacó).

Quando nós lemos na Bíblia tudo aquilo que Deus fez ao seu povo (a libertação, as curas, o cuidado, os livramentos); quando lemos sobre tudo que Jesus ensinou e fez aos seus discípulos, nós não devemos afirmar somente que aconteceu daquele jeito.

Porque a eternidade, a imutabilidade de Deus nos assegura da mesma forma que podemos ter um relacionamento da mesma forma próximo com o “EU SOU O QUE SOU”; ou o “EU SOU”; ou o “Eterno”.

Em um mundo em que as coisas mudam a cada segundo, em que nossa própria vida pode ser ameaçada no segundo seguinte, há uma constante: a existência de Deus!

Deu cuidou do seu povo; Deus cuida do seu povo e nesta noite eu digo a você que veio a este lugar para cultuar ao Senhor, para conhecer a sua palavra, para ter um relacionamento pessoal com Ele: Deus, o “EU SOU”, sempre vai cuidar de nós, o povo que se chama pelo seu nome.

Mas o texto de 2 Crônicas mostra uma segunda coisa muito importante para o povo que se chama pelo nome de Deus, é que...

2) O RÓTULO DEVE CORRESPONDER AO CONTEÚDO (2Cr 7.14).

“14. e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” (2 Crônicas 7.14).

Deus é eterno, sempre vai cuidar do povo que se chama pelo seu nome, mas e quanto a este povo, o que Deus espera dele?

Considerando que os Cristãos são o povo que se chama pelo nome de Jesus, o que Jesus espera de cada um de nós?

O texto de 2 Crônicas 7.14 vai nos ajudar a compreender isso.

Como eu disse antes, este versículo é a resposta de Deus à oração do rei Salomão quando da dedicação do primeiro templo de Jerusalém, por volta do ano 1.000 a.C.

Ao responder a oração de Salomão, Deus não disse ao povo: “Olha tá tudo muito bonito, muito legal, a decoração do templo tá show de bola, e por isso vocês podem viver a vida de vocês da forma que vocês quiserem, é só lembrar de vir aqui depois e sacrificar uns animais e eu limpo a barra de vocês, tá tudo certo”.

Deus disse: se vocês, que são o meu povo, que se chamam pelo meu nome, se humilharem, orarem e buscarem a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então Eu vou ouvir dos céus, vou perdoar os seus pecados e vou sarar a sua terra.

Deus fez exigências para aqueles se chamam pelo seu nome: (i) Humilhação na sua presença (com o sentido de abandonar o ego, a altivez); (ii) oração; (iii) intimidade (representado por buscar a presença); (iv) afastamento do mal e santificação (traduzido por “desviar-se dos seus maus caminhos”).

E só então é que Deus vai ouvir nossa oração, perdoar nossos pecados e sarar a nossa terra (sendo que tanto perdoar pecados quanto sarar a terra tem o sentido de restauração: da vida, da família, do provimento para as necessidades diárias).

Mas pastor, isso era para os israelitas, é coisa do velho testamento, não se aplica aos Cristãos...

Lembram que nome de Deus é (‘ehyeh Asher ‘ehyeh) “EU SOU O QUE SOU”. O eterno?

Então eu quero ler para você o texto de João 15.5-7:

“5. Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
6. Quem não permanece em mim é jogado fora e seca, à semelhança do ramo. Esses ramos são recolhidos, jogados no fogo e queimados.
7. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será concedido.” (João 15.5-7).

À semelhança do texto de 2 Crônicas 7.14, essas palavras de Jesus nos orientam, nós que nos chamamos pelo nome dele, pelo nome de Cristãos, a não nos afastarmos, a estarmos em íntima comunhão, em santidade e serviço, então, só então, nossas orações serão respondidas.

Aliás, o próprio nome de Jesus foi escolhido por Deus, e tem um significado muito bonito da missão dele na terra (Mateus 1.21 – o anjo falando a José):

“21. Ela dará à luz um filho, a quem darás o nome de Jesus, porque ele salvará seu povo dos seus pecados.” (Mt 1.21).

O nome de Jesus, em grego Iēsús, que é o correspondente hebraico a Yehshuah, significa: O Senhor salva.

Nós nos chamamos pelo nome de Jesus, o Cristo, então como Cristãos devemos ter intimidade com Jesus e devemos viver os ensinos de Jesus.

Só então nossas orações serão ouvidas e respondidas, como diz o texto de Mateus 15.7.

O grande problema é quando uma pessoa quer ter um conteúdo diferente do rótulo.

Parece aqueles perfumes que você encontra algumas pessoas vendendo dentro de carrinhos-de-mão, no rótulo você vai ler “Ferrari”, “Chanel”, “Gucci”, sei lá, vocês escolham o nome.

Mas quando você abre o negócio e cheira, o nome que vem à mente é “Laqua de lesgoto” “Cherê de lê guambê”, é horrível.

E realmente é horrível quando o conteúdo de um produto não corresponde ao rótulo! A gente se sente enganado.

Imagine o que Jesus pensa de alguém que se chama pelo seu nome (Cristão), mas que o conteúdo não corresponde ao nome.

De cristão só tem o nome, conteúdo de Cristo mesmo que é bom tem só um pouquinho?

Será que Deus se agrada de um perfume falsificado? Eu acho que não.

Por isso eu acredito que o apóstolo Paulo disse em 2 Coríntios 2.15 que nós devemos ser para Deus o “bom aroma (ou perfume) de Cristo”.

Então queridos irmãos, nós que nos chamamos pelo nome do Senhor também vivamos como pessoas que servem ao Senhor: Com dignidade, santidade, honestidade, expressando o fruto do Espírito com as nossas vidas e exalando o bom perfume de Cristo, porque é assim que o povo de Deus deve viver: COM O CONTEÚDO CORRESPONDENDO AO RÓTULO!

E, sabendo que Deus é o Eterno “EU SOU”, que devemos viver de acordo com o nome de Cristo que carregamos, eu quero falar por fim que..

3) O NOME QUE CARREGAMOS DEVE NOS LEVAR A SANTIFICÁ-LO (Mt 6.9).

Eu sei que a santidade faz parte do conteúdo de ser um Cristão, mas ela é tão destacada por Jesus que eu preciso falar dela um pouco mais.

A santidade do nome de Deus é marcante que Jesus ao ensinar aos seus discípulos a oração modelo, ele começa assim (Mateus 6.9):

“9. Portanto, orai deste modo: Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome;” (Mt 6.9).

Mateus escreveu em grego “hagiasthetoû ónomá soû”. Mas Jesus disse essa frase, no aramaico a frase “santificado seja o teu nome” teria sido pronunciado mais ou menos assim pelo Senhor Jesus: “Yitqadash shemák”.

Jesus cresceu em uma cultura israelita e aprendeu que o nome de Deus é santo.

Há uma oração judaica chamada Qadish, ela é recitada pelo oficial da Sinagoga para marcar o fim de um ato de culto, e ela enfatiza a grandeza e a santidade de Deus. Essa oração (Qadish) é assim:

“Que seja glorificado e santificado seu grande Nome no mundo que ele criou segundo sua vontade. Que ele faça prevalecer seu reino em vossa vida e em vossos dias e na vida de toda a casa de Israel em breve e num tempo próximo.”

Jesus não copia o Qadish, mas ele nos ensina que precisamos atentar para a grandiosidade de Deus. Nossas orações não podem ser exclusivamente antropocêntricas, não podem se ocupar apenas das nossas necessidades.

É obvio que devemos pedir pelas nossas necessidades, Jesus nos ensinou isso, o texto de Mateus 7.11 é muito claro.

O problema é quando uma pessoa enxerga Deus como um entregador de bênçãos, como esses motoboys que trazem o lanche às nossas casas (a única missão dele é fazer entregas).

Jesus nos mostra que em primeiro lugar ao orar, devemos externar a Santidade de Deus, que é representado pelo seu nome, a sua soberania sobre as nossas vidas, e então, se necessitamos, em segundo lugar pedir pelas nossas necessidades.

Quem ora desta forma está pedindo para que a santidade de Deus se manifeste, e se o Pai é santo, seu caráter deve ser refletido nas vidas de seus filhos.

Quanto nós oramos para que o nome de Deus seja santo, estamos pedindo também para sermos santos, e santidade não é simplesmente separação.

Santo é a palavra hebraica qadosh, que significa “separar” ou “cortar”.

Documentos do oriente antigo usavam essa palavra, por exemplo, para indicar o corte de uma pedra para ser usada na construção.

Quando oramos pedindo para que o nome de Deus seja santificado, estamos pedindo também para sermos separados para sermos usados por Deus de forma útil, construtiva.

É assim, que aqueles que se chamam pelo nome de Deus são também santificados, o pedirem para que o nome do Senhor seja santificado através das nossas vidas.

Que nesta noite possamos guardar muito bem nas nossas mentes e aplicar tudo isso na nossa vida.

Nós não precisamos temer o futuro, ou os problemas.

Deus é eterno, Ele “É”, e sempre vai cuidar e vai estar com aqueles que vivem de acordo com o nome que abraçaram ao entregarem suas vidas a Jesus.

Uma vida com conteúdo de acordo com o rótulo de Cristão que carregamos, em santidade na presença de Deus.

- Diante disso, eu finalizo e pergunto: QUAL É O SEU NOME diante de Cristo?

Se é “Cristão”, viva como Cristão!

Vamos orar neste momento.

Linhares, 23 de julho de 2015.

Pr. Marcos José Milagre

PIB Linhares

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