“ESTAR, SER E FAZER”
(Marcos 1.14.20)
Bom dia irmãos.
Nesta manhã eu quero refletir junto com os
irmãos sobre três perguntas que vão definir toda a nossa vida com Deus.
E eu quero fazer primeiro as três perguntas de
forma natural a três irmãos, para depois nós compreendermos a realidade
espiritual por trás delas:
1ª
pergunta: Onde você está?
Esta pergunta é importante porque a resposta
nos diz onde estamos. Nos informa qual é a nossa posição neste mundo. Quem não
sabe onde está, é porque está perdido, desorientado. Por isso nós precisamos
sempre saber onde estamos.
2ª
pergunta: Quem é você?
A resposta a esta segunda pergunta diz quem
somos. Qual é a nossa natureza. Nós somos identificados por quem somos.
Você não sabe quem é, a menos que possa
responder a esta pergunta.
Somente as pessoas que passaram por um trauma
físico (uma pancada na cabeça), ou um trauma psicológico, ou uma enfermidade
não sabem quem são.
Deve ser natural alguém saber a própria
identidade.
E
por fim, a 3ª Pergunta: O que você faz?
Aqui
nós temos uma noção de ocupação. De sentido para a vida. O que nós fazemos nos
dá uma ideia de propósito para a vida.
Toda
pessoa saudável tem uma ocupação. Somente aqueles que estão em coma vegetativo
é que não possuem uma ocupação, seja o trabalho, seja um hobby, seja uma
missão. Todos nós precisamos de uma ocupação para que a nossa vida possua
significado.
Nós vimos estas perguntas de forma
natural. Agora eu quero aplicar isso de forma espiritual.
Por
isso, eu peço que vocês abram suas Bíblias no Evangelho Segundo Marcos,
capítulo 1, a partir do verso 14:
“14.
(...).” (Marcos 1.14-20).
ESTAR, SER E FAZER. Vamos orar mais uma vez.
Pensando na primeira pergunta, sobre onde
estamos, a primeira verdade que o texto nos mostra é que...
1) PRECISAMOS ESTAR COM DEUS (v. 17 e 18).
“17.
Disse-lhes Jesus: Vinde a mim,
e eu vos tornarei pescadores de homens.
18.
Então, imediatamente, eles largaram as
redes e o seguiram.” (Mc 1.17-18).
Eu preciso dizer algo muito importante nesta
manhã, a primeira coisa que Deus espera de nós, seu primeiro convite, não é
para fazermos coisas, mas é para
estarmos com ele.
Há muitas pessoas invertendo a ordem das
coisas. Deus não nos chamou em primeiro lugar para fazer, mas para Estar com
ele.
Isto traz muitas complicações, porque há
pessoas crendo sinceramente, mas de forma errada, que por fazerem coisas para
Deus, estarão com Deus.
Isso não é verdade. Jesus contou uma parábola
sobre essas pessoas (Mateus 7.22-23), Ele disse assim: “Naquele dia, muitos me dirão:
Senhor, Senhor, nós não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos
demônios? Em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi
claramente: Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais o
mal”.
Pessoas que fizeram muitas coisas e criam
sinceramente que estavam certas, mas Jesus vai dizer a essas pessoas: Eu nunca conheci vocês!
A premissa é: Quem não está com Jesus, quem não anda com Jesus, não é conhecido por
Jesus.
Por isso, você pode fazer muitas coisas.
Poder ir às reuniões de uma igreja, pode fazer trabalho social, pode pregar,
pode cantar, pode tocar um instrumento, pode ser professor ou aluno da Escola
Bíblia Dominical.
Mas se você não estiver, em primeiro lugar,
com Jesus, nada disso tem qualquer significado.
Esta confusão sobre o “estar” com Deus e o
“fazer” para Deus tem trazido muita dor espiritual e emocional para as pessoas.
Porque muitas pessoas que se preocupam em
fazer para Deus, sem primeiro estar com Deus, nunca encontram paz duradoura em
seus corações!
Porque o convite de Jesus é (Mateus 11.28): “Vinde
a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”.
Muita gente, mesmo de igreja, anda
sobrecarregado e cansado. A vida é um fardo, os dias são pesados. Porque não
estão perto o suficiente de Jesus.
Porque a palavra de Cristo não mente: Quem vai até ele cansado e sobrecarregado,
Ele alivia!
Por isso o convite de Jesus aos seus
discípulos é: VINDE!
Esse convite para estar com Jesus repercute
para todos os homens, por isso Jesus disse em Marcos 8.34 “Se alguém quiser vir após mim,
negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Mas
como nós podemos estar com Deus?
Deus falando pela boca do profeta Jeremias
nos dá essa resposta (Jeremias 29.13): “Vós me buscareis e me encontrareis, quando
me buscardes de todo o coração”.
Eu e você nunca vamos estar com Deus, se nós
não o buscarmos de todo o nosso coração. E a expressão “todo o coração” é com a
inteireza do nosso ser.
Deus não nos quer na mesa dele teclando no
celular e falando “uhum, tô ouvindo, pode falar”.
Nossa atenção deve estar focada no Senhor!
Deus também não nos quer na presença dele ocultando pecados nos nossos corações.
Deus não quer mentiras, não quer injustiça, não quer orgulho, não quer
namorados tendo intimidades que só casais casados deveriam ter. Deus não quer o pecado!
Nós
não podemos estar com Deus se tivermos pecados não confessados no nosso
coração!
Por isso o Profeta Isaias diz (Is 59.2) que
nos nossos pecados, ou maldades, ou iniquidades, fazem separação entre nós e Deus.
Se você quer estar com Deus, se arrependa
sinceramente, confesse seus pecados, e não peques mais.
Porque aquele que pede perdão, já pensando em
pecar novamente, é porque não se arrependeu.
Nós precisamos estar com Deus também para que
nossas orações sejam respondidas.
Foi Jesus quem disse isso (João 15.7): “Se permanecerdes
em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que
quiserdes, e vos será concedido”.
Você quer ter paz? Quer que suas orações
sejam respondidas (claro, sempre do jeito que o Senhor deseja). Então permaneça
em Cristo.
E eu quero refazer a 1ª pergunta, agora de
forma espiritual: Onde você está (em
relação a Cristo)?
Eu disse que esta pergunta é importante
porque a resposta nos diz onde estamos. Quem
não sabe onde está, é porque está perdido, desorientado.
Quem está longe de Jesus está perdido.
Desorientado.
Há muita gente desorientada neste mundo. Mas
os discípulos de Jesus têm na sua palavra promessas de alívio para o coração,
descanso para a alma e resposta às suas orações, se estivermos, de todo o nosso
coração com Ele.
E então Ele estará conosco. Até a consumação
dos séculos.
Mas a segunda coisa, como consequência de
estar com Jesus é...
2) SER AQUILO QUE JESUS DESEJA QUE SEJAMOS (v. 17).
“17.
Disse-lhes Jesus: Vinde a mim, e eu
vos tornarei pescadores de homens.” (Mc 1.17).
Jesus convidou seus primeiros discípulos a
estarem com Ele, e já garantiu a eles que Ele os transformaria em outras
pessoas.
Então
nós chegamos à segunda pergunta: Quem é você?
Espiritualmente falando, o discípulo de Jesus
se identifica com Jesus: “Eu sou um
Crente em Jesus”; ou, “eu sou
Cristão”.
O nome pelo qual alguém se identifica é muito
importante.
Porque você não pode ser duas pessoas
(criminalmente isto é falsidade ideológica). Você não pode ser o “Marcos” e o
“Sebastião” ao mesmo tempo.
Espiritualmente também é impossível ser
Cristão e ser qualquer outra coisa.
Quando Deus se identificou para Moisés Ele
disse (Exôdo 3.13-14): “Eu sou o que sou” (hebraico: Ehyeh Asher Ehyeh). “’Eu sou’ me enviou a vós”
Deus se identifica como “Eu sou”. Ele não
era, e não será. Deus é. Ele não
muda.
Seus discípulos também não devem mudar. Onde
nós estivermos precisamos ser cristãos. Há muita gente que, infelizmente, muda
seu comportamento dependendo do ambiente onde se encontra.
Está no local de culto é de uma forma. Em
casa é de outra. Com os amigos é ainda outra.
Uma vez eu ouvi uma história de uma criança
que disse que queria morar na igreja, então perguntaram à criança porque ele
disse aquilo, e ela respondeu: Porque aqui
na igreja papai é crente.
Por isso o crente não pode mudar seu
comportamento. Porque nós carregamos em nós o nome do Senhor Jesus Cristo. É
muita responsabilidade.
A nossa identidade sincera com o Senhor nos
assegura um relacionamento diferente com Deus de pessoa que não são Cristãos (é
o que diz o texto de 2 Crônicas 7.14): “e se o meu povo, que se chama pelo meu
nome, se humilhar, orar e
buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei
dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”.
Deus disse que vai ouvir as orações de quem? Não é de qualquer um, mas é do povo que
se chama pelo meu nome.
Somente quem escolhe estar com Jesus é
transformado por Ele em um Cristão. É uma nova vida. É como Saulo, que
convertido passou de perseguidor a perseguido e teve seu nome mudado para
Paulo.
É uma transformação completa. Ao escrever
esta mensagem eu me lembrei do Livro “O Peregrino”, do Pr. John Bunyan.
Quem ainda não leu vale a pena a leitura. Uma
joia da literatura mundial.
É a história de um homem, o Peregrino, que
carrega um pesado fardo em suas costas. Mas quando ele encontra a cruz de
Cristo, o fardo se solta de suas costas e ele encontra alívio,
paz e direção para sua vida. Então ele deixa de ser o peregrino e passa a se
chamar Cristão.
Todos quanto um dia tiveram esse encontro transformador
com Cristo, hoje são cristãos.
No Capítulo 5 do Evangelho segundo Mateus
(conhecido como “O sermão do monte”) Jesus diz aos seus discípulos que eles (ou
nós que somos discípulos dele), seremos bem-aventurados por sermos cristãos, e
que o Cristão é: pobre em
espírito; humilde; têm fome e sede de justiça; é misericordioso; limpo de
coração; pacificador; perseguido por causa da justiça de Cristo.
Jesus também disse que somos o Sal da Terra e
Luz do Mundo.
Com
isso Jesus estava dizendo que a nossa existência deve fazer diferença neste
mundo.
Mas antes de entrar na questão do fazer, eu
quero perguntar a você que me ouve nesta manhã: Você tem convicção de quem é?
Você pode dizer para qualquer pessoa escutar?
Eu sou um servo do Senhor Jesus!
Essa é nossa identidade. Esse é quem somos. É
com esse nome (Cristão), que o nosso nome vai estar escrito no livro da vida, e
somente entrarão no céu os que se identificarem com o nome precioso de Jesus.
Por fim, chegamos à parte operosa das
perguntas. E o texto mostra que depois de convidar os seus discípulos, de
transformá-los, de dar um novo nome, Jesus os enviou a...
3) FAZER O QUE O MESTRE MANDOU (v. 17).
“17.
Disse-lhes Jesus: Vinde a mim, e eu vos tornarei pescadores de homens.” (Mc 1.17).
Por isso a terceira pergunta nos remete ao
“fazer”. Há uma sequência espiritual lógica: Primeiro você está com Cristo,
depois você se identifica com Cristo, então, naturalmente, você faz o que
Cristo mandou.
O “fazer” também tem alguns riscos contra os
quais nós precisamos estar vacinados.
O principal deles é a vaidade, ou o orgulho.
“-Olhem para mim, como eu prego bem”. “-Veja
como eu toco, veja como eu canto bem, eu merecia aplausos”.
“-Eu faço isso, fiz aquilo”
Mas Bíblia é muito rica em alertas sobre a
vaidade em fazer a vontade do Senhor. Eu vou citar dois textos que mostram
isso. Os dois são bem pesados.
Um é uma fala de Jesus. O outro é uma fala de
Paulo:
Lucas 17.9-10: “Por acaso agradecerá ao servo,
porque este fez o que lhe foi ordenado? Assim também vós, quando fizerdes tudo
o que vos for ordenado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que
devíamos fazer”.
1 Coríntios 4.13: “Cansamo-nos trabalhando com as
próprias mãos. Quando somos ofendidos, bendizemos; quando perseguidos,
suportamos; quando difamados, respondemos amigavelmente. Até o momento, somos
o lixo do mundo e a escória de todos”.
Já bastaria esta palavra de Jesus para
mostrar que ninguém tem o direito de se tornar orgulhoso, por cantar, pregar,
fazer evangelismo, ação social ou seja lá o que o Senhor tenha nos
comissionado.
Mas Paulo compreendeu bem o sentido das
palavras de Jesus. Não é que o nosso trabalho não tenha valor, Ele é estimado
por Deus, mas nós não devemos nos
gloriar em nós mesmos, nem devemos esperar aplausos do mundo.
Há muita gente querendo ficar “diante
do trono”, mas poucos dispostos a tomar a cruz de Cristo a cada dia e
conduzir outras pessoas a Cristo.
Porque o nosso “fazer” irmãos, deve ser
sempre para a glória de Deus, não para a nossa.
É por isso que Jesus disse em Mateus 5.16,
que a nossa luz deve resplandecer diante dos homens “para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu”.
Tudo o que fazemos deve ser porque, em
primeiro lugar, estamos com Cristo, e somos cristãos sinceros, e nossos atos e
palavras vem de um coração temente ao Senhor.
Por isso eu quero fazer a terceira pergunta
novamente: O que você faz (e acrescento: é para a glória de Deus, ou para a
sua)?
Eu chego ao fim desta mensagem dizendo a você
que me ouve:
1) Jesus
chamou seus discípulos para estarem com ele. ESTEJA VOCÊ TAMBÉM COM JESUS. PERMANEÇA EM JESUS.
2) Jesus
transformou aqueles que aceitaram o seu convite para estar com ele. Deixe que Jesus transforme toda a sua vida
e seja um cristão autêntico.
3) Jesus
fez dos seus discípulos pescadores de homens, para a glória de Deus. FAÇA VOCÊ TAMBÉM, TUDO O QUE JESUS NOS
MANDOU FAZER. E FAÇA PARA A GLÓRIA DE DEUS!
ESTAR,
SER E FAZER.
Vamos orar neste momento.
Linhares, 06 de março de 2016.
Pr.
Marcos José Milagre
PIB
Linhares
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