sexta-feira, 8 de abril de 2016

“QUANDO NOS ENCONTRAMOS COM JESUS”

“QUANDO NOS ENCONTRAMOS COM JESUS”
(João 8.1-11)
Sermão preparado para a PIB Linhares, em 02/04/16, domingo, noite.

Boa noite irmãos e amigos.

Nesta noite o foco da nossa reflexão estará sobre o nosso encontro com Jesus.

Jesus disse que onde dois ou três se reúnem em “nome dele”, ali ele está no meio deles (Mateus 18.20).

Nesta noite nós temos muito mais que dois ou três aqui reunidos neste local de culto, e esta reunião é feita em nome de Jesus, portanto Jesus está conosco nesta noite.

Mas todos nós nos encontramos de uma forma diferente com Jesus. Nenhum encontro é como o outro, porque todos nós somos diferentes, e fazemos escolhas diferentes.

Por isso eu quero convidar vocês a refletirem comigo em um texto bíblico que mostra um encontro de várias pessoas com Jesus, como nesta noite.

E essas pessoas também eram diferentes, como nós somos diferentes, e elas agiram de forma diferente ao se encontrar com Jesus.

Eu peço a vocês que abram suas Bíblias no Evangelho Segundo João, capítulo 8, a partir do verso 1º (eu farei a leitura até o 11):

“1. (...).” (João 8.1-11).

QUANDO NOS ENCONTRAMOS COM JESUS.

Vamos orar mais uma vez.
Pensando neste encontro, nós precisamos analisar todas as pessoas envolvidas e a resposta delas a Jesus.

E o primeiro grupo de pessoas que se encontrou com Jesus é o...
        
1) GRUPO DOS QUE ESTÃO MAIS PREOCUPADOS COM OS ERROS ALHEIOS (v. 3-6).

“3. Então os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio de todos,
4. disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.
5. Na Lei, Moisés nos ordena que tais mulheres sejam apedrejadas. E tu, que dizes?
Eles diziam isso para colocá-lo à prova, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo.” (João 8.3-6).

O primeiro grupo de pessoas que se encontrou com Jesus é o mais barulhento, brigão, que tem prazer em apontar os erros dos outros.

Na narrativa que lemos, esses são escribas e fariseus. Eles queriam usar o pecado da mulher para colocar Jesus em dificuldade.

Eles citam que a Lei determinava que a mulher adúltera fosse apedrejada. O texto de Deuteronômio 22.23-24 diz que uma mulher virgem, prometida ao seu noivo, que tivesse relações intimas com outro homem seria apedrejada. O verso 22 de Deuteronômio 22, dizia que tanto o homem, quanto a mulher, apanhados em adultério deveriam ser mortos.

No Mishná (Sanhedrin 7.4), que é o ensino dos rabinos (ou a tradição oral que foi escrita), dizia que os adúlteros casados deveriam ser estrangulados e a noiva adultera deveria ser apedrejada.

Nós não temos nenhuma evidência de que essa distinção existisse nos dias de Jesus.

Mas o caso é que tudo isso era uma armadilha para Jesus. E uma armadilha bem trabalhosa. Eles tiveram que ficar vigiando uma mulher para esperar ela cometer o adultério, apreende-la, procurar Jesus, levar a mulher até ele, só para tentar colocá-lo em xeque.

A estratégia era a seguinte: Se Jesus dissesse que apedrejar a mulher era errado, ele seria acusado pelos Fariseus de não cumprir a Lei de Moisés, e para todo o povo judeu a Lei era a própria palavra de Deus, assim Jesus estaria desobedecendo a Deus.

Se ele dissesse que era certo apedrejar a mulher, decepcionaria o povo, pois eles já tinham conhecido a graça que Jesus pregava. E, ainda, colocariam Jesus em dificuldades com o Império Romano, pois somente a justiça Romana podia autorizar a pena de morte.

Ou seja, parecia o plano perfeito. Não tinha erro.

Mas para o plano dar certo eles precisavam expor o que havia de pior na vida de uma pessoa. Sabe aquele pecado que traz vergonha até para a própria pessoa pensar nele?

É o tipo de pecado que às vezes nós seres humanos pensamos que está escondido, mas que não é secreto para Deus que sonda nossos pensamentos e nossos sentimentos. E como no caso da mulher adúltera, não era segredo também para os homens.

Eu imagino aqueles homens com os dentes rangendo de raiva, aquele brilho maligno no olhar, só esperando Jesus dar qualquer resposta, para eles talvez apedrejarem tanto a mulher quanto Ele.

E eles com as pedras nas mãos e as mãos coçando para jogar aquelas pedras contra aquela pecadora.

Mas o plano só parecia perfeito. Como aquele desenho do papa-léguas, em que os planos do coiote pareciam infalíveis, mas que sempre davam errado.

Porque não havia como Jesus ser pego em uma artimanha dessas. Como enganar aquele que conhece os pensamentos dos homens? Não é possível!

Jesus devia olhar para aqueles homens como nós olhamos para um grupo de crianças que vem dedurar o coleguinha porque ele empurrou o outro, quando você viu que, na verdade, todos eles estavam se empurrando.

Por isso Jesus retira o foco dos pecados da mulher e volta os olhos daqueles homens para um lugar diferente: “-Se vocês querem procurar pecados, comecem olhando para dentro de vocês mesmos!

Quem estiver sem pecados, que atire a primeira pedra!

Muitas vezes nós estamos com pedras nas mãos quando nos encontramos com Jesus. Estamos prontos para machucar outras pessoas, porque enxergamos muito bem os pecados delas.

Enxergamos a impaciência do cônjuge, a rebeldia dos filhos, a grosseria do empregador, a falta de amor das pessoas que nos circundam.

Mas ficamos cegos para nossos próprios pecados. E, como diz o profeta Isaias 59.2, “são os nossos pecados que fazem separação entre nós e Deus”.

Você tem pedras nas mãos nessa noite? (...) Os pecados de quem você gostaria de contar para todo mundo? (...)

Mas a pergunta correta é: Como você mesmo está diante de Deus?

Por isso, nesta noite, Jesus te convida a deixar essas pedras e a olhar para o seu próprio coração, e a contar os seus pecados para Ele, porque só Jesus pode te perdoar e dar um sentido novo à sua vida.

Não deixe o seu encontro com Jesus nesta noite passar sem que abra seu coração diante dele.

Mas, prosseguindo na nossa reflexão, o segundo grupo que se encontrou com Jesus é o...

2) GRUPO DA MULTIDÃO SEM COMPROMISSO (v. 1-2 e 9).

“1. Mas Jesus seguiu para o monte das Oliveiras.
2. De manhã cedo, ele voltou ao templo, e todo o povo foi ao seu encontro; e Jesus sentando-se passou a ensiná-lo.
9. Ao ouvirem isso, todos foram saindo um a um, começando pelos mais velhos; e ficaram apenas Jesus e a mulher, em pé no mesmo lugar.” (João 8.1-2 e 9).

Pouco se fala do “povo” quando ouvimos sobre esta belíssima história da Graça de Deus.

O povo tinha se reunido para ouvir Jesus. Não devia ser pouca gente, porque Jesus sempre atraia multidões para junto de si.

Então o povo estava lá aprendendo com Jesus, e, de repente chega aquela bagunça dos escribas e fariseus, arrastando uma mulher, gritos, choro, uma confusão tremenda.

Eles ouviram a sentença dos fariseus, de que Lei determinava que a mulher fosse apedrejada.

Eu penso até que algumas pessoas daquele povo devem ter se juntando ao sentimento dos fariseus, afinal a Lei dizia que era preciso apedrejar aquela mulher. Então esses apanharam também uma pedra para esperar o momento da execução.

Outros devem ter mantido a distância. Não iam se envolver em um caso de adultério, execução; vai que governo de Roma decide executar os apedrejadores!

Eles se colocaram na condição de expectadores. Era só esperar “o circo pegar fogo”! Como tem gente que gosta de ver o “circo pegar fogo”.

Mas todo esse povo também foi apanhado de surpresa pelas palavras de Jesus.

O texto mostra que depois que Jesus convidou os presentes a fazerem um autoexame de suas vidas (quem não tiver pecados que atire a primeira pedra), só restaram a mulher adúltera e Jesus.

Ninguém fica indiferente a um encontro com Jesus. Você que está aqui nesta noite não vai sair indiferente às palavras de Jesus.

Eu preciso dizer que você não está em cima do muro, espiritualmente falando.

Não tomar uma decisão já é uma decisão. Jesus não quer que você simplesmente assista aos cultos. Jesus quer que você seja transformado pelo encontro com Ele.

Mas outra categoria de pessoas que precisamos considerar, quando falamos em um encontro com Jesus, é...

3) O GRUPO DOS QUE FOGEM DE UM ENCONTRO COM JESUS (v. 3-4).

“3. Então os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio de todos,
4. disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.” (João 8.3-4).

Uma mulher foi apanhada em flagrante adultério.

Qual é o sujeito oculto da frase? Quem está faltando nessa narrativa?

O homem apanhado em flagrante adultério!

No texto de Mateus 5.28 Jesus veio a estabelecer que mesmo quando alguém olha para uma mulher e a deseja, já cometeu adultério no seu coração, não é preciso ter um relacionamento íntimo.

Mas neste texto que lemos a mulher foi apanhada no ato de adultério. Então havia um adultero com ela.

Não há como saber se ele “deu no pé”, correu mais que a mulher, ou se os fariseus escolheram apenas a mulher para colocar Jesus à prova, mas o fato é que esse sujeito que o texto não menciona, também não teve um encontro com Jesus neste dia.

Muitas pessoas têm fugido de um encontro com Jesus.


E não precisa ser uma fuga física. Você não precisa levantar e sair correndo deste culto para fugir de Jesus.

Você pode estar sentado aí neste banco, mas sua mente se recusa a se encontrar com Jesus, a ouvir aquilo que Jesus tem a dizer nesta noite.

Você pode estar desviando os seus pensamentos para o seu trabalho, para as decisões que você tomará amanhã, para seus problemas, ou talvez você só queira passar um momento agradável no domingo à noite. Ou agradar a alguém que gentilmente convidou você a estar aqui.

Talvez você só queira ir para casa, do mesmo jeito que aqui entrou.

Mas isso não vai te fazer bem nenhum.

Porque todos nós precisamos ter um encontro sincero com Jesus,

Ter o nosso íntimo sondado, nossos pecados confessados e olhar os olhos de Jesus para sermos transformados.

O olhar de Jesus e as suas palavras tem essa capacidade de nos fazer olhar para dentro de nós mesmos. No texto de Lucas 22.60-62 Pedro encarou o olhar de Jesus depois de negá-lo, e o verso 62 diz que “Pedro, saindo, chorou amargamente”.

Pedro chorou porque o seu encontro com Jesus provocou arrependimento, mas também provocou cura.

O povo entrou na presença de Jesus e saiu da presença de Jesus, mas nós não temos nenhuma evidência de que eles tenham sido transformados por este encontro.

Mas esta noite pode ser diferente, porque os olhos de Jesus estão sobre mim, e estão sobre você, e todos estamos em um encontro com Jesus.

Por isso responda ao olhar do Senhor nesta noite, para sua própria cura, para ter paz, para ter intimidade com Deus.

E, por fim, temos a última pessoa a examinar, ela faz parte do...

4) GRUPO DOS QUE TEM SUAS VIDAS TRANSFORMADAS (v. 10-11).

“10. Levantando-se e não vendo ninguém senão a mulher, Jesus lhe perguntou: Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?
11. Ela respondeu: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não peques mais.” (João 8.10-11).

Eu deixei esta mulher apanhada em adultério para o final, porque na história narrada por João ela também foi a última a sair da presença de Jesus.

Ela exemplifica perfeitamente a graça de Deus sobre a humanidade.

Porque ela era pecadora. A Bíblia diz que ela foi apanhada em flagrante adultério.

Nós podemos até ficar chocados com a conduta dos escribas e fariseus, que expuseram o pecado dela publicamente, e tentaram esse pecado para colocar Jesus em dificuldades.

Eu fico pensando, como seria se alguém inventasse uma máquina que mostrasse nosso pecado mais vergonhoso?

Uma espécie de televisão que alguém instalasse na rua e ao passarmos pela máquina, aparecesse em um telão, para todos assistirem, o pecado que nós cometemos e do qual mais nos envergonhamos.

Foi isso que os escribas e fariseus fizeram com esta mulher.

Mas Jesus não. Jesus não envergonha as pessoas. Jesus cura, restaura, devolve a dignidade, mas nunca envergonha uma pessoa.

Por isso, ao ser questionado, ele retirou o foco do julgamento daquela mulher para cada um dos acusadores, para que eles mesmos tivessem a oportunidade de avaliarem seus próprios pecados diante de Deus.

Porque a Bíblia diz no texto de Romanos 3.23 que todos nós somos pecadores, e que por isso fomos destituídos da graça de Deus.

Eu usei na EBD hoje um exemplo que pode nos fazer entender a forma como Jesus olhou espiritualmente tanto para mulher apanhada em adultério como para os seus acusadores.

É como se nós estivéssemos cada um em uma canoa. E logo abaixo no rio nós tivéssemos uma grande queda d’água, como aqueles filmes ou desenhos que assistimos.

Você não precisa fazer nenhum esforço para chegar à queda d’água, cair e morrer, o rio sozinho te conduz para a morte. Isso é o pecado que em nós habita.

Por isso não adianta só fazer boas coisas, é como se nós estivéssemos da nossa canoa entregando uma cesta básica à pessoa da canoa vizinha, nós continuamos descendo o rio em direção à queda d’água e da morte.

Nós sozinhos não conseguimos remar rio acima, a correnteza é mais forte.

Alguns vão remar rio abaixo, para chegar mais rápido à morte. Essas são as pessoas que voluntariamente escolhem cometer outros atos pecaminosos. Vão chegar mais rápido à morte. Porque o texto de Romanos 6.23 diz que o salário do pecado é a morte.

A única saída é gritar por socorro, para ver se alguém pode nos ajudar. E essa pessoa é Jesus. Só ele é quem nos livra da morte eterna, distante de Deus e nos dá uma nova vida.

E esse pedido de socorro é feito de forma individual.

Porque o texto mostra que depois que todos saíram restaram Jesus e a mulher somente naquele lugar.

É exatamente deste jeito que todos nos encontramos nesta noite: sozinhos e diante do olhar de Jesus.

Este é o tempo de mudar a história. Porque as duas frases de Jesus mostram dois atributos de Deus em perfeito equilíbrio: a Justiça e o Amor de Deus.

O amor de Deus diz: Você se arrependeu, por isso eu não te condeno.

A justiça de Deus diz: Vá e não peques mais.

Jesus devolveu a vida e a dignidade àquela mulher naquele encontro.

E ele também quer fazer isso nesta noite com cada um que veio se encontrar com Ele neste local de culto.

CONCLUSÃO:

Eu e você também nos encontramos com Jesus nesta noite! E Jesus nos convidou a olhar para nós mesmos, nos convidou a deixarmos que Ele nos perdoe e transforme nossas vidas.

Mas a grande questão é a seguinte:

Qual é sua resposta a este encontro com Jesus?

Eu quero orar para que o Espírito Santo de Deus ajude você nessa resposta!

Feche seus olhos por gentileza.

E agora, ainda com os olhos fechados, eu preciso perguntar nesta noite:

Depois deste encontro tão especial com o Senhor. Você quer receber Jesus como Senhor e Salvador da sua vida? Levante uma de suas mãos para que possamos orar mais uma vez por você!

Vamos orar neste momento.

Linhares, 02 de abril de 2016.

Pr. Marcos José Milagre

PIB Linhares

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