quarta-feira, 25 de abril de 2012

O SONO DO JUSTIFICADO

“O SONO DO JUSTIFICADO”
(Salmo 4)
Mensagem preparada para pregação na IB em Perobas, em 22/04/2012, (domingo) noite.

Boa noite, por gentileza, fiquem de pé e abram suas Bíblias no Salmo de nº 4. Eu farei a leitura na versão de Almeida Século XXI.

A palavra de Deus nos diz assim:

1. Ó Deus da minha justiça, responde-me quando clamo! Alivia minha angústia; tem misericórdia de mim e ouve minha oração.
2. Ó mortais, até quando convertereis minha glória em vexame? Até quando amareis o que é fútil e buscareis a mentira? (interlúdio)
3. Sabei que o Senhor distingue para si o piedoso; o Senhor me ouve quando clamo a ele.
4. Na nossa ira, não pequeis; consultai o coração no travesseiro e aquietai-vos. (interlúdio)
5. Oferecei sacrifícios de justiça e confiais no Senhor.
6. Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Senhor, faz resplandecer sobre nós a luz do teu rosto.
7. Encheste meu coração de mais alegria do que sentem os que têm cereal e vinho à vontade.
8. Em paz me deito e durmo, porque só tu, Senhor, fazes com que eu viva em segurança.” (Salmo 4).

INTRODUÇÃO:

A versão de Almeida Século XXI traz como título deste Salmo “Oração em meio à angústia”, e identifica o Salmista como sendo Davi.

É interessante pensarmos no Rei Davi quando escreveu este salmo. Ele já estava com uma certa idade, então talvez você possa pensar que o Rei havia tomado um copo de leite morno para ajudar a pegar no sono, talvez estivesse lá com alguma preocupação, afinal “pesada é a cabeça que carrega a coroa”, muitos afazeres no reino, muitas decisões, mas lá está Davi, fez uma oração, cantou este salmo, pulou em sua confortável cama real e dormiu em tranquilidade.

Mas a história não era bem assim.

A leitura dos Salmos nos atrai tanto porque eles sempre têm uma linguagem de alguém que se põe diante de Deus com o coração aberto e expõe o que se passa ali dentro, sem ressalvas, sem as limitações das convenções sociais. Por isso é tão importante conhecermos o pano de fundo dos Salmos.

Para a compreensão sobre o salmo 4 e para nosso crescimento em conhecimento sobre o cuidado de Deus conosco, eu gostaria que nós fizéssemos a leitura do Livro de 2 Samuel, capítulo 15, versos 1 a 14:

“Leitura de 2 Samuel 15.1-14”

Davi não estava em sua confortável cama quando escreveu este Salmo. Ele não tomou um copo de leite morno e deitou-se no seu leito no palácio real.

Ele estava enfrentando, acredito eu, a pior crise da sua vida. Seu próprio filho – Absalão – queria matá-lo para tomar o seu trono, foi necessário que ele fugisse às pressas do palácio real para que não perdesse a cabeça por ordem do filho.

E não era só isso, se você fizer uma leitura do livro de 2 Samuel você vai encontrar o seguinte:

a) Ammon, um outro filho seu com Ainoã, havia estuprado Tamar, sua meia-irmã, filha de Davi com Maacá (2 Sm 13.1-15);

b) Absalão ordenou a morte de Ammon para vingar Tamar, pois Absalão era irmão de Tamar, filhos de Davi com Maacá (2 Sm 13.28-29);

c) Após um período de exílio, Absalão recebe autorização do rei Davi para regressar a Jerusalém, e então planeja uma rebelião contra seu pai, inclusive a morte de Davi foi planejada por Absalão, o que forçou o rei a fugir de Jerusalém com os seus aliados (2 Sm 15 e 17.2).

d) Aitofel, um conselheiro pessoal de Davi, a quem ele considerava um amigo aliou-se a seu filho rebelde e inclusive foi responsável intelectual pelo plano que visava a morte de Davi (2 Sm 17.1-4).

e) O povo, a quem Davi amava, que cantava suas vitórias militares, e que o rei pensava que estes também o amavam apoiaram a rebelião de Absalão (2 Sm 15.13).

Era muita bordoada para uma pessoa só.

Davi escreveu este Salmo entre lágrimas, enquanto fugia do seu palácio, da capital do seu reino Jerusalém, com a morte nos seus calcanhares, e o pior, temendo que a morte pudesse vir da parte de seu próprio filho.

É isso que torna este Salmo tão especial para mim: - Como um homem fugindo de ser morto pelo próprio filho, deixando para trás o seu trono, o conforto do palácio, traído pelo seu conselheiro pessoal (alguém que julgava um amigo); aparentemente abandonado pelo povo, poderia na noite dessa fuga, veja bem, na noite da fuga, dizer:

“8. Em paz me deito e durmo, porque só tu, Senhor, fazes com que eu viva em segurança.” (Salmo 4).

Dizer “em paz me deito e durmo” com o bolso cheio de dinheiro, vendendo saúde, sem problema familiar é fácil; mas dizer isso na situação de Davi é mais complicado. E muitos de nós sabemos como é difícil dormir: com contas para saldar (sem ter dinheiro para isso), desempregado, com o casamento abalado, com filhos rebeldes para com Deus e com os pais, em tratamento de uma enfermidade, enfim, quantas coisas podem nos tirar o sono.

Há dias em que é difícil colocar a cabeça no travesseiro e dormir “em paz”.

E é sobre isso que eu gostaria que nós pensássemos nesta noite, como alguém, em meio às maiores dificuldades, com o coração angustiado, pode dormir em paz. Pode ter O SONO DO JUSTIFICADO.

Para o nosso entendimento do cuidado de deus, e devido à limitação do tempo, eu destaquei apenas três aspectos que me parecem relevantes sobre a paz anunciada por Davi.

O primeiro deles é:

1) Não importa o quanto a situação pareça ruim, Deus não abandona um filho seu (v. 1 e 7).

1. Ó Deus da minha justiça, responde-me quando clamo! Alivia minha angústia; tem misericórdia de mim e ouve minha oração.
(...)
7. Encheste meu coração de mais alegria do que sentem os que têm cereal e vinho à vontade.” (Salmo 4, versos 1 e 7).

O salmista clama: “Deus, alivia a minha angústia, tem misericórdia, ouve a minha oração”.

A palavra ANGÚSTIA aqui é o hebraico “Tsar”, tem o sentido de dificuldades, de aflição, é como se o sujeito estive em um lugar muito estreito, no aperto.

Acho que a expressão para o que Davi estava passando é bem empregada. Fugindo da morte, fugindo do filho rebelde. Traído pelos amigos, esquecido pelo povo.

A situação estava muito complicada para Davi. O rei estava tão abatido que cobriu a cabeça e caminhava descalço

2 Samuel, capítulo 15, verso 30: “Mas Davi subiu chorando pela encosta do monte das oliveiras; tinha a cabeça coberta e caminhava com os pés descalços.”

Um rei não cobria a cabeça nem andava descalço, isso era um sinal da humilhação pela qual Davi passava.

E a que ponto um homem pode chegar, quantas bordoadas são necessárias para que ele duvide do cuidado de Deus? Vocês já pensaram nisso?

Tem momentos na vida que pareces que as desgraças vêm como as ondas do mar.

Quem já foi à praia com pouca experiência em matéria de pegar “jacaré” pode ter passado por isso.

Você está na praia, toma uma onda na cabeça, vai se levantar e antes que se oriente vem outra e você cai de novo, água salgada nos olhos, na boca no ouvido, onde se pode imaginar.

Parece que o momento ruim não passa, você quer se levantar e não consegue, não dá tempo, toma outra cacetada na cabeça e cai de novo desorientado.

No nosso dia-a-dia isso pode ocorrer. Você está empregado, tudo vai bem, então acontece alguma coisa e o seu posto de trabalho é extinto, perde o emprego; vêm as dificuldades financeiras. Por algum motivo a família não está estruturada, aparecem as dificuldades no casamento, e a situação só vai degringolando.

Chega a um ponto que começamos a perguntar: “- Por que isso está acontecendo comigo? Onde está Deus? Será que ele não vê que eu estou sofrendo?”

Dizemos como o autor do Salmo nº 10, verso 1: “Senhor, por que permaneces longe? Por que te escondes em tempos de tribulação?

Em primeiro lugar precisamos saber que ser crente não é ser vacinado contra coisas ruins. Em Mateus 5.45, nós vemos que o sol e a chuva vem sobre justos e injustos.

O próprio Jesus disse: “(...) No mundo tereis tribulações” (João 16.33).

Então ser crente não é seguro contra desgraças, contra infelicidade, nós não temos imunidade especial contra essas coisas. Os profetas da prosperidade mentem quando dizem que o crente não pode sofrer, que ficar desempregado, ou doente, é resultado de pecado ou de possessão demoníaca.

Dito isto, voltemos ao nosso assunto.

Mas então como é que eu faço? Estou em uma situação emocional terrível, é tanta coisa acontecendo que eu me sinto como Jonas no ventre do peixe: “As águas me cercaram até a alma, o abismo me rodeou (...)” (Jonas 2.5).

“- Quando eu penso que vou ver uma luz no fim do túnel acontece outra coisa ruim, será que essa situação não acaba nunca?”

E não é só isso não, já observaram como tem gente que gosta de espezinhar o servo de Deus nessa hora!

Já não basta a nossa própria angústia, nossas próprias dúvidas, sempre aparece alguém para jogar lenha na fogueira. Parece a situação do Salmista no Salmo 42.10:

Com ferida mortal em meus ossos me afrontam os meus adversários, quando todo dia me dizem: Onde está o teu Deus?” (Salmos 42:10).

Diante de tanta angústia nós tendemos a fazer a oração que Jesus fez na cruz do calvário (Mateus 27.46): “(...) Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

Mas uma coisa precisa ser dita, Jesus fez muitas orações, e nós podemos orar de forma semelhante, mas a oração da cruz, registrada em Mateus 27.46 nenhum Cristão pode repetir. Nenhum Cristão pode dizer: “(...) Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

Ele não nos desampara.

No evangelho de João, capítulo 17, Jesus roga por nós junto a Deus, para que sejamos guardados.

“11. Não estarei mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome que me deste, para que sejam um, assim como nós.
(...)
13. Mas agora eu vou para ti. E dito isso enquanto estou no mundo, para que eles tenham a minha alegria em plenitude.”

E o verso 20 é muito especial, por que fala de nós:

“20. E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que virão a crer em mim pela palavra deles,

O Espírito Santo, nosso consolador, nos foi enviado também para momentos de crise. Eu não acredito nas pessoas que descrevem o Espírito Santo como um fio desencapado, dando choques em um, derrubando outro, fazendo com que outros sapateiem (como já ouvi crentes de um determinado seguimento religioso), ele é o nosso paracleto, um ajudador, encorajador e advogado junto a Deus Pai (João 14.16).

Mesmo diante dos maiores revezes, ainda que com os olhos embotados pelas lágrimas, nós podemos dizer como o apóstolo Paulo:

8. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;” (2 Coríntios 4:8-9)

Este é um dos motivos pelo qual Davi dormia o sono do justificado, por que ele sabia que Deus não o desampararia, mesmo em meio à noite mais escura ele podia dizer (verso 7): “Encheste o meu coração de mais alegria do que os que tem fartura material

Confie em Deus, ele não nos desampara o seu santo espírito está sempre conosco, até a consumação dos séculos.

Quem ainda não serve a este Deus, quem ainda não tem um compromisso pessoal com Jesus precisa refletir sobre isto.

Mas eu gostaria de destacar um segundo motivo pelo qual Davi podia, em meio a tantas dificuldades descansar em paz:

2) Não importa quantas pessoas possam nos decepcionar, Deus provém outras tantas para nos confortar e nos ajudar a atravessar as dificuldades (v. 2).

2. Ó mortais, até quando convertereis minha glória em vexame? Até quando amareis o que é fútil e buscareis a mentira? (interlúdio)” (Salmo 4.2).

Quantas vezes a nossa angústia tem como origem decepções humanas. A resposta dura de um irmão; a traição de um amigo ou amiga; a quebra de confiança de um filho; em alguns casos a infidelidade conjugal...

É como se nós depositássemos a nossa alegria nas pessoas. Quando elas são boas guardiãs então estamos bem, mas se elas são vasos rachados, nossa alegria se esvai, e aí nossa felicidade começa a descer a ladeira.

Davi foi traído pelo filho Absalão que queria o seu trono. Foi traído por seu amigo e conselheiro Aitofel. Foi traído pelo povo, a quem ele tanto amava.

Quando a situação estava extremamente ruim ainda apareceu um sujeito chamado Simei, para jogar pedras em Davi e para amaldiçoá-lo (2 Samuel 16.5-7):

“5. Quando o rei Davi chego a Baurim, ia saindo dali um homem chamado Simei, filho de Gera, da linhagem da família de Saul; ele vinha amaldiçoando.
6. Também atirava pedras contra Davi e todos os seus servos, embora todo o povo e todos os guerreiros estivessem à direita e à esquerda do rei.
7. E, amaldiçoando-o, Simei dizia assim: Sai, sai assassino, perverso!”

Como tem gente que gosta de esfregar sal grosso nas feridas dos outros.

Você está que não se aguenta de tanta angústia, de tanta tristeza, então compartilha a dor com alguém, esperando ser consolado, ser confortado, mas ao contrário leva uma bordoada, que fica até desorientado.

Mas Davi não se fixou nas pessoas que o traíram, mesmo com o coração abatido ele pode afirmar (verso 3): “Sabei que o Senhor distingue para si o piedoso; o Senhor me ouve quando clamo a ele.

Davi disse com outras palavras: “Presta atenção aqui. Deus sabe diferenciar quem é fiel a ele, quem é bondoso, e ele ouve a minha oração” (o termo traduzido como piedoso no verso 3, é o hebraico chaciyd, com a idéia de uma pessoa boa, santa, fiel).

E o texto de 2 Samuel mostra que Deus proveu Davi com a amizade de todas as pessoas que seriam necessárias para que ele pudesse estar em segurança.

a) Deus deu a Davi um guerreiro feroz (Joabe), que viria a matar Absalão (2 Sm 18.1-2).

b) Deus lhe deu um homem para se infiltrar no palácio, como um contra-espião (Husai) e aconselhar a Absalão a não atacar Davi e seus homens no dia da fuga, contrariando o conselho do traidor Aitofel (se esse ataque acontecesse poderia significar a sua morte). (2 Sm 17.5-14).

c) Deus deu a Davi o apoio dos sacerdotes que guardavam a arca da aliança (2 Sm 15.24-29).

d) Deus deu o apoio de estrangeiros (Itai, o giteu – 2 Sm 15.19-22).

É Deus quem envia as pessoas que precisamos que estejam perto de nós, às vezes não são as pessoas que esperamos que estejam conosco, mas Deus sabe de quem precisamos e quando precisamos.

Mas mais que pessoas, que amigos, nós temos que aprender a confiar primeiramente em Deus, a estabelecer um relacionamento com Ele, e nós fazemos isso nos comunicando. Ouvindo por meio da palavra a nós revelada nas sagradas escrituras e orando. Como uma oração pode tranquilizar o nosso coração.

Eu gosto muito dos hinos do Cantor Cristão, cada letra é um sermão.

Para o nosso propósito nesta noite eu gostaria de ler a letra do hino 155 do cantor Cristão que fala assim:

O Grande Amigo

Em Jesus amigo temos, mais chegado que um irmão,
Ele manda que levemos tudo a Deus em oração!
Oh! que paz perdemos sempre, Oh! que dor no coração,
Só porque nós não levamos tudo a Deus em oração!
Temos lidas e pesares e na vida tentação;
Não ficamos sem conforto, indo a Cristo em oração.
Haverá um outro amigo de tão grande compaixão?
Os contritos Jesus Cristo sempre atende em oração.
E se nós desfalecemos, Cristo estende-nos a mão,
Pois é sempre a nossa força e refúgio em oração.
Se este mundo nos despreza, Cristo é nosso em oração;
Em seus braços nos acolhe e nos dá consolação.

“E se nós desfalecemos, Cristo estende-nos a mão”. Deus conhece a nossa situação, mas precisamos levar tudo a ele em oração, ele nos dará conforto e providenciará para que pessoas também cuidem de nós, tenha certeza disso.

Cristo estende sua poderosa mão nesta noite para você, esteja disposto a agarrar a poderosa mão do nosso Criador.

A última observação que eu faço sobre o cuidado de Deus expresso por Davi no Salmo de nº 4 é que:

3) Não importa o quanto estejamos atribulados, Deus nos dá a verdadeira paz (verso 8).

“8. Em paz me deito e durmo, porque só tu, Senhor, fazes com que eu viva em segurança.” (Salmo 4)

Como os homens desvirtuam o sentido da palavra paz.

Primeiro eu gostaria de destacar o sentido de paz para algumas pessoas envolvidas na história que lemos em 2 Samuel, e depois então falar do sentido de paz que Davi atribui no verso 8, do Salmo 4.

Por gentileza, vá até 2 Samuel 17.1-3:

“1. Disse ainda Aitofel a Absalão: Deixa-me escolher doze mil homens, e me disporei, e perseguirei Davi esta noite.
2. Assaltá-lo-ei, enquanto está cansado e frouxo de mãos; espantá-lo-ei; fugirá todo o povo que está com ele; então, matarei apenas o rei.
3. Farei voltar a ti todo o povo; pois a volta de todos depende daquele a quem procuras matar; assim, todo o povo estará em paz.

Agora vá a 2 Samuel 18.28:

“28. Gritou Aimaás e disse ao rei: Paz! Inclinou-se ao rei, com o rosto em terra, e disse: Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que nos entregou os homens que levantaram a mão contra o rei, meu senhor.”

Que tipo de paz mais estranha a dessas pessoas. Aitofel aconselhando Absalão a perseguir a Davi, seu próprio pai, na noite em que este fugira de Jerusalém, e disse ainda: Vamos matar apenas o rei, aí o povo vai ter paz.

Aimaás, chegou ao palácio babando de alegria para dizer a Davi que tudo estava bem, só que ele esqueceu que essa paz era fruto da morte do filho de Davi (Absalão).

Gente estranha. Gente que gosta da paz de lápide. Vocês sabem qual é a paz de lápide? É aquela que diz: Descanse em paz!

Os romanos tiveram um período conhecido com paz romana nos seus domínios. Mas a paz do império romano era aquela em que não sobrava ninguém para contrariar a autoridade de Roma. Eles invadiam, matavam todos os que se opunham à dominação e tudo ficava na mais absoluta paz...

Mas Davi fala de uma paz diferente, a paz de um homem que pode descansar mesmo na noite em que fugia da rebelião de um filho que tencionava tirar-lhe a vida.

É essa paz que nós precisamos investigar. Nós que sofremos, que nos angustiamos, que por vezes temos dificuldade em conciliar o sono à noite, pelos mais diferentes motivo, essa paz que Davi expressou é a paz que nós precisamos, não a paz da morte.

Nós não podemos eliminar todas as fontes das nossas preocupação, à vezes nós temos que conviver com elas. Então nós não podemos simplesmente matar tudo aquilo que nos preocupa, era isso que Aitofel e Absalão queriam fazer, mas para nós isso não resolve.

O conceito de paz que Davi suscitou no verso 8 é a palavra hebraica Shalon.

Para os Hebreus, Shalon era a paz completa. A paz 360º. Paz com Deus, paz com o próximo, paz com a natureza, paz consigo mesmo.

Nós precisamos estar precavidos. O mundo que nos cerca tem sua própria versão de paz. Para o mundo a paz pode estar em muitas coisas que nada tem a ver com a paz da qual Davi fala (Festas, drogas, álcool, em isolar-se de outras pessoas).

Mas foi Jesus quem melhor distinguiu a verdadeira paz (no hebraico “shalon”, ou, em grego “eireneuo”) da paz efêmera/temporária que o mundo oferece.

Ele fala assim em João 14.27: “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo.

Davi depositou sua confiança no único que não o decepcionaria, no único que lhe poria em segurança. Em Deus.

Nós precisamos desta paz que somente Jesus Cristo pode nos dar, de uma paz que independa das circunstâncias que nos rodeiam. Precisamos aprender a confiar em Deus. A entregar os problemas confiando que ele responde às nossas orações.

Só assim nós vamos poder gozar de uma paz que o mundo não conhece e poderemos dizer: Em paz me deito e durmo, porque só tu, Senhor, fazes com que eu viva em segurança.” (Salmo 4.8)

CONCLUSÃO:

1) NÃO IMPORTA O QUANTO A SITUAÇÃO PAREÇA RUIM, DEUS NÃO ABANDONA UM FILHO SEU.

2) NÃO IMPORTA QUANTAS PESSOAS POSSAM NOS DECEPCIONAR, DEUS PROVÉM OUTRAS TANTAS PARA NOS CONFORTAR E NOS AJUDAR A ATRAVESSAR AS DIFICULDADES.

3) NÃO IMPORTA O QUANTO ESTEJAMOS ATRIBULADOS, DEUS NOS DÁ A VERDADEIRA PAZ.

O SONO DO JUSTIFICADO É TRANQUILO PORQUE É DEUS QUEM O GUARDA, O CONSOLHA E O FAZ CAMINHAR EM PAZ. ERA DESTA PAZ QUE DAVI FALAVA, É ESTA A PAZ QUE JESUS QUER NOS DAR. FOI ELE, COM SEU SACRIFÍCIO NA CRUZ DO CALVÁRIO QUEM NOS JUSTIFICOU.

Curve a sua cabeça neste momento, feche os seus olhos, vamos orar, e, neste momento, se você entende que precisa da paz que somente Jesus pode te dar, enquanto nós cantamos, você pode se colocar diante de Deus, como Davi fez, abrindo o seu coração e pedindo que Ele traga este conforto que você precisa.

Demonstre com um gesto essa necessidade de ser confortado por Deus.

Você pode se ajoelhar, ficar de pé, ou vir aqui à frente.

LEVE OS SEUS PROBLEMAS A DEUS. CONFIE EM DEUS. DESCANSE EM DEUS E VIVA EM PAZ.

ORAÇÃO.

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